sexta-feira, julho 30, 2004
Entrevista com Zico
Por Matheus Orlando
Não sei se todos sabem, mas tenho uma revista de futebol chamada É gol!, e na última edição publicada entrevistei o Zico, ex-jogador de futebol que atualmente é técnico da Seleção Japonesa de Futebol. Confiram a entrevista:
1. Primeiramente gostaria de saber sobre sua vida pessoal: onde e quando nasceu, onde mora, se é casado e tem filhos. Nasci na casa de minha família, em Quintino, um subúrbio do Rio, Rua Lucinda Barbosa 7, no dia 3 de março de 1953. Hoje moro em Tóquio, no Japão, mas também tenho uma casa na Barra da Tijuca. Sou casado, sim, com Sandra e tenho três filhos: Júnior, Bruno e Tiago.
2. De onde vêm seus apelidos, Zico e Galinho de Quintino? Bom, Zico foi dado por uma prima minha, Ermelinda. Meu nome é Arthur e ela me chamava de Arthurzinho, depois de Arthurzico e daí reduziu até Zico. Já Galinho de Quintino quem deu foi um radialista, já falecido, chamado Waldyr Amaral, que era da Radio Globo. Era porque eu fui lançado de centroavante, fora da minha verdadeira posição e lutava muito em campo e lógico porque morava em Quintino.
3. Quando decidiu ser jogador de futebol, recebeu apoio e incentivo de alguém? De quem? Meu pai tinha um pouco de receio no começo, já que meus irmãos eram jogadores e passaram por momentos difíceis. Mas minha mãe sempre ajudou. E meus irmãos, Edu e Antunes também davam muita força também.
4. Qual foi o clube em que você mais gostou de atuar? Por quê? Desde pequeno sempre fui Flamengo de coração, de ir aos estádios com o meu pai. Por isso e por tudo que vivi, ter atuado no Flamengo é especial. Mas tenho carinho também pela Udinese, onde adquiri muita experiência como jogador e homem e pelo Kashima, que tenho uma relação pai e filho, já que quando cheguei ele não existia. Era Sumitomo Metals FC.
5. Depois de sua experiência na Udinense, da Itália, o que você concluiu sobre as diferenças do futebol europeu e o futebol brasileiro? São muitas as diferenças. Acho que o mais importante a ser destacado é que são escolas diferentes de futebol. Na Europa a parte física e tática são sempre muito fortes. O futebol brasileiro e sul-americano, em geral, é mais criativo, de improviso.
6. Como você se sente vendo o Japão, país que há alguns anos atrás você ensinou a gostar de futebol disputando e até servindo como sede de uma Copa do mundo? Sinto muito orgulho por ter ajudado o país a se desenvolver no futebol. Mas ainda há muito para caminhar e espero poder colaborar ainda mais, afinal este povo me recebeu com muito carinho em 1991 quando eu vim para o Japão como jogador. Hoje sou cidadão honorário de Kashima, colocaram lá duas estátuas minhas, uma em frente ao Estádio de Kashima e perpetuaram meu nome no País, e por tudo isso aceitei ser técnico da Seleção.
7. Quais são seus principais objetivos como técnico da Seleção Japonesa de futebol? Nunca pensei em ser treinador. Minha primeira experiência foi aqui no Japão, dirigindo a equipe do Kashima meio por acaso. E não imaginava voltar a dirigir um time de futebol. Acontece que, depois da última Copa do Mundo recebi o convite da Federação Japonesa e não pude recusar, afinal, como disse antes, o país sempre me acolheu com muito carinho. Queria retribuir tudo que fizeram por mim passando a minha experiência para a Seleção e tenho como objetivo principal levar o Japão à Copa do Mundo na Alemanha em 2006.
8. Você guarda alguma frustração por ter ou não acontecido alguma coisa em sua carreira, como técnico ou jogador? Frustração é uma palavra forte, acho que acumulei muitas alegrias em minha carreira para dizer que me frustrei com alguma coisa. Mas confesso que lamento não ter disputado as Olimpíadas, uma competição especial e que não tive a chance de jogar.
9. Você ainda pretende exercer alguma profissão ligada ao futebol aqui no Brasil? Neste momento não há como pensar nisso. Tenho muito trabalho para fazer por aqui e não descarto nenhuma possibilidade no futuro.
10. Quanto ao seu clube de futebol, o CFZ (Centro de Futebol Zico), o que você pretende fazer? Primeiro queria te dizer que o nome do time não e Centro de Futebol Zico. O nome correto é CFZ Do Rio Sociedade Esportiva. Seguimos trabalhando. Eu estou aqui no Japão, mas o pessoal está trabalhando no Rio e em Brasília. Temos times em todas as categorias no Rio e, em Brasília, onde buscamos as vagas na Copa do Brasil e na Série C.
11. Você já escreveu um livro sobre sua história. Pretende atualizar este livro, colocando dados mais recentes que aconteceram em sua vida? Lancei no ano passado uma biografia de 50 anos escrita com Roger Garcia e Roberto Assaf que atualiza minha história até 2003. Daí pra frente a turma pode acompanhar diariamente no meu site http://www.ziconarede.com.br/. Estou sempre escrevendo lá, tenho colunas e até um blog, e uma equipe trabalhando na atualização.
12. Muitos cronistas e jornalistas esportivos fazem comparações suas com Pelé. O que você pensa disso? Você tem algo a dizer sobre o Zico jogador e Pelé jogador? E sobre Zico homem e Pelé homem? Bom, Zico jogador e Zico pessoa são a mesma coisa: eu. Sou o mesmo de sempre. Não gosto de comparações, pois não há como comparar os jogadores, as pessoas. Eu e Pelé somos muito diferentes. Mas o que tenho a dizer é que Pelé é o Rei do futebol, isso não há dúvida.
13. Você concorda com a divisão feita no Flamengo de a.Z. (antes de Zico) e d.Z. (depois de Zico)? Por quê? Não concordo. O Clube é sempre maior que qualquer atleta. Sei que ajudei o Flamengo a conquistar muitos títulos. Mas acho importante deixar claro que não jogava sozinho. Tinha companheiros talentosos ao meu lado e que formavam um grupo vencedor.
14. Em toda a sua carreira, já foi criticado algumas vezes, coisa que acontece com todos os jogadores e pessoas envolvidas com o futebol. Você já está acostumado com as críticas ou não? Críticas fazem parte de quem está na vida publica e a gente deve saber ouvi-las. Como jogador eu podia ir para o campo e tentar mudar a situação. Agora como treinador é diferente. Mas acho que minha experiência me ajuda a saber separar qualquer situação que esteja na minha frente.
15. Quando foi obrigado a parar de jogar futebol por causa das contusões, o que você sentiu? Eu não parei de jogar por causa das contusões e sim porque comecei a perder a alegria do ambiente do dia a dia do futebol.O meu maior medo era ter que abandonar os gramados por causa de uma contusão. Pedia a Deus todas as noites para poder sair do futebol por decisão minha, em plena atividade. Por isso que até hoje, quando dá um probleminha eu vou lá no Dr Neylor Lasmar pra consertar o joelho. Quero continuar jogando as minhas peladas. O futebol é a paixão da minha vida, além de ter sido a minha paixão profissional.
16. Quando você, eventualmente, sair do cargo de técnico do Japão, o que pretende fazer? Não pensei nisso ainda. O objetivo no momento é classificar o Japão para a Copa. Eu sou dono de um clube no Brasil, preciso cuidar dele.
17. Quais são suas opiniões sobre o futuro próximo da Seleção Japonesa e a Seleção Brasileira de Futebol? Quais são as suas perspectivas em relação a essas duas seleções para a Copa do mundo de 2006? O Japão precisa romper a barreira da Ásia, conquistar um título fora do continente. Vários atletas estão atuando na Europa e o futebol japonês segue em evolução constante. Temos alguns excelentes jogadores e a grande luta é na parte emocional. Mas é impossível dizer agora até onde o Japão pode ir e quando isso vai acontecer. Já o Brasil está bem servido, tem talentos surgindo a todo momento, e é favorito em qualquer competição que dispute.
18. Com a crise que envolve todos os clubes brasileiros, inclusive o Flamengo; o que você sente em ver essa situação? Não há uma saída única e milagrosa. O Flamengo precisa construir um Centro de Treinamento, precisa investir forte nas divisões de base e sanear o clube financeiramente. Mas acho que o Flamengo está no caminho certo. Mas há de se ter paciência.
19. Quando você se aposentar de tudo, de uma vez por todas; pretende fazer como muitos ex- jogadores, lançar franquias de escolinhas de futebol, ter instituições de caridade ou qualquer outra coisa? Não pretendo parar de trabalhar tão cedo! E já tenho um clube para administrar. Um Centro de Futebol, com algumas franquias e um trabalho social no RJ.
20. Finalizando, qual é o seu recado para quem quer ser jogador ou técnico de futebol? O que é preciso para que este sonho se realize? O importante é saber que as dificuldades vão aparecer e que será necessário supera-las. Quem quer jogar futebol tem que ter em mente que o campo é a sua vida e que o treino é fundamental, além da disciplina e vontade de vencer. É isso aí!
2 Cornetadas
Não sei se todos sabem, mas tenho uma revista de futebol chamada É gol!, e na última edição publicada entrevistei o Zico, ex-jogador de futebol que atualmente é técnico da Seleção Japonesa de Futebol. Confiram a entrevista:
1. Primeiramente gostaria de saber sobre sua vida pessoal: onde e quando nasceu, onde mora, se é casado e tem filhos. Nasci na casa de minha família, em Quintino, um subúrbio do Rio, Rua Lucinda Barbosa 7, no dia 3 de março de 1953. Hoje moro em Tóquio, no Japão, mas também tenho uma casa na Barra da Tijuca. Sou casado, sim, com Sandra e tenho três filhos: Júnior, Bruno e Tiago.
2. De onde vêm seus apelidos, Zico e Galinho de Quintino? Bom, Zico foi dado por uma prima minha, Ermelinda. Meu nome é Arthur e ela me chamava de Arthurzinho, depois de Arthurzico e daí reduziu até Zico. Já Galinho de Quintino quem deu foi um radialista, já falecido, chamado Waldyr Amaral, que era da Radio Globo. Era porque eu fui lançado de centroavante, fora da minha verdadeira posição e lutava muito em campo e lógico porque morava em Quintino.
3. Quando decidiu ser jogador de futebol, recebeu apoio e incentivo de alguém? De quem? Meu pai tinha um pouco de receio no começo, já que meus irmãos eram jogadores e passaram por momentos difíceis. Mas minha mãe sempre ajudou. E meus irmãos, Edu e Antunes também davam muita força também.
