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quinta-feira, junho 30, 2005

O pesadelo do Parreira e o sonho do torcedor 

Diego Corneta

— Trim, trim...
— Ãnh.. Cof! Ahhh... Alô? – atende Zagallo, meio acordado, meio dormindo; meio vivo, meio morto.
— Zagallo? Sou eu, o Parreira. Estava dormindo?
— Claro! São 4h00 da madrugada!
— Desculpe, me esqueci do fuso. Aqui na Alemanha são 9h00 da manhã.
— Que foi? Aconteceu alguma coisa?
— Tive um pesadelo, sonhei com a minha morte.... – falou Parreira com a voz trêmula.
— Você também?!? – espanta-se o Zagallo. — Eu também ando sonhando muito com a minha morte. Sonhando, sentindo e até vendo. Precisa ver só, achei que dessa vez eu fosse mesmo... Cof! Cof!
— Sei. Está melhor agora, não é? Mas eu vi o meu túmulo no cemitério São João Batista! Eu vi! Estava lá, com uma lápide enorme e lustrosa...
— Credo! Vade retro, cof, satanás! Desse tipo de sonho, cof, eu nunca tive, e como foi?
— Horrível. Minha lápide tinha apenas uma palavra como epígrafe....
— E o que estava escrito?
— RETRANQUEIRO.
— Como?
— Assim mesmo, RETRANQUEIRO. Em letras maiúsculas enormes. Somente isso, mais nada. Suei frio de tanto medo....
— Conta, cof!, mais, conta mais...
— Mais o que? Não basta isso? Sonhei perfeitamente com o meu próprio túmulo e lá estava escrito: Carlos Alberto Parreira. Nascido em tal, tal, tal. Falecido em tal, tal, de tal. Retranqueiro.
— Deus me livre e guarde! – Berrou o velho Lobo; — Cof! COOF!
— Tudo bem?
— Tudo. Só tosse, cof, só tosse. Não viu a data da morte?
— Não, ainda bem. Mas vi o bastante para me tirar o sono. Tenho que fazer alguma coisa para mudar isso...
— Fazer o que? Foi só um... cof, cof, sonho, esquece.
— Foi muito real, foi uma visão. Uma visão! É isso, uma visão divina a mim concedida. Vou mudar o futuro. A partir de agora vou jogar para frente! – exclamou um decidido Parreira.
— Você está, cof, louco??? Assim não dá, assim não vai. Faz que nem o Felipão, cof, bota três zagueiros, dois volantes e dois laterais que marcam.
— Não, vou manter o quarteto ofensivo. Eu vi minha lápide com meus próprios olhos, e lá estava: “RETRANQUEIRO”. Vou mudar isso. Tchau, preciso desligar. Volta a dormir, desculpe ter te acordado.
— Dormir? Não posso mais. Se minhas contas estiverem certas, já tossi 13 vezes! Depois disso, não posso mais dormir. Aí quem vai sonhar com morte vai ser eu... Tchau. – despede-se Zagallo.
— Você e esse número 13... Tchau. – Parreira desliga o telefone.

Moral da história:
O que aconteceu depois, todo mundo já sabe. Parreira entrou com o quarteto contra a Argentina e assistiu os brasileiros darem uma aula de samba aos milongueiros amantes do tango. Foi talvez a melhor apresentação da seleção sob o comando do Parreira, desde o longínquo ano de 1992... Não foi um jogo qualquer, foi uma final de um torneio contra a Argentina, um time cuja qualidade dispensa maiores comentários.

E o Brasil jogou. Jogou muito. Jogou como uma equipe. Assim, jogando coletivamente abrem-se os espaços para brilharem os talentos individuais, destaco dois: Cicinho e Adriano. O habilidoso lateral são-paulino jogou muito, participou dos quatro gols e já merece ser titular na posição de Cafu. Adriano teve três chances e guardou dois golaços. A seleção ainda viu Lúcio (quem diria!!!), Ronaldinho, Zé Roberto, Robinho e Kaká jogarem muito bem. Deu tudo certo, Robinho abriu pela esquerda (como está acostumado a jogar no Santos) e participou de boas jogadas, com dribles e uma bomba na trave. Kaká foi um leão no meio de campo e fez vários desarmes, ajudou na marcação e ajudou no ataque; foi premiado com um golaço. Ronaldinho, mesmo muito marcado, conseguiu abrir espaços, driblou, passou, bateu, apanhou e também deixou o seu.