4. Qual foi o clube em que você mais gostou de atuar? Por quê? Desde pequeno sempre fui Flamengo de coração, de ir aos estádios com o meu pai. Por isso e por tudo que vivi, ter atuado no Flamengo é especial. Mas tenho carinho também pela Udinese, onde adquiri muita experiência como jogador e homem e pelo Kashima, que tenho uma relação pai e filho, já que quando cheguei ele não existia. Era Sumitomo Metals FC.
5. Depois de sua experiência na Udinense, da Itália, o que você concluiu sobre as diferenças do futebol europeu e o futebol brasileiro? São muitas as diferenças. Acho que o mais importante a ser destacado é que são escolas diferentes de futebol. Na Europa a parte física e tática são sempre muito fortes. O futebol brasileiro e sul-americano, em geral, é mais criativo, de improviso.
6. Como você se sente vendo o Japão, país que há alguns anos atrás você ensinou a gostar de futebol disputando e até servindo como sede de uma Copa do mundo? Sinto muito orgulho por ter ajudado o país a se desenvolver no futebol. Mas ainda há muito para caminhar e espero poder colaborar ainda mais, afinal este povo me recebeu com muito carinho em 1991 quando eu vim para o Japão como jogador. Hoje sou cidadão honorário de Kashima, colocaram lá duas estátuas minhas, uma em frente ao Estádio de Kashima e perpetuaram meu nome no País, e por tudo isso aceitei ser técnico da Seleção.
7. Quais são seus principais objetivos como técnico da Seleção Japonesa de futebol? Nunca pensei em ser treinador. Minha primeira experiência foi aqui no Japão, dirigindo a equipe do Kashima meio por acaso. E não imaginava voltar a dirigir um time de futebol. Acontece que, depois da última Copa do Mundo recebi o convite da Federação Japonesa e não pude recusar, afinal, como disse antes, o país sempre me acolheu com muito carinho. Queria retribuir tudo que fizeram por mim passando a minha experiência para a Seleção e tenho como objetivo principal levar o Japão à Copa do Mundo na Alemanha em 2006.
8. Você guarda alguma frustração por ter ou não acontecido alguma coisa em sua carreira, como técnico ou jogador? Frustração é uma palavra forte, acho que acumulei muitas alegrias em minha carreira para dizer que me frustrei com alguma coisa. Mas confesso que lamento não ter disputado as Olimpíadas, uma competição especial e que não tive a chance de jogar.
9. Você ainda pretende exercer alguma profissão ligada ao futebol aqui no Brasil? Neste momento não há como pensar nisso. Tenho muito trabalho para fazer por aqui e não descarto nenhuma possibilidade no futuro.
10. Quanto ao seu clube de futebol, o CFZ (Centro de Futebol Zico), o que você pretende fazer? Primeiro queria te dizer que o nome do time não e Centro de Futebol Zico. O nome correto é CFZ Do Rio Sociedade Esportiva. Seguimos trabalhando. Eu estou aqui no Japão, mas o pessoal está trabalhando no Rio e em Brasília. Temos times em todas as categorias no Rio e, em Brasília, onde buscamos as vagas na Copa do Brasil e na Série C.
11. Você já escreveu um livro sobre sua história. Pretende atualizar este livro, colocando dados mais recentes que aconteceram em sua vida? Lancei no ano passado uma biografia de 50 anos escrita com Roger Garcia e Roberto Assaf que atualiza minha história até 2003. Daí pra frente a turma pode acompanhar diariamente no meu site http://www.ziconarede.com.br/. Estou sempre escrevendo lá, tenho colunas e até um blog, e uma equipe trabalhando na atualização.
12. Muitos cronistas e jornalistas esportivos fazem comparações suas com Pelé. O que você pensa disso? Você tem algo a dizer sobre o Zico jogador e Pelé jogador? E sobre Zico homem e Pelé homem? Bom, Zico jogador e Zico pessoa são a mesma coisa: eu. Sou o mesmo de sempre. Não gosto de comparações, pois não há como comparar os jogadores, as pessoas. Eu e Pelé somos muito diferentes. Mas o que tenho a dizer é que Pelé é o Rei do futebol, isso não há dúvida.
13. Você concorda com a divisão feita no Flamengo de a.Z. (antes de Zico) e d.Z. (depois de Zico)? Por quê? Não concordo. O Clube é sempre maior que qualquer atleta. Sei que ajudei o Flamengo a conquistar muitos títulos. Mas acho importante deixar claro que não jogava sozinho. Tinha companheiros talentosos ao meu lado e que formavam um grupo vencedor.
14. Em toda a sua carreira, já foi criticado algumas vezes, coisa que acontece com todos os jogadores e pessoas envolvidas com o futebol. Você já está acostumado com as críticas ou não? Críticas fazem parte de quem está na vida publica e a gente deve saber ouvi-las. Como jogador eu podia ir para o campo e tentar mudar a situação. Agora como treinador é diferente. Mas acho que minha experiência me ajuda a saber separar qualquer situação que esteja na minha frente.
15. Quando foi obrigado a parar de jogar futebol por causa das contusões, o que você sentiu? Eu não parei de jogar por causa das contusões e sim porque comecei a perder a alegria do ambiente do dia a dia do futebol.O meu maior medo era ter que abandonar os gramados por causa de uma contusão. Pedia a Deus todas as noites para poder sair do futebol por decisão minha, em plena atividade. Por isso que até hoje, quando dá um probleminha eu vou lá no Dr Neylor Lasmar pra consertar o joelho. Quero continuar jogando as minhas peladas. O futebol é a paixão da minha vida, além de ter sido a minha paixão profissional.
16. Quando você, eventualmente, sair do cargo de técnico do Japão, o que pretende fazer? Não pensei nisso ainda. O objetivo no momento é classificar o Japão para a Copa. Eu sou dono de um clube no Brasil, preciso cuidar dele.
17. Quais são suas opiniões sobre o futuro próximo da Seleção Japonesa e a Seleção Brasileira de Futebol? Quais são as suas perspectivas em relação a essas duas seleções para a Copa do mundo de 2006? O Japão precisa romper a barreira da Ásia, conquistar um título fora do continente. Vários atletas estão atuando na Europa e o futebol japonês segue em evolução constante. Temos alguns excelentes jogadores e a grande luta é na parte emocional. Mas é impossível dizer agora até onde o Japão pode ir e quando isso vai acontecer. Já o Brasil está bem servido, tem talentos surgindo a todo momento, e é favorito em qualquer competição que dispute.
18. Com a crise que envolve todos os clubes brasileiros, inclusive o Flamengo; o que você sente em ver essa situação? Não há uma saída única e milagrosa. O Flamengo precisa construir um Centro de Treinamento, precisa investir forte nas divisões de base e sanear o clube financeiramente. Mas acho que o Flamengo está no caminho certo. Mas há de se ter paciência.
19. Quando você se aposentar de tudo, de uma vez por todas; pretende fazer como muitos ex- jogadores, lançar franquias de escolinhas de futebol, ter instituições de caridade ou qualquer outra coisa? Não pretendo parar de trabalhar tão cedo! E já tenho um clube para administrar. Um Centro de Futebol, com algumas franquias e um trabalho social no RJ.
20. Finalizando, qual é o seu recado para quem quer ser jogador ou técnico de futebol? O que é preciso para que este sonho se realize? O importante é saber que as dificuldades vão aparecer e que será necessário supera-las. Quem quer jogar futebol tem que ter em mente que o campo é a sua vida e que o treino é fundamental, além da disciplina e vontade de vencer. É isso aí!
Novo Integrante
Por Matheus Orlando
Olá a todos! Meu nome é Matheus Orlando e sou o novo integrante do blog Corneta Esportiva e gostaria de agradecer ao Diego, ao Fábio e ao Anselmo pela oportunidade que estão dando para mim.
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Olá a todos! Meu nome é Matheus Orlando e sou o novo integrante do blog Corneta Esportiva e gostaria de agradecer ao Diego, ao Fábio e ao Anselmo pela oportunidade que estão dando para mim.
quinta-feira, julho 29, 2004
Mestre Tostão
Por Diego Corneta
Não é de hoje que eu considero o Tostão como o melhor comentarista do Brasil. É evidente que eu não concordo com tudo o que ele escreve (ainda bem!), mas ele é uma voz dissonante no marasmo da imprensa esportiva brasileira. Confiram abaixo o texto dele sobre a Copa América, publicado ontem na Folha, 28/07/04. Sei que não é uma prática comum colocar textos de outros veículos em nosso blog, mas esse vale a pena. É de uma clareza impactante.
Nem azar nem sorte
Por Tostão
Como se esperava, a Argentina marcou por pressão, tomou a bola com facilidade, dominou a partida, criou várias chances de gols, foi muito melhor do que o Brasil, mas não venceu. Não foi apenas azar. Há muito tempo que a Argentina não tem um excepcional atacante. Além disso, os pontas só avançavam pelos lados, e o único atacante (Tévez) recuava para receber a bola. O time finalizou pouco.
O Brasil fez uma péssima partida, ficou acuado no seu campo, não trocou passes, porém empatou e venceu nos pênaltis. Não foi somente sorte. Alex sempre coloca a bola na cabeça do companheiro, e Adriano, mesmo no meio de tantos zagueiros, sempre domina e finaliza rápido e com eficiência. Se a Argentina tivesse um Ronaldo na partida pelas eliminatórias, no Mineirão, e um Adriano na final da Copa América, provavelmente venceria os dois jogos.
Foi uma vitória dos reservas do Brasil contra a maioria dos titulares da Argentina, e não uma vitória dos jovens brasileiros contra os experientes argentinos, como escutei um milhão de vezes. Dos atletas que iniciaram a partida, cinco da Argentina tinham idade olímpica. No Brasil eram três: Maicon, Luisão e Adriano. Quase todos os reservas da Argentina, como Saviola, D'Alessandro, Delgado e Figueroa, irão a Atenas.
Adriano foi o craque da Copa América. Ele só não será titular porque é reserva do maior centroavante do mundo (Ronaldo) e, provavelmente, do maior jogador do mundo (Ronaldinho Gaúcho). Adriano está em boa fase. Ele é um atacante excepcional, como mostrou no Italiano.
Além de Adriano, Júlio César, Juan, Luisão, Alex e Renato confirmaram que estão no nível dos titulares ou próximos deles. Prefiro Juan a Roque Júnior. Grande novidade! Alex, mesmo discreto na maior parte dos jogos, realizou o que fez no Cruzeiro. Nas cinco partidas de que participou, 8 dos 12 gols saíram dos seus pés. Muitas pessoas não enxergam o óbvio. Se a seleção tivesse um atacante com um bom passe, que recuasse e abrisse espaços, Alex faria gols como no Cruzeiro, já que é um ótimo finalizador, com os pés e com a cabeça.
Como era também previsto, Mancini foi um razoável lateral. Ele sempre se destacou na posição de meia direita ou na de ala, do meio para a frente. Gustavo Nery e Maicon estiveram no mesmo nível do Mancini. Luis Fabiano não brilhou e foi ofuscado por Adriano. Em todas as partidas que atuou pela seleção, amistosas e oficiais, ele só esteve bem no amistoso contra a Hungria, quando atuou ao lado do Ronaldinho Gaúcho. Perto de outro centroavante (Ronaldo ou Adriano), Luis Fabiano ficou perdido, sem lugar.
Parreira tentou recuperar Kléberson, mas ele não jogou bem, como nos últimos dois anos. Não entendi a insistência do técnico em pôr Diego no segundo tempo, na vaga de Kléberson. Diego pode jogar 500 partidas nessa posição que não vai se adaptar.
Já Renato se posicionou bem de primeiro volante, marcou corretamente, apesar de perder várias bolas na intermediária do Brasil nos dois últimos jogos. Edu confirmou que não tem velocidade e habilidade para atacar e defender, como deveria fazer. No atual esquema tático, Zé Roberto continua sem um bom reserva.
Contra o Paraguai, Felipe jogou bem o primeiro tempo e foi substituído por cansaço. Diante da Argentina, ele, como Alex, pegou pouco na bola. Se entrasse qualquer meia de ligação, ocorreria o mesmo, já que esse tipo de jogador depende do passe dos laterais e dos volantes. Esses foram totalmente anulados e se limitaram a defender. Virou moda no futebol escalar três volantes para marcar e deixar toda a armação para o meia de ligação. Assim é fácil anulá-lo, principalmente se um dos atacantes não recuar para ajudá-lo.
Com exceção da partida contra o México, o Brasil não brilhou na Copa América. Era previsto, pela ausência dos titulares. Mesmo assim, a equipe foi campeã e mostrou a força e a qualidade do futebol brasileiro.
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Não é de hoje que eu considero o Tostão como o melhor comentarista do Brasil. É evidente que eu não concordo com tudo o que ele escreve (ainda bem!), mas ele é uma voz dissonante no marasmo da imprensa esportiva brasileira. Confiram abaixo o texto dele sobre a Copa América, publicado ontem na Folha, 28/07/04. Sei que não é uma prática comum colocar textos de outros veículos em nosso blog, mas esse vale a pena. É de uma clareza impactante.
Nem azar nem sorte
Por Tostão
Como se esperava, a Argentina marcou por pressão, tomou a bola com facilidade, dominou a partida, criou várias chances de gols, foi muito melhor do que o Brasil, mas não venceu. Não foi apenas azar. Há muito tempo que a Argentina não tem um excepcional atacante. Além disso, os pontas só avançavam pelos lados, e o único atacante (Tévez) recuava para receber a bola. O time finalizou pouco.
O Brasil fez uma péssima partida, ficou acuado no seu campo, não trocou passes, porém empatou e venceu nos pênaltis. Não foi somente sorte. Alex sempre coloca a bola na cabeça do companheiro, e Adriano, mesmo no meio de tantos zagueiros, sempre domina e finaliza rápido e com eficiência. Se a Argentina tivesse um Ronaldo na partida pelas eliminatórias, no Mineirão, e um Adriano na final da Copa América, provavelmente venceria os dois jogos.
Foi uma vitória dos reservas do Brasil contra a maioria dos titulares da Argentina, e não uma vitória dos jovens brasileiros contra os experientes argentinos, como escutei um milhão de vezes. Dos atletas que iniciaram a partida, cinco da Argentina tinham idade olímpica. No Brasil eram três: Maicon, Luisão e Adriano. Quase todos os reservas da Argentina, como Saviola, D'Alessandro, Delgado e Figueroa, irão a Atenas.
Adriano foi o craque da Copa América. Ele só não será titular porque é reserva do maior centroavante do mundo (Ronaldo) e, provavelmente, do maior jogador do mundo (Ronaldinho Gaúcho). Adriano está em boa fase. Ele é um atacante excepcional, como mostrou no Italiano.
Além de Adriano, Júlio César, Juan, Luisão, Alex e Renato confirmaram que estão no nível dos titulares ou próximos deles. Prefiro Juan a Roque Júnior. Grande novidade! Alex, mesmo discreto na maior parte dos jogos, realizou o que fez no Cruzeiro. Nas cinco partidas de que participou, 8 dos 12 gols saíram dos seus pés. Muitas pessoas não enxergam o óbvio. Se a seleção tivesse um atacante com um bom passe, que recuasse e abrisse espaços, Alex faria gols como no Cruzeiro, já que é um ótimo finalizador, com os pés e com a cabeça.
Como era também previsto, Mancini foi um razoável lateral. Ele sempre se destacou na posição de meia direita ou na de ala, do meio para a frente. Gustavo Nery e Maicon estiveram no mesmo nível do Mancini. Luis Fabiano não brilhou e foi ofuscado por Adriano. Em todas as partidas que atuou pela seleção, amistosas e oficiais, ele só esteve bem no amistoso contra a Hungria, quando atuou ao lado do Ronaldinho Gaúcho. Perto de outro centroavante (Ronaldo ou Adriano), Luis Fabiano ficou perdido, sem lugar.
Parreira tentou recuperar Kléberson, mas ele não jogou bem, como nos últimos dois anos. Não entendi a insistência do técnico em pôr Diego no segundo tempo, na vaga de Kléberson. Diego pode jogar 500 partidas nessa posição que não vai se adaptar.
Já Renato se posicionou bem de primeiro volante, marcou corretamente, apesar de perder várias bolas na intermediária do Brasil nos dois últimos jogos. Edu confirmou que não tem velocidade e habilidade para atacar e defender, como deveria fazer. No atual esquema tático, Zé Roberto continua sem um bom reserva.
Contra o Paraguai, Felipe jogou bem o primeiro tempo e foi substituído por cansaço. Diante da Argentina, ele, como Alex, pegou pouco na bola. Se entrasse qualquer meia de ligação, ocorreria o mesmo, já que esse tipo de jogador depende do passe dos laterais e dos volantes. Esses foram totalmente anulados e se limitaram a defender. Virou moda no futebol escalar três volantes para marcar e deixar toda a armação para o meia de ligação. Assim é fácil anulá-lo, principalmente se um dos atacantes não recuar para ajudá-lo.
Com exceção da partida contra o México, o Brasil não brilhou na Copa América. Era previsto, pela ausência dos titulares. Mesmo assim, a equipe foi campeã e mostrou a força e a qualidade do futebol brasileiro.
segunda-feira, julho 26, 2004
Curtas & Grossas
por Anselmo Trompete
Dirigentes, pra que?
Rogério, meia do Corinthians, deixa o time por falta de pagamento. A diretoria corintiana diz que está sem dinheiro e que a situação do clube não é boa. Só que alguns anos atrás o time vinha ganhando títulos um atrás do outro. Então pergunto: cadê o dinheiro da época das "vacas gordas"? Oras, qual é a função da diretoria se não administrar os cofres de tal maneira que o time não precise ficar nessa dureza? É muito fácil dizer que tudo está bom quando temos investimentos e "não há o que fazer" quando não temos. Já que aquele bando de cartola não sabe o que fazer, POR QUE continuar com eles?
A zica voltou
Quem viu o resultado Fluminense 2 x 0 Corinthians deve ter achado que os cariocas deram um baile. Ledo engano. O primeiro gol foi irregular (Romário estava impedido) e o segundo foi uma bola desviada na zaga. O Timão perdeu gols incríveis e o goleiro do Fluminense estava numa tarde "daquelas".
Não tenho dúvidas que o elenco do Corinthians ainda é limitado, mas também é fato que a sorte anda bem longe do Parque São Jorge.
Fábio Costa
Não adianta. Não há ser humano nesse mundo que vai me convencer que o Fábio Costa é um bom goleiro. Ainda mais depois de tomar um gol de cabeça da ENTRADA DA GRANDE ÁREA.
Don't cry for me Argentina
Ganhar da Argentina é sempre bom. Agora, bater nossos "hermanos" nos pênaltis, após um empate com gol no último minuto é bom demais. Ah! Sem dizer que jogamos com a nossa seleção "B".
Fiquei sabendo que para o próximo jogo das eliminatórias contra nossos rivais a CBF vai mandar pra Buenos Aires a seleção feminina. Só pra ter graça.
Preparem-se
Você gosta de futebol? Curte o Campeonato Inglês? Sabe tudo sobre a Premier League? Então aguarde.
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Dirigentes, pra que?
Rogério, meia do Corinthians, deixa o time por falta de pagamento. A diretoria corintiana diz que está sem dinheiro e que a situação do clube não é boa. Só que alguns anos atrás o time vinha ganhando títulos um atrás do outro. Então pergunto: cadê o dinheiro da época das "vacas gordas"? Oras, qual é a função da diretoria se não administrar os cofres de tal maneira que o time não precise ficar nessa dureza? É muito fácil dizer que tudo está bom quando temos investimentos e "não há o que fazer" quando não temos. Já que aquele bando de cartola não sabe o que fazer, POR QUE continuar com eles?
A zica voltou
Quem viu o resultado Fluminense 2 x 0 Corinthians deve ter achado que os cariocas deram um baile. Ledo engano. O primeiro gol foi irregular (Romário estava impedido) e o segundo foi uma bola desviada na zaga. O Timão perdeu gols incríveis e o goleiro do Fluminense estava numa tarde "daquelas".
Não tenho dúvidas que o elenco do Corinthians ainda é limitado, mas também é fato que a sorte anda bem longe do Parque São Jorge.
Fábio Costa
Não adianta. Não há ser humano nesse mundo que vai me convencer que o Fábio Costa é um bom goleiro. Ainda mais depois de tomar um gol de cabeça da ENTRADA DA GRANDE ÁREA.
Don't cry for me Argentina
Ganhar da Argentina é sempre bom. Agora, bater nossos "hermanos" nos pênaltis, após um empate com gol no último minuto é bom demais. Ah! Sem dizer que jogamos com a nossa seleção "B".
Fiquei sabendo que para o próximo jogo das eliminatórias contra nossos rivais a CBF vai mandar pra Buenos Aires a seleção feminina. Só pra ter graça.
Preparem-se
Você gosta de futebol? Curte o Campeonato Inglês? Sabe tudo sobre a Premier League? Então aguarde.
Sobrenatural de Almeida
Por Diego Corneta
É... meus amigos, se vocês pensavam que ele tinha deixado nosso mundo para desfrutar sua eternidade no além, se enganaram. O Sobrenatural de Almeida voltou ! Para quem não conhece o figura, eu explico. É um espírito zombeteiro que gosta de se manifestar em jogos de futebol. Já ouviram a expressão “gol espírita” ? Pois é, o Sobrenatural de Almeida é o artilheiro das almas.