O quarto gol foi maravilhoso. Depois de quase três minutos tocando a bola, com os argentinos na roda, o genial Ronaldinho percebeu o Cicinho livre na direita e inverteu o jogo. Cicinho matou já olhando para a área, com mais um toque na bola alçou-a perfeitamente na cabeça do Adriano. O Tanque da Inter de Milão posicionou-se entre os zagueiros e desferiu uma cabeçada clássica. Com impulsão e uma testada certeira de olho aberto, forte e para baixo, exatamente como manda a regra do bom cabeceio. Um golaço para ser lembrado por muito tempo. O time venceu, convenceu e mostrou que é possível sim um time ofensivo, criativo e solidário. 2006 que nos espere, desde a Copa do 1982 – há mais de 20 anos – que não tínhamos uma equipe com tantos excelentes jogadores e craques. E, se a história teimar em se repetir e fomos precocemente eliminados em 2006, sairemos de cabeça erguida, jogando para frente. E não como em 1990, com um time burocrático e previsível. Somos favoritos sim, e nunca pensei que fosse escrever isso aqui, mas como está na moda, visto as sandálias da humildade e digo: Parabéns, Parreira. Podemos dormir tranqüilos. E o Parreira também.

PS: A primeira parte do texto foi livremente inspirada no texto “Zagallo e a Posteridade”, do Luis Fernando Veríssimo, publicado nos jornais e reproduzido no livro “A Eterna Privação do Zagueiro Absoluto”. Justiça seja feita, plágio é crime. Plágio é feio.

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terça-feira, junho 28, 2005

ROBGOL E AFINS 

Por Pedrão Pistão

É pessoal, após um longo inverno estou de volta. Só não sei se de maneira definitiva, já que tenho muitas dificuldades em encontrar um tema que me anime a escrever um post...

Mas não é que nessa minha vida de leitor mais do que assíduo de jornal, dura rotina cotidiana, dou uma olhada no caderno de esportes, como todos os dias, e me deparo com algo que me chamou a atenção. Estava observando a tabela de classificação do Brasileirão 2005, vendo os times na liderança e na rabeira, e, de repente, não mais do que de repente, passo o olho na lista de artilheiros do campeonato. E lá estava, em primeiro lugar, isolado, o nome Róbson, do Paysandu.

Meditei durante alguns segundos. Acessei minha memória esportiva, e não é que o tal Róbson era Robgol, aquele mesmo que já havia tido uma passagem bem sucedida pela equipe do Pará, fazia muitos gols por lá. Tanto que despertou o interesse de times grandes aqui do Sudeste. E foi o Santos, carente de um camisa 9 matador, quem arriscou e trouxe o já rodado Róbson, chamado pelos mais fanáticos de Robgol. A seguir um pequeno retrospecto da trajetória do nosso herói.

A princípio a idéia não parecia das piores. Robgol tinha o faro do gol, era artilheiro, e mais, jogava no modesto time do Paysandu. No Santos, cheio de craques ao lado, seria muito mais fácil marcar gols. Ledo engano. Robgol foi um embuste. A cada partida que disputava, a bola, teimosa, insistia em não balançar as redes. Jogo após jogo e nada de gols. E como sustentar a alcunha de Robgol? A torcida já chiava, começava a falar que ele estava gordo, era velho, lento...

E, pela porta dos fundos, Robgol pegou seu boné, ou melhor, sua chuteira, e foi embora do Santos. Que eu me lembre fez uns dois ou três gols pelo time da Baixada, acho que algum de pênalti. Em resumo, foi um fracasso.

O futebol é pródigo em histórias como essa. Artilheiros em times sem tanta expressão, quando alcaçam equipes de ponta, sucumbem, não sei se pela pressão, ansiedade, ou ruindade mesmo. O meu Corinthians, já chamado por muitos de cemitério de centroavantes, já passou por situações semelhantes. Quem se lembra de um tal Didi? Acho que veio da Portuguesa. Tinha bom porte, fama de bom cabeceador, artilheiro... No começo, até que fez alguns gols, e mais nada. Teve também um tal de Aguinaldo, centroavante goleador do Vitória-BA. Esse, diziam, era matador. Que eu me lembre, a única coisa que ele matava era a paciência da torcida. Vai perder gol assim lá na .... Dimba fez muitos gols no Goiás, já no Flamengo foi um fracasso. O mesmo Goiás já teve o artilheiro Dill, que, no São Paulo, foi o homem de um gol só.

Atualmente, o Palmeiras vive situação parecida. Contratou um tal de Washington, que fez alguns gols pela Portuguesa no campeonato Paulista. De início, até impressionou, mas foi fogo de palha. Hoje esquenta o banco para um tal de Gioino. Gioino???