Não há outro motivo para justificar a vitória do Brasil sobre a Argentina, ontem pela final da Copa América. Os hermanos jogaram muito melhor e não deram chances ao escrete nacional. Porém, em dois lances despretensiosos, empatamos em dois acréscimos. Um milagre ! Explicado apenas pela presença do Sobrenatural de Almeida lá no estádio peruano.
O time brasileiro se acovardou. Isso mesmo, amarelou e deixou a Argentina dominar o jogo inteiro. O goleiro deles não fez uma defesa sequer. O jogo foi praticamente todo no campo do Brasil. Com toques rápidos e muita movimentação, a Argentina envolveu a marcação brasileira. Luis Fabiano não jogou nada e colocou sua posição no time titular em xeque. Alex estava muito marcado e, salvo nas jogadas de bola parada, também pouco produziu. Maicon acovardou-se e limitou-se na marcação. Gustavo Nery marcou muito bem, mas quase não apoiou o ataque. Juan jogou muito e pode muito bem ser titular do “time A”. Luisão fez um pênalti ridículo e redimiu-se com um gol de cabeça, depois ele saiu contundido e deu lugar para o Cris, que jogou pouco tempo, ainda bem. Renato só não foi o melhor em campo por causa da furada bisonha no segundo gol argentino. Kléberson estava bem, procurava o jogo, pena que saiu contundido. Edu foi péssimo e justificou sua condição de boa opção para o “time A”, no banco de reservas. Adriano perdeu quase todas as bolas que passaram por seus pés, mas foi decisivo ao empatar o jogo no apagar das luzes.
Felipe entrou e não fez absolutamente nada. Acho que nem tocou na bola. Ele não é jogador de seleção brasileira. Diego também entrou e correu muito, produziu pouco, mas o suficiente para empatar o jogo. O cruzamento para o gol do segundo empate saiu dos seus pés. Depois, a bola bateu em dois ou três jogadores, e foi carregada pelas mãos do Sobrenatural de Almeida para o pé esquerdo do Adriano. O grandalhão da Inter de Milão ajeitou e, sem deixar cair, emendou uma bomba indefensável no canto esquerdo do goleiro.
Porém, durante o jogo inteiro, enquanto a Argentina foi um time, o Brasil foi um amontoado de bons jogadores. Aliás, isso vale para a competição toda. Os argentinos não possuem os melhores jogadores, mas possuem a melhor equipe. Como isso é possível ?, podem estar perguntando alguns. É simples, basta ver o teipe do jogo de ontem. Os argentinos correm o jogo inteiro e se apresentam para receberem a bola. Marcam muito e os jogadores de meio-campo e ataque trocam de posição constantemente. No Brasil não há avanço dos laterais, não há troca de posição dos jogadores de meio-campo, e os atacantes não são nem um pouco solidários.
Nos pênaltis, os argentinos já estavam derrotados antes mesmo de cobrarem. Os hermanos (e nós, os brasileiros) não contavam com um empate aos 48 minutos do segundo tempo. A vantagem moral e psicológica era toda nossa. Não tinha jeito da Argentina vencer aquela disputa de pênaltis. Outra coisa, quando o Denílson parte driblando todo mundo, e fica segurando a bola no ataque, o Galvão acha lindo e maravilhoso. O locutor global se exalta e até baba nos microfones. Ontem o Téves fez a mesma coisa, a diferença é que ele é argentino. O Babão Bueno (e quase todo mundo, inclusive o Parreira) condenou veementemente a atitude do argentino. Como é isso, nós podemos e eles não ? Eu penso que todo mundo pode fazer isso, e não acho que driblar e segurar a bola seja desrespeito. Faz parte da malandragem do jogo, e só fica nervoso quem não sabe controlar suas emoções.
Resumindo, o Brasil “B” ganhou apertado do Chile (lembre-se que os caras perderam um pênalti e o gol brasileiro foi no finalzinho); bateu num cachorro morto, a Costa Rica; perdeu do Paraguai; no seu melhor momento, trucidou o México; e depois, empatou as duas partidas realmente difíceis da Copa América, contra Uruguai e Argentina. Levou a taça. Foi competente nos pênaltis, há de ser dito, grande mérito para o Júlio César. Os brasileiros sorriem na terra. Sobrenatural de Almeida gargalha no além.
13
O Zagalo é chato ! 13 letras...
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É... meus amigos, se vocês pensavam que ele tinha deixado nosso mundo para desfrutar sua eternidade no além, se enganaram. O Sobrenatural de Almeida voltou ! Para quem não conhece o figura, eu explico. É um espírito zombeteiro que gosta de se manifestar em jogos de futebol. Já ouviram a expressão “gol espírita” ? Pois é, o Sobrenatural de Almeida é o artilheiro das almas.
Não há outro motivo para justificar a vitória do Brasil sobre a Argentina, ontem pela final da Copa América. Os hermanos jogaram muito melhor e não deram chances ao escrete nacional. Porém, em dois lances despretensiosos, empatamos em dois acréscimos. Um milagre ! Explicado apenas pela presença do Sobrenatural de Almeida lá no estádio peruano.
O time brasileiro se acovardou. Isso mesmo, amarelou e deixou a Argentina dominar o jogo inteiro. O goleiro deles não fez uma defesa sequer. O jogo foi praticamente todo no campo do Brasil. Com toques rápidos e muita movimentação, a Argentina envolveu a marcação brasileira. Luis Fabiano não jogou nada e colocou sua posição no time titular em xeque. Alex estava muito marcado e, salvo nas jogadas de bola parada, também pouco produziu. Maicon acovardou-se e limitou-se na marcação. Gustavo Nery marcou muito bem, mas quase não apoiou o ataque. Juan jogou muito e pode muito bem ser titular do “time A”. Luisão fez um pênalti ridículo e redimiu-se com um gol de cabeça, depois ele saiu contundido e deu lugar para o Cris, que jogou pouco tempo, ainda bem. Renato só não foi o melhor em campo por causa da furada bisonha no segundo gol argentino. Kléberson estava bem, procurava o jogo, pena que saiu contundido. Edu foi péssimo e justificou sua condição de boa opção para o “time A”, no banco de reservas. Adriano perdeu quase todas as bolas que passaram por seus pés, mas foi decisivo ao empatar o jogo no apagar das luzes.
Felipe entrou e não fez absolutamente nada. Acho que nem tocou na bola. Ele não é jogador de seleção brasileira. Diego também entrou e correu muito, produziu pouco, mas o suficiente para empatar o jogo. O cruzamento para o gol do segundo empate saiu dos seus pés. Depois, a bola bateu em dois ou três jogadores, e foi carregada pelas mãos do Sobrenatural de Almeida para o pé esquerdo do Adriano. O grandalhão da Inter de Milão ajeitou e, sem deixar cair, emendou uma bomba indefensável no canto esquerdo do goleiro.
Porém, durante o jogo inteiro, enquanto a Argentina foi um time, o Brasil foi um amontoado de bons jogadores. Aliás, isso vale para a competição toda. Os argentinos não possuem os melhores jogadores, mas possuem a melhor equipe. Como isso é possível ?, podem estar perguntando alguns. É simples, basta ver o teipe do jogo de ontem. Os argentinos correm o jogo inteiro e se apresentam para receberem a bola. Marcam muito e os jogadores de meio-campo e ataque trocam de posição constantemente. No Brasil não há avanço dos laterais, não há troca de posição dos jogadores de meio-campo, e os atacantes não são nem um pouco solidários.
Nos pênaltis, os argentinos já estavam derrotados antes mesmo de cobrarem. Os hermanos (e nós, os brasileiros) não contavam com um empate aos 48 minutos do segundo tempo. A vantagem moral e psicológica era toda nossa. Não tinha jeito da Argentina vencer aquela disputa de pênaltis. Outra coisa, quando o Denílson parte driblando todo mundo, e fica segurando a bola no ataque, o Galvão acha lindo e maravilhoso. O locutor global se exalta e até baba nos microfones. Ontem o Téves fez a mesma coisa, a diferença é que ele é argentino. O Babão Bueno (e quase todo mundo, inclusive o Parreira) condenou veementemente a atitude do argentino. Como é isso, nós podemos e eles não ? Eu penso que todo mundo pode fazer isso, e não acho que driblar e segurar a bola seja desrespeito. Faz parte da malandragem do jogo, e só fica nervoso quem não sabe controlar suas emoções.
Resumindo, o Brasil “B” ganhou apertado do Chile (lembre-se que os caras perderam um pênalti e o gol brasileiro foi no finalzinho); bateu num cachorro morto, a Costa Rica; perdeu do Paraguai; no seu melhor momento, trucidou o México; e depois, empatou as duas partidas realmente difíceis da Copa América, contra Uruguai e Argentina. Levou a taça. Foi competente nos pênaltis, há de ser dito, grande mérito para o Júlio César. Os brasileiros sorriem na terra. Sobrenatural de Almeida gargalha no além.
13
O Zagalo é chato ! 13 letras...
quinta-feira, julho 22, 2004
Rápidas & Rasteiras
Por Diego Corneta
Pedreira Celeste
O jogo contra o Uruguai foi dificílimo. Os uruguaios marcaram muito e não deixaram o Brasil jogar no primeiro tempo. No segundo, o Kléberson adiantou-se, o Uruguai cansou, e o Brasil começou a tocar mais rápido. O time melhorou e conseguiu segurar um empate. Dava até para ter evitado os pênaltis se não fossem as chances perdidas. Para os dois lados.
Falha do Júlio César
Ele falhou no gol uruguaio. Deixou a bola pingar e passar sobre seu corpo. É por isso que eu ainda não confio nesse goleiro. Foi o primeiro jogo realmente difícil que ele atuou pela seleção. E falhou. Nos pênaltis ele foi bem em muitas bolas e pegou a quarta cobrança. Um êxito não compensa uma falha, apesar do que diz o Galvão. E, como diz o povão, “uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa”.
Superação
Nitidamente o Adriano deixa a desejar na parte técnica. Está compensando com uma luta constante e um apetite de quem tomou um barril de Biotônico Fontoura. Ele realmente está brigando com unhas e dentes pela chance que o Parreira lhe deu.
Agora é que são elas...
Ou, agora é que vem ela... a Argentina. Para quem gosta de números, o Brasil nunca venceu a Argentina na final de uma Copa América. Para quem gosta de fatos, o futebol brasileiro atravessa um melhor momento, e mesmo com o “time B”, vai encarar a Argentina de igual para igual. A final está aberta e não há favoritos.
A bruxa está solta no Parque São Jorge
O Rosinei começava a despontar como uma esperança. Machucou-se e está fora por pelo menos quatro semanas. O Rogério vinha sendo o melhor do time. Está de saída e ainda processa o clube. O Fábio Baiano fez um bom jogo, ele não vai resolver, mas é melhor botá-lo em campo no lugar de qualquer outro volante. Também está no estaleiro. Fábio Costa vinha fazendo bons jogos e estava com a cabeça no lugar. Foi expulso, será julgado e corre o risco de pegar um bom gancho. O que mais falta acontecer ?
Quem liga para a Volta da França ?
Não quero ser chato, mesmo o sendo muitas vezes... Mas, quem liga para a Volta da França ? Por que a imprensa esportiva (principalmente as TVs) insistem em veicular matérias sobre o assunto ? Não digo que devemos ignorá-la, mas devemos dar-lhe o tempo que ela merece, e não superestimar uma competição que não é nada popular entre nós brasileiros. Enquanto isso, esportes muito mais populares (como o boxe, por exemplo) são ignorados e atletas vão para as Olimpíadas no anonimato e na obscuridade. Um pouco de apoio e incentivo a esses esportes certamente faria muito bem.
Ele está chegando
Mais um novo colaborador está de malas prontas para embarcar no Corneta Esportiva. É o colega Juca Gaita. Preparem-se e apertem os cintos. Já adianto que ele cultiva um estilo polêmico e provocativo.
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Pedreira Celeste
O jogo contra o Uruguai foi dificílimo. Os uruguaios marcaram muito e não deixaram o Brasil jogar no primeiro tempo. No segundo, o Kléberson adiantou-se, o Uruguai cansou, e o Brasil começou a tocar mais rápido. O time melhorou e conseguiu segurar um empate. Dava até para ter evitado os pênaltis se não fossem as chances perdidas. Para os dois lados.
Falha do Júlio César
Ele falhou no gol uruguaio. Deixou a bola pingar e passar sobre seu corpo. É por isso que eu ainda não confio nesse goleiro. Foi o primeiro jogo realmente difícil que ele atuou pela seleção. E falhou. Nos pênaltis ele foi bem em muitas bolas e pegou a quarta cobrança. Um êxito não compensa uma falha, apesar do que diz o Galvão. E, como diz o povão, “uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa”.
Superação
Nitidamente o Adriano deixa a desejar na parte técnica. Está compensando com uma luta constante e um apetite de quem tomou um barril de Biotônico Fontoura. Ele realmente está brigando com unhas e dentes pela chance que o Parreira lhe deu.
Agora é que são elas...
Ou, agora é que vem ela... a Argentina. Para quem gosta de números, o Brasil nunca venceu a Argentina na final de uma Copa América. Para quem gosta de fatos, o futebol brasileiro atravessa um melhor momento, e mesmo com o “time B”, vai encarar a Argentina de igual para igual. A final está aberta e não há favoritos.
A bruxa está solta no Parque São Jorge
O Rosinei começava a despontar como uma esperança. Machucou-se e está fora por pelo menos quatro semanas. O Rogério vinha sendo o melhor do time. Está de saída e ainda processa o clube. O Fábio Baiano fez um bom jogo, ele não vai resolver, mas é melhor botá-lo em campo no lugar de qualquer outro volante. Também está no estaleiro. Fábio Costa vinha fazendo bons jogos e estava com a cabeça no lugar. Foi expulso, será julgado e corre o risco de pegar um bom gancho. O que mais falta acontecer ?
Quem liga para a Volta da França ?
Não quero ser chato, mesmo o sendo muitas vezes... Mas, quem liga para a Volta da França ? Por que a imprensa esportiva (principalmente as TVs) insistem em veicular matérias sobre o assunto ? Não digo que devemos ignorá-la, mas devemos dar-lhe o tempo que ela merece, e não superestimar uma competição que não é nada popular entre nós brasileiros. Enquanto isso, esportes muito mais populares (como o boxe, por exemplo) são ignorados e atletas vão para as Olimpíadas no anonimato e na obscuridade. Um pouco de apoio e incentivo a esses esportes certamente faria muito bem.
Ele está chegando
Mais um novo colaborador está de malas prontas para embarcar no Corneta Esportiva. É o colega Juca Gaita. Preparem-se e apertem os cintos. Já adianto que ele cultiva um estilo polêmico e provocativo.
segunda-feira, julho 19, 2004
Enfim, futebol
Por Diego Corneta
A seleção brasileira enfim apresentou um bom futebol. O jogo contra o México, pelas quartas-de-finais da Copa América, foi nossa melhor partida na competição. Com o Alex acordado fica muito mais fácil. Maicon e Gustavo Nery jogaram muito melhor que nas partidas anteriores. Edu e Renato também.
Para quem apostava (como eu e muitos outros) em Luis Fabiano como um possível destaque dessa seleção, está vendo o Adriano roubar a cena e aparecer como o artilheiro da competição. Na cabeça metódica e pragmática de Parreira, o Adriano deve estar ganhando a vaga de “reserva do Ronaldo”. Porém, este fato não o torna melhor que Luis Fabiano. Há alguns dias, o Tostão disse que o Adriano é melhor que os atacantes badalados europeus. Citou Trezeguet e Vieri como exemplos de embuste. Concordo, mas digo novamente que o Adriano não é melhor que o Luis Fabiano. Ainda.
O Júlio César está surpreendendo muita gente e vem fazendo uma excelente Copa América. Mas eu ainda não confio naquele goleiro. Na hora do aperto acho que ele pode falhar e/ou perder a cabeça, como já aconteceram algumas vezes no Flamengo. Os jogos finais da Copa América, que devem ser mais tensos e difíceis, podem (ou não) tirar essa desconfiança minha. Já o Juan está jogando o fino e tomara que o Parreira desista do Lúcio e do Edmilson. Roque Júnior, Juan e Luisão são os melhores zagueiros que nós temos.
O meio de campo ainda é minha obsessão nessa seleção. O Kléberson joga certinho, mas ele não é meia. Repito, não é. Ele é um volante que sabe tocar e cruzar. Um 4-4-2 mais correto, no meu ver, seria com Renato, Edu, Alex e Diego no meio de campo. Todas as seleções (salvo a Argentina) que jogam contra o Brasil preocupam-se mais em defender do que atacar. Então, para que os três volantes no meio-de-campo ? Diego e Alex, juntos, dariam mais equilíbrio e criatividade ao time. E lá na frente, volto a insistir que dois centroavantes juntos não estão rendendo muito bem. O problema é que os reservas Vagner Love e Ricardo Oliveira também são centroavantes finalizadores. O Love sai mais da área e busca tabelas (como o Romário fazia em sua juventude), mas ele é um centroavante finalizador. Robinho, jogando ao lado de Luis Fabiano (ou Adriano), cairia muito bem nesse time.
Schumacher do Vôlei
Bernardinho pilotando a seleção parece o alemão pilotando a Ferrari. Disputou 15 torneios, chegou em 14 finais e ganhou 13. Aproveitamento impecável. O time brasileiro é tão bom que os jogos finais (3X0 contra a Sérvia e Montenegro, e 3X1 contra a Itália) pareceram fáceis, mesmo jogando contra seleções duríssimas. O time brasileiro é favoritíssimo ao ouro olímpico. É esperar para ver.
0 Cornetadas
A seleção brasileira enfim apresentou um bom futebol. O jogo contra o México, pelas quartas-de-finais da Copa América, foi nossa melhor partida na competição. Com o Alex acordado fica muito mais fácil. Maicon e Gustavo Nery jogaram muito melhor que nas partidas anteriores. Edu e Renato também.
Para quem apostava (como eu e muitos outros) em Luis Fabiano como um possível destaque dessa seleção, está vendo o Adriano roubar a cena e aparecer como o artilheiro da competição. Na cabeça metódica e pragmática de Parreira, o Adriano deve estar ganhando a vaga de “reserva do Ronaldo”. Porém, este fato não o torna melhor que Luis Fabiano. Há alguns dias, o Tostão disse que o Adriano é melhor que os atacantes badalados europeus. Citou Trezeguet e Vieri como exemplos de embuste. Concordo, mas digo novamente que o Adriano não é melhor que o Luis Fabiano. Ainda.
O Júlio César está surpreendendo muita gente e vem fazendo uma excelente Copa América. Mas eu ainda não confio naquele goleiro. Na hora do aperto acho que ele pode falhar e/ou perder a cabeça, como já aconteceram algumas vezes no Flamengo. Os jogos finais da Copa América, que devem ser mais tensos e difíceis, podem (ou não) tirar essa desconfiança minha. Já o Juan está jogando o fino e tomara que o Parreira desista do Lúcio e do Edmilson. Roque Júnior, Juan e Luisão são os melhores zagueiros que nós temos.
O meio de campo ainda é minha obsessão nessa seleção. O Kléberson joga certinho, mas ele não é meia. Repito, não é. Ele é um volante que sabe tocar e cruzar. Um 4-4-2 mais correto, no meu ver, seria com Renato, Edu, Alex e Diego no meio de campo. Todas as seleções (salvo a Argentina) que jogam contra o Brasil preocupam-se mais em defender do que atacar. Então, para que os três volantes no meio-de-campo ? Diego e Alex, juntos, dariam mais equilíbrio e criatividade ao time. E lá na frente, volto a insistir que dois centroavantes juntos não estão rendendo muito bem. O problema é que os reservas Vagner Love e Ricardo Oliveira também são centroavantes finalizadores. O Love sai mais da área e busca tabelas (como o Romário fazia em sua juventude), mas ele é um centroavante finalizador. Robinho, jogando ao lado de Luis Fabiano (ou Adriano), cairia muito bem nesse time.
Schumacher do Vôlei
Bernardinho pilotando a seleção parece o alemão pilotando a Ferrari. Disputou 15 torneios, chegou em 14 finais e ganhou 13. Aproveitamento impecável. O time brasileiro é tão bom que os jogos finais (3X0 contra a Sérvia e Montenegro, e 3X1 contra a Itália) pareceram fáceis, mesmo jogando contra seleções duríssimas. O time brasileiro é favoritíssimo ao ouro olímpico. É esperar para ver.
quinta-feira, julho 15, 2004
Correspondente europeu
Por Diego Corneta
O Corneta Esportiva conta com parceiros internacionais. O amigo Maurício me escreve contando suas impressões do futebol visto da Holanda. Confiram abaixo:
“No futebol, foi engraçado assistir a Euro aqui. Os holandeses estão cada vez mais desiludidos com o time deles. Os jogadores daqui são muito mascarados. Esse Van Nistelroy dá nojo. Sem falar no Kluivert, que não joga nada e quer cornetar. Portugal não venceu porque tem o segundo pior centroavante de todos os tempos: Pauleta. O primeiro era o Cardozo do Paraguai. Méritos da Grécia que jogou feio e ganhou bonito.