Mas, deixa eu voltar ao caso do nosso artilheiro-herói, o Robgol. Após sair do Santos, Robgol perambulou por algumas equipes, entre elas, o Bahia. Agora, de volta ao Paysandu, reencontra o caminho do gol. Neste início de Brasileirão é o artilheiro, com 7 tentos. Fiquei com a pulga atrás da orelha. Será que alguns jogadores só fazem gols em determinados times? Ou em determinadas situações? No meu entender, artilheiro é artilheiro em qualquer equipe.

A verdade é que tem muito enganador no futebol, faz uns golzinhos de vez em quando, é artilheiro em um campeonato, chama a atenção de um time grande, e aí já se dá por satisfeito. Acha que já fez o suficiente. Se receber alguma proposta de qualquer timeco do exterior, é a realização de um sonho. E nós, torcedores, vamos acompanhando a inusitada trajetória desses "artilheiros de época", que alternam um dia de pelé e milhares de mané.

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segunda-feira, junho 27, 2005

Rápidas & Rasteiras 

Diego Corneta

Fim da Lua-de-mel – Corinthians 0X1 Fluminense
Um Corinthians sem inspiração e preso na marcação do limitado Fluminense foi o que vimos no último domingo. O Timão pouco produziu e, quando chegou no gol, parou em algumas boas defesas do goleiro Kléber. Depois de cinco êxitos seguidos, o Corinthians se acomodou e aparentemente não quis vencer. Ou não soube.

Fim da invencibilidade – São Paulo 1X3 Internacional
Depois de uma série de 17 partidas invictos em seus domínios, o São Paulo reserva ruiu frente ao Internacional. Destaque para o meia Iarley que estreou no Inter marcando logo dois gols. Nesse momento o Tricolor só tem olhos para a Libertadores.

Fim da seqüência negativa – São Caetano 1X3 Santos
Depois de cinco partidas sem vitória, o Santos bateu o chato São Caetano lá no Anacleto Campanella. Algo que não é fácil. Deivid, que ainda não sabe se vai ou fica, abriu o marcador aos 22 segundos numa bomba de primeira, direto no ângulo. Indefensável, golaço. Giovanni marcou seu primeiro gol depois do retorno e jogou bem. Bom, é o que dizem, não vi o jogo.

Tropeço alviverde, mais um – Paysandu 2X1 Palmeiras
E não foi dessa vez que o Paysandu perdeu sua invencibilidade contra times paulistas. O último time paulista vitorioso lá em Belém foi o Corinthians em 2002, com um gol de bicicleta de Fábio Luciano... acreditem. Com um gol aos 39 e outro aos 48 do segundo tempo, o Palmeiras tomou uma virada e caiu pela quinta vez no campeonato.

Overdose de hermanos
Três Brasil X Argentina na mesma semana é demais! Vejam só, amanhã temos Brasil X Argentina pela semifinal do mundial sub-20. Quarta temos Brasil X Argentina pela final da Copa das Confederações e também na quarta temos River X São Paulo, que também não deixa de ser um confronto entre Brasil e Argentina...

O “quarteto” resiste
Ainda bem, o pragmático e previsível Parreira parece que está se esforçando para se redimir perante a história do futebol. Outrora retranqueiro, o técnico decidiu manter o quarteto ofensivo mesmo depois de derrotas para Argentina e México, e empate com o Japão. Acho isso ótimo. Ele ainda não desistiu do Lúcio e do Roque Júnior, mas já se deu conta que o Cicinho é, no mínimo, 148 vezes melhor que o Maicon. A seleção tem a chance de dar o troco na Argentina e, de quebra, levantar mais um caneco. Não vale nada, mas já que estamos disputando, vamos jogar para ganhar. Ou alguém pensa o contrário? O jogo promete.

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quinta-feira, junho 23, 2005

Por que a seleção não deslancha??? 

Diego Corneta

A questão é feita por todos os brasileiros e, quiçá, por todos os estrangeiros que acompanham a nossa seleção. A qualidade dos jogadores é indiscutível, mas o time não vai. Parece travado, empacado, atolado nos seus próprios equívocos. Vou tentar responder a questão proposta no título da maneira mais racional possível, mesmo sabendo que não vou chegar a uma resposta definitiva. No futebol não existe nada definitivo, não é uma ciência exata.

Primeiro ponto: dessa vez o Parreira não tem culpa. Quero dizer, não tem toda a culpa que costumam jogar nas suas costas. O time ideal – pelo menos no meu modo míope de ver – é bem próximo ao que tem entrado em campo. Na véspera da Copa de 70, diziam ser inviável um time com Pelé, Gérson, Tostão