O futebol brasileiro vai piorar cada vez mais. Os times europeus têm um cartel muito forte e não deixam chegar nada de notícias sobre Brasil e Argentina. Os campeonatos daqui são ridículos. Repito: ridículos. Não sei como nós perdemos tempo em assistir essas merdas. Com exceção de alguns jogos da Copa dos Campeões, o resto é de chorar. O campeonato Holandês é pior que o Sul-matogrossense."
Rápidas & Rasteiras
Os Zagueiros
Cris, Juan, Bordon e Luisão. Dos quatro, os melhores são Luisão e Juan. Parreira insiste em escalar o Cris. E Cris, por sua vez, demonstrou mais uma vez que não tem a mínima condição de vestir a amarelinha.
O ZAGUEIRO
Gamarra, gana e garra. É impressionante como ele é bom. Logo no primeiro ataque da seleção, a bola bateu na sua mão e o juiz deu falta. Foi sua única infração no jogo. Depois, mesmo enfrentando atacantes fortes e perigosos, ele foi impecável. Partida memorável do maior zagueiro da nossa geração. Mais uma.
Felipe é uma farsa
A habilidade do Felipe é indiscutível. Mais só habilidade não o coloca no patamar de craque. Leto e Okosha também foram extremamente habilidosos, mas nunca foram craques. Começou muito bem na lateral-esquerda do Vasco. Falaram que era craque e ele acreditou. É um jogador disperso e sem a mínima solidariedade. Perde a bola e põe as mãos na cintura. Dizem que ele joga bem na ponta. Ganhou o campeonato carioca assim. Discordo. Para fazer uma jogada certa, ele tem que repetir suas firulas diversas vezes. Seu aproveitamento é péssimo. Falta-lhe objetividade. Se for para fazer firula e dar espetáculo, que vá para o circo trabalhar no lugar da foca amestrada.
Parreira e sua teimosia crônica
Todos sabemos que o Alex é nosso melhor jogador e talvez o único craque dessa seleção. Parreira saca o Alex e põe o preguiçoso Felipe. Todo mundo sabe, e a história nos mostra, que dois centroavantes não rendem tão bem juntos, salvo dois craques como Ronaldo e Romário. Um ataque equilibrado se apresenta melhor. Parreira teima em escalar Luis Fabiano e Adriano. Pior, ontem ele ainda pôs um terceiro centroavante, o Ricardo Oliveira.
Laterais eternos
Pelo jeito que as coisas vão, Cafu e Roberto Carlos ainda terão uma longa vida na seleção. Mancini joga melhor de meia ou ala, e ainda não jogou bem na lateral da seleção. Maicon é esforçado, mas é limitadíssimo. Gustavo Nery não é nem sombra do jogador que costumávamos ver no São Paulo.
Piada-pronta
Gamarra não faz falta. Cris também não. Não faz falta nenhuma ao time brasileiro.
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O Corneta Esportiva conta com parceiros internacionais. O amigo Maurício me escreve contando suas impressões do futebol visto da Holanda. Confiram abaixo:
“No futebol, foi engraçado assistir a Euro aqui. Os holandeses estão cada vez mais desiludidos com o time deles. Os jogadores daqui são muito mascarados. Esse Van Nistelroy dá nojo. Sem falar no Kluivert, que não joga nada e quer cornetar. Portugal não venceu porque tem o segundo pior centroavante de todos os tempos: Pauleta. O primeiro era o Cardozo do Paraguai. Méritos da Grécia que jogou feio e ganhou bonito.
O futebol brasileiro vai piorar cada vez mais. Os times europeus têm um cartel muito forte e não deixam chegar nada de notícias sobre Brasil e Argentina. Os campeonatos daqui são ridículos. Repito: ridículos. Não sei como nós perdemos tempo em assistir essas merdas. Com exceção de alguns jogos da Copa dos Campeões, o resto é de chorar. O campeonato Holandês é pior que o Sul-matogrossense."
Rápidas & Rasteiras
Os Zagueiros
Cris, Juan, Bordon e Luisão. Dos quatro, os melhores são Luisão e Juan. Parreira insiste em escalar o Cris. E Cris, por sua vez, demonstrou mais uma vez que não tem a mínima condição de vestir a amarelinha.
O ZAGUEIRO
Gamarra, gana e garra. É impressionante como ele é bom. Logo no primeiro ataque da seleção, a bola bateu na sua mão e o juiz deu falta. Foi sua única infração no jogo. Depois, mesmo enfrentando atacantes fortes e perigosos, ele foi impecável. Partida memorável do maior zagueiro da nossa geração. Mais uma.
Felipe é uma farsa
A habilidade do Felipe é indiscutível. Mais só habilidade não o coloca no patamar de craque. Leto e Okosha também foram extremamente habilidosos, mas nunca foram craques. Começou muito bem na lateral-esquerda do Vasco. Falaram que era craque e ele acreditou. É um jogador disperso e sem a mínima solidariedade. Perde a bola e põe as mãos na cintura. Dizem que ele joga bem na ponta. Ganhou o campeonato carioca assim. Discordo. Para fazer uma jogada certa, ele tem que repetir suas firulas diversas vezes. Seu aproveitamento é péssimo. Falta-lhe objetividade. Se for para fazer firula e dar espetáculo, que vá para o circo trabalhar no lugar da foca amestrada.
Parreira e sua teimosia crônica
Todos sabemos que o Alex é nosso melhor jogador e talvez o único craque dessa seleção. Parreira saca o Alex e põe o preguiçoso Felipe. Todo mundo sabe, e a história nos mostra, que dois centroavantes não rendem tão bem juntos, salvo dois craques como Ronaldo e Romário. Um ataque equilibrado se apresenta melhor. Parreira teima em escalar Luis Fabiano e Adriano. Pior, ontem ele ainda pôs um terceiro centroavante, o Ricardo Oliveira.
Laterais eternos
Pelo jeito que as coisas vão, Cafu e Roberto Carlos ainda terão uma longa vida na seleção. Mancini joga melhor de meia ou ala, e ainda não jogou bem na lateral da seleção. Maicon é esforçado, mas é limitadíssimo. Gustavo Nery não é nem sombra do jogador que costumávamos ver no São Paulo.
Piada-pronta
Gamarra não faz falta. Cris também não. Não faz falta nenhuma ao time brasileiro.
segunda-feira, julho 12, 2004
O homem-futebol
Por Diego Corneta
Esqueçam do Edson, me refiro apenas ao Pelé.
Rei. Único. Eterno. O melhor. Incomparável. O maior. Gênio. Não há palavras para descrever o que o Pelé representa para o futebol. Ele é a síntese do futebol. O jogador definitivo.
Fui ver o “Pelé Eterno”. O Pelé é, de fato, eterno; mas o filme chapa-branca do diretor Aníbal Massaini não é. O documentário é péssimo, os depoimentos não são espontâneos e chegam a serem tediosos, quando não, constrangedores. A narração e o texto também deixam muito a desejar. Enfim, o filme só vale pelos lances inigualáveis do astro mor da bola.
O que ele fez dentro das quatro linhas nunca mais vai ser repetido. Repito, nunca mais. Ele era completo, um jogador vibrante, terrível. Pulsava o jogo inteiro, era infernal. Tinha uma porrada com as duas pernas. Driblava como ninguém. Era forte e tinha uma impulsão fora do comum. Passava e antevia as jogadas com maestria. Apanhava e batia muito. Batia faltas de todas as maneiras possíveis. Sua explosão era única e assustadora. Partia (com o perdão da analogia) com a cadência e a força um cavalo. A leveza e a técnica de um bailarino. Ninguém conseguia segurá-lo.
Há mais de 400 gols no filme. Praticamente um terço do total. Há alguns inacreditáveis, inesquecíveis e improváveis. Inventava lances e dribles, era perfeito. Há uma seqüência que mostra ele fazendo tabela jogando a bola contra as pernas dos adversários ! Uma ou duas vezes, vá lá, pode-se pensar que ele errou e deu sorte. Mas o filme mostra várias vezes ! Impressionante ! Há gols que aliam todas as necessidades de um grande craque. Velocidade, habilidade, visão de jogo, força, técnica, e muito oportunismo. Era o craque premeditado.
Sua velocidade física e mental era algo do outro mundo. Parece que os outros jogadores estavam em câmara lenta, e ele, em “fast forward”. Tirava dribles e soluções da cartola. Fazia o impensável. Até quando errava era grandioso. Quem não se lembra do gol perdido mais lamentado do mundo, na semifinal da Copa de 70, contra o Uruguai. Aplicou uma meia-lua sem tocar na bola. Driblou o mundo inteiro e acabou perdendo o gol. Uma pena.
Recentemente na Eurocopa, o Rooney foi aclamado como o novo Pelé. Sem comentários. Há quem diga que Maradona jogou mais. Maradona tinha a genialidade e uma perna esquerda. Pelé tinha a genialidade e o corpo inteiro. Não há nenhum jogador que lhe chegue aos calcanhares. Podem juntar Ronaldo, Zidane, Ronaldinho, Henry, todos, todos. Ninguém faz sombra no reinado eterno do Pelé. No fim do filme, o pessoal aplaudiu ! Fiquei até emocionado. E olha que eu assisti num shopping, e não em uma sessão privada, ou em um cineclube. O público reconheceu a genialidade do Pelé. Depois de lances como aqueles não há quem não se curve diante de um mito.
Nunca mais vai existir outro Pelé. Um jogador que se profissionalizou aos 15 anos. Aos 16 foi campeão paulista marcando mais de 50 gols em pouco mais de 30 jogos. Aos 17 foi campeão do mundo com atuações impecáveis. Se tivesse parado aos 18 ele já teria sido um dos grandes. Mas não, ele ficou 18 anos marcando gols e ganhando títulos. Uma máquina de fazer gols. O futebol em estado de graça, na sua plenitude. Sem palavras, sem palavras...
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Esqueçam do Edson, me refiro apenas ao Pelé.
Rei. Único. Eterno. O melhor. Incomparável. O maior. Gênio. Não há palavras para descrever o que o Pelé representa para o futebol. Ele é a síntese do futebol. O jogador definitivo.
Fui ver o “Pelé Eterno”. O Pelé é, de fato, eterno; mas o filme chapa-branca do diretor Aníbal Massaini não é. O documentário é péssimo, os depoimentos não são espontâneos e chegam a serem tediosos, quando não, constrangedores. A narração e o texto também deixam muito a desejar. Enfim, o filme só vale pelos lances inigualáveis do astro mor da bola.
O que ele fez dentro das quatro linhas nunca mais vai ser repetido. Repito, nunca mais. Ele era completo, um jogador vibrante, terrível. Pulsava o jogo inteiro, era infernal. Tinha uma porrada com as duas pernas. Driblava como ninguém. Era forte e tinha uma impulsão fora do comum. Passava e antevia as jogadas com maestria. Apanhava e batia muito. Batia faltas de todas as maneiras possíveis. Sua explosão era única e assustadora. Partia (com o perdão da analogia) com a cadência e a força um cavalo. A leveza e a técnica de um bailarino. Ninguém conseguia segurá-lo.
Há mais de 400 gols no filme. Praticamente um terço do total. Há alguns inacreditáveis, inesquecíveis e improváveis. Inventava lances e dribles, era perfeito. Há uma seqüência que mostra ele fazendo tabela jogando a bola contra as pernas dos adversários ! Uma ou duas vezes, vá lá, pode-se pensar que ele errou e deu sorte. Mas o filme mostra várias vezes ! Impressionante ! Há gols que aliam todas as necessidades de um grande craque. Velocidade, habilidade, visão de jogo, força, técnica, e muito oportunismo. Era o craque premeditado.
Sua velocidade física e mental era algo do outro mundo. Parece que os outros jogadores estavam em câmara lenta, e ele, em “fast forward”. Tirava dribles e soluções da cartola. Fazia o impensável. Até quando errava era grandioso. Quem não se lembra do gol perdido mais lamentado do mundo, na semifinal da Copa de 70, contra o Uruguai. Aplicou uma meia-lua sem tocar na bola. Driblou o mundo inteiro e acabou perdendo o gol. Uma pena.
Recentemente na Eurocopa, o Rooney foi aclamado como o novo Pelé. Sem comentários. Há quem diga que Maradona jogou mais. Maradona tinha a genialidade e uma perna esquerda. Pelé tinha a genialidade e o corpo inteiro. Não há nenhum jogador que lhe chegue aos calcanhares. Podem juntar Ronaldo, Zidane, Ronaldinho, Henry, todos, todos. Ninguém faz sombra no reinado eterno do Pelé. No fim do filme, o pessoal aplaudiu ! Fiquei até emocionado. E olha que eu assisti num shopping, e não em uma sessão privada, ou em um cineclube. O público reconheceu a genialidade do Pelé. Depois de lances como aqueles não há quem não se curve diante de um mito.
Nunca mais vai existir outro Pelé. Um jogador que se profissionalizou aos 15 anos. Aos 16 foi campeão paulista marcando mais de 50 gols em pouco mais de 30 jogos. Aos 17 foi campeão do mundo com atuações impecáveis. Se tivesse parado aos 18 ele já teria sido um dos grandes. Mas não, ele ficou 18 anos marcando gols e ganhando títulos. Uma máquina de fazer gols. O futebol em estado de graça, na sua plenitude. Sem palavras, sem palavras...
quarta-feira, julho 07, 2004
Rápidas & Rasteiras
Por Diego Corneta
Insípido, inodoro e incolor
O título europeu da Grécia foi muito sem graça. Se por um lado apresentou um futebol extremamente eficiente, por outro, foi também extremamente feio. Jogou como time pequeno, que de fato o é. Em torneios de tiro curto, com mata-matas, são comuns essas surpresas. Descordo da “nova ordem” do futebol mundial. O que vemos é um desastre técnico, muita marcação, muita correria, muita força física, e pouco futebol. Bem pouco.
Insípido, inodoro e incolor - replay
O título americano do Once Caldas foi muito sem graça. Se por um lado apresentou um futebol extremamente eficiente, por outro, foi também extremamente feio. Jogou como time pequeno, que de fato o é. Em torneios de tiro curto, com mata-matas, são comuns essas surpresas. Descordo da “nova ordem” do futebol mundial. O que vemos é um desastre técnico, muita marcação, muita correria, muita força física, e pouco futebol. Bem pouco.
Título simpático
O título da Copa do Brasil conquistado pelo Santo André foi muito legal. Não é uma grande equipe. Foi beneficiada pela péssima fase do futebol atual e pela ausência dos times que disputaram a Libertadores. Foi também beneficiado pela defesa do Flamengo.
São Caetano (o time) não é exemplo
O São Caetano não é exemplo de boa administração futebolística. Repito, não é. A única administração que é boa por lá é da prefeitura de São Caetano, que arca com 60% (ou mais, não sei o valor exato) da folha salarial do clube. O time do São Caetano gasta com salário mais de R$ 1 milhão por mês, manda muito bem nas contratações, mas seu patrocínio é fraco (Consul), seu estádio não dá renda (é muito pequeno) e sua cota de TV é muito inferior à dos times grandes. Quem segura as pontas é a prefeitura. Recentemente a cidade foi eleita pela ONU a melhor em qualidade de vida aqui no Brasil. É umas das poucas prefeituras que não está afundada em dívidas, pelo contrário tem excedentes no erário público. É a campeã brasileira em PPP (parceria público-privado). Enfim, o maior exemplo de boa administração vem da prefeitura e não do clube.
(ul)Timão
Pára que eu quero descer ! Não agüento mais esses dirigentes, esse Tite, esses jogadores ! Desde que eu me conheço por gente, eu acompanho o Corinthians, não me recordo de um time tão ruim. O Tite ainda tem a cara-de-pau de dizer que o time está evoluindo. O cara ainda não ganhou nenhuma partida e vem dizer que o time está evoluindo !
Correr para discorrer
Schumacher ganhou 9 das 10 corridas da temporada. A única que ele não ganhou foi porque ele ficou de fora, com o carro quebrado. É perigoso ele ganhar todas as etapas restantes. Não duvido, não duvido.
Pitacos olímpicos
Chances reais de medalha: Vôlei masculino, Daiane dos Santos, Jadel Gregório, Robert Scheidt e Vôlei de praia feminino.
Correm por fora: Basquete feminino, Vôlei de praia masculino, judô masculino e feminino, vôlei feminino, Guga, revezamento 4 X 100.
0 Cornetadas
Insípido, inodoro e incolor
O título europeu da Grécia foi muito sem graça. Se por um lado apresentou um futebol extremamente eficiente, por outro, foi também extremamente feio. Jogou como time pequeno, que de fato o é. Em torneios de tiro curto, com mata-matas, são comuns essas surpresas. Descordo da “nova ordem” do futebol mundial. O que vemos é um desastre técnico, muita marcação, muita correria, muita força física, e pouco futebol. Bem pouco.
Insípido, inodoro e incolor - replay
O título americano do Once Caldas foi muito sem graça. Se por um lado apresentou um futebol extremamente eficiente, por outro, foi também extremamente feio. Jogou como time pequeno, que de fato o é. Em torneios de tiro curto, com mata-matas, são comuns essas surpresas. Descordo da “nova ordem” do futebol mundial. O que vemos é um desastre técnico, muita marcação, muita correria, muita força física, e pouco futebol. Bem pouco.
Título simpático
O título da Copa do Brasil conquistado pelo Santo André foi muito legal. Não é uma grande equipe. Foi beneficiada pela péssima fase do futebol atual e pela ausência dos times que disputaram a Libertadores. Foi também beneficiado pela defesa do Flamengo.
São Caetano (o time) não é exemplo
O São Caetano não é exemplo de boa administração futebolística. Repito, não é. A única administração que é boa por lá é da prefeitura de São Caetano, que arca com 60% (ou mais, não sei o valor exato) da folha salarial do clube. O time do São Caetano gasta com salário mais de R$ 1 milhão por mês, manda muito bem nas contratações, mas seu patrocínio é fraco (Consul), seu estádio não dá renda (é muito pequeno) e sua cota de TV é muito inferior à dos times grandes. Quem segura as pontas é a prefeitura. Recentemente a cidade foi eleita pela ONU a melhor em qualidade de vida aqui no Brasil. É umas das poucas prefeituras que não está afundada em dívidas, pelo contrário tem excedentes no erário público. É a campeã brasileira em PPP (parceria público-privado). Enfim, o maior exemplo de boa administração vem da prefeitura e não do clube.
(ul)Timão
Pára que eu quero descer ! Não agüento mais esses dirigentes, esse Tite, esses jogadores ! Desde que eu me conheço por gente, eu acompanho o Corinthians, não me recordo de um time tão ruim. O Tite ainda tem a cara-de-pau de dizer que o time está evoluindo. O cara ainda não ganhou nenhuma partida e vem dizer que o time está evoluindo !
Correr para discorrer
Schumacher ganhou 9 das 10 corridas da temporada. A única que ele não ganhou foi porque ele ficou de fora, com o carro quebrado. É perigoso ele ganhar todas as etapas restantes. Não duvido, não duvido.
Pitacos olímpicos
Chances reais de medalha: Vôlei masculino, Daiane dos Santos, Jadel Gregório, Robert Scheidt e Vôlei de praia feminino.
Correm por fora: Basquete feminino, Vôlei de praia masculino, judô masculino e feminino, vôlei feminino, Guga, revezamento 4 X 100.
segunda-feira, julho 05, 2004
Its The End Of The World As We Know It
por Anselmo Trompete
“That's great, it starts with an earthquake,
birds and snakes, an aeroplane - Lenny Bruce is not afraid.”
Alguém pode me dizer o que está acontecendo com o mundo do futebol ? Cadê os times de tradição? Ou a tradição dos times, que seja ! Meu DEUS ! Alguém puxe a cordinha que eu quero descer!
Começamos pelo Campeonato Paulista. Até 1985 os nenhum time do interior tinha vencido a competição. Foi quando nesse mesmo ano a Internacional de Limeira venceu o Palmeiras e sagrou-se campeã. De lá pra cá ainda tivemos o Bragantino vencendo a “final caipira” contra o Novorizontino e levando o caneco de 1990.
Esse ano foi a vez do São Caetano deixar Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos para trás. O Azulão derrotou na final o Paulista de Jundiaí para ganhar também um lugar ao sol.
Agora vamos para a Europa. A Copa dos Campeões também deu o que falar. Arsenal, Juventos, Real Madrid e Milan foram surpreendidos por times que passavam longe da lista de favoritos ao título. No caso do Arsenal ainda dou um desconto porque perderam para um rival londrino, o Chelsea.
O fato é que a finalíssima entre Mônaco x Porto foi, no mínimo, inesperada. Acho que nem os mais fanáticos torcedores de ambos os times apostariam que suas equipes chegariam à uma final da Champions League.
Continuando no no velho continente. Eurocopa 2004. Nem preciso falar alguma coisa, né? Grécia campeã ? Grécia campeã ? Tá, tá... o time grego parece que incorpora o espírito espartano quando entra em campo. Os jogadores encaram as partidas como fossem as Guerras Médicas ou do Peloponso. Mas, cá entre nós, alguém aí botava uma fé neles?
Voltamos para o Brasil . E não é que agora chegou a vez do Santo André? Fala sério! Quem iria acreditar que o “primo pobre do ABC” iria ganhar do Flamengo na final? Tudo bem que o time da Gávea tem um time tão ridículo quanto o do Corinthians, mas confesso que achei que a tradição fosse falar mais forte.
Daí tem aquele Zé Ruela que fala:
“Mas pelo que eu vi Santo André jogando, eu tinha certeza que ia ser campeão”.
É, amigo. Falar é fácil. DUVIDO que você apostaria R$100,00 no Santo André! DUVIDO!
Mas pra mim a gota d’água foi a final da Libertadores da América. Quando eu vi o Boca Juniors perder 3 cobranças de pênalti, pensei:
“PÁRA TUDO! Tem coisa errada aqui.”
Fala sério! Quem em sã consciência iria falar que o Once Caldas venceria o Boca Juniors? Acho que nem aquele Zé Ruela que disse que o Santo André iria ser campeão seria capaz de prever um resultado desses!
Tudo bem que resultados inesperados acontecem. Mas eles calharem de acontecer TODOS NO MESMO ANO já é demais.
E digo mais! Do jeito que as coisas estão indo, não vou me supreender com Cricíuma e Figueirense disputanto o título do Brasileirão nas últimas rodadas. E o Corinthians lutando pra não ser rebaixado, claro.
“It's the end of the world as we know it.
It's the end of the world as we know it.
It's the end of the world as we know it and I feel fine...fine...”
0 Cornetadas
“That's great, it starts with an earthquake,
birds and snakes, an aeroplane - Lenny Bruce is not afraid.”
Alguém pode me dizer o que está acontecendo com o mundo do futebol ? Cadê os times de tradição? Ou a tradição dos times, que seja ! Meu DEUS ! Alguém puxe a cordinha que eu quero descer!
Começamos pelo Campeonato Paulista. Até 1985 os nenhum time do interior tinha vencido a competição. Foi quando nesse mesmo ano a Internacional de Limeira venceu o Palmeiras e sagrou-se campeã. De lá pra cá ainda tivemos o Bragantino vencendo a “final caipira” contra o Novorizontino e levando o caneco de 1990.
Esse ano foi a vez do São Caetano deixar Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos para trás. O Azulão derrotou na final o Paulista de Jundiaí para ganhar também um lugar ao sol.
Agora vamos para a Europa. A Copa dos Campeões também deu o que falar. Arsenal, Juventos, Real Madrid e Milan foram surpreendidos por times que passavam longe da lista de favoritos ao título. No caso do Arsenal ainda dou um desconto porque perderam para um rival londrino, o Chelsea.
O fato é que a finalíssima entre Mônaco x Porto foi, no mínimo, inesperada. Acho que nem os mais fanáticos torcedores de ambos os times apostariam que suas equipes chegariam à uma final da Champions League.
Continuando no no velho continente. Eurocopa 2004. Nem preciso falar alguma coisa, né? Grécia campeã ? Grécia campeã ? Tá, tá... o time grego parece que incorpora o espírito espartano quando entra em campo. Os jogadores encaram as partidas como fossem as Guerras Médicas ou do Peloponso. Mas, cá entre nós, alguém aí botava uma fé neles?
Voltamos para o Brasil . E não é que agora chegou a vez do Santo André? Fala sério! Quem iria acreditar que o “primo pobre do ABC” iria ganhar do Flamengo na final? Tudo bem que o time da Gávea tem um time tão ridículo quanto o do Corinthians, mas confesso que achei que a tradição fosse falar mais forte.
Daí tem aquele Zé Ruela que fala:
“Mas pelo que eu vi Santo André jogando, eu tinha certeza que ia ser campeão”.
É, amigo. Falar é fácil. DUVIDO que você apostaria R$100,00 no Santo André! DUVIDO!
Mas pra mim a gota d’água foi a final da Libertadores da América. Quando eu vi o Boca Juniors perder 3 cobranças de pênalti, pensei:
“PÁRA TUDO! Tem coisa errada aqui.”
Fala sério! Quem em sã consciência iria falar que o Once Caldas venceria o Boca Juniors? Acho que nem aquele Zé Ruela que disse que o Santo André iria ser campeão seria capaz de prever um resultado desses!
Tudo bem que resultados inesperados acontecem. Mas eles calharem de acontecer TODOS NO MESMO ANO já é demais.
E digo mais! Do jeito que as coisas estão indo, não vou me supreender com Cricíuma e Figueirense disputanto o título do Brasileirão nas últimas rodadas. E o Corinthians lutando pra não ser rebaixado, claro.
“It's the end of the world as we know it.
It's the end of the world as we know it.
It's the end of the world as we know it and I feel fine...fine...”
quinta-feira, julho 01, 2004
Final inusitada na Eurocopa 2004
Por Fábio Sax
É, por essa, acho que ninguém mesmo esperava... Portugal e Grécia na final da Eurocopa 2004 devia ser uma das finais menos apostadas em qualquer bolsa por aí... E, no entanto, os dois times estão aí e decidem o principal torneio europeu de seleções no próximo domingo, na casa do time do Felipão...
Festa portuguesa na decisão...
A primeira semifinal da Euro-2004, entre Portugal e Holanda, foi um belo jogo... Cheio de alternativas, chances pros dois lados, bem disputado... Portugal saiu na frente ainda no primeiro tempo, com um gol de cabeça do garoto Cristiano Ronaldo, após cobrança de escanteio de Deco, da esquerda... A defesa holandesa ficou plantadinha, como pés de cânhamo em Amsterdã... (Cânhamo: do Aurélio: 1.Bot. Planta herbácea da família das canabidáceas [ Cannabis sativa (v. cânabis] , amplamente cultivada em muitas partes do mundo. As folhas são finamente recortadas em segmentos lineares; as flores, unissexuais e inconspícuas, têm pêlos granulosos que, nas femininas, segregam uma resina; o caule possui fibras industrialmente importantes, conhecidas como cânhamo; e a resina tem propriedades estupefacientes (v. maconha e haxixe). [Sin.: cânave, cânhamo-da-índia e maconha.])
No segundo tempo, enquanto a TV se atrapalhava com um replay, o cabeludinho Maniche recebia a bola na esquerda, trazia para o meio e dava uma bica que desviou de todo mundo, indo morrer à esquerda do goleiro Van der Sar, junto à trave... Uns minutos depois, Jorge Andrade não deixou nenhuma piada de português mentir: se atrapalhou ao cortar um cruzamento e encobriu o bom goleiro Ricardo, colocando os holandeses de novo no jogo...
Os 2 a 1 finais premiaram a maior objetividade dos portugueses, que atacaram mais que os holandeses... E perderam umas chances inacreditáveis, duas com o Pauleta (que é um dos piores atacantes que eu já vi), outra com o Figo (fez uma jogada linda, meteu uma bomba de esquerda e a bola explodiu na trave) e mais uma com o Maniche, cara a cara... De efetivo, a Holanda só conseguiu o gol contra... O que mostra bem como joga o time... Tem um ou outro bonzinho lá, mas só...
Cagada grega...
Não tem outra forma de definir o resultado da outra semifinal, entre Grécia e República Tcheca... Os gregos são bem meia-boca, batem barbaridade e deram muita sorte... O goleiro deles não deixou passar nem pensamento, e a marcação dura deles facilitou muito, parando especialmente o tal do Baros, principal jogador tcheco e um dos destaques (senão o maior) do torneio...
Os tchecos ainda sofreram com a saída de Pavel Nedved, seu principal jogador, ainda no primeiro tempo, contundido... Os caras são muito melhores que os gregos, jogam com toques precisos, saem em velocidade, mas pararam no muro grego... O gol de prata de Dellas, no último minuto do primeiro tempo da prorrogação, decretou o resultado e foi um verdadeiro castigo pro futebol, porque na final eles vão entrar ainda mais trancados...
0 Cornetadas
É, por essa, acho que ninguém mesmo esperava... Portugal e Grécia na final da Eurocopa 2004 devia ser uma das finais menos apostadas em qualquer bolsa por aí... E, no entanto, os dois times estão aí e decidem o principal torneio europeu de seleções no próximo domingo, na casa do time do Felipão...
Festa portuguesa na decisão...
A primeira semifinal da Euro-2004, entre Portugal e Holanda, foi um belo jogo... Cheio de alternativas, chances pros dois lados, bem disputado... Portugal saiu na frente ainda no primeiro tempo, com um gol de cabeça do garoto Cristiano Ronaldo, após cobrança de escanteio de Deco, da esquerda... A defesa holandesa ficou plantadinha, como pés de cânhamo em Amsterdã... (Cânhamo: do Aurélio: 1.Bot. Planta herbácea da família das canabidáceas [ Cannabis sativa (v. cânabis] , amplamente cultivada em muitas partes do mundo. As folhas são finamente recortadas em segmentos lineares; as flores, unissexuais e inconspícuas, têm pêlos granulosos que, nas femininas, segregam uma resina; o caule possui fibras industrialmente importantes, conhecidas como cânhamo; e a resina tem propriedades estupefacientes (v. maconha e haxixe). [Sin.: cânave, cânhamo-da-índia e maconha.])
No segundo tempo, enquanto a TV se atrapalhava com um replay, o cabeludinho Maniche recebia a bola na esquerda, trazia para o meio e dava uma bica que desviou de todo mundo, indo morrer à esquerda do goleiro Van der Sar, junto à trave... Uns minutos depois, Jorge Andrade não deixou nenhuma piada de português mentir: se atrapalhou ao cortar um cruzamento e encobriu o bom goleiro Ricardo, colocando os holandeses de novo no jogo...
Os 2 a 1 finais premiaram a maior objetividade dos portugueses, que atacaram mais que os holandeses... E perderam umas chances inacreditáveis, duas com o Pauleta (que é um dos piores atacantes que eu já vi), outra com o Figo (fez uma jogada linda, meteu uma bomba de esquerda e a bola explodiu na trave) e mais uma com o Maniche, cara a cara... De efetivo, a Holanda só conseguiu o gol contra... O que mostra bem como joga o time... Tem um ou outro bonzinho lá, mas só...
Cagada grega...
Não tem outra forma de definir o resultado da outra semifinal, entre Grécia e República Tcheca... Os gregos são bem meia-boca, batem barbaridade e deram muita sorte... O goleiro deles não deixou passar nem pensamento, e a marcação dura deles facilitou muito, parando especialmente o tal do Baros, principal jogador tcheco e um dos destaques (senão o maior) do torneio...
Os tchecos ainda sofreram com a saída de Pavel Nedved, seu principal jogador, ainda no primeiro tempo, contundido... Os caras são muito melhores que os gregos, jogam com toques precisos, saem em velocidade, mas pararam no muro grego... O gol de prata de Dellas, no último minuto do primeiro tempo da prorrogação, decretou o resultado e foi um verdadeiro castigo pro futebol, porque na final eles vão entrar ainda mais trancados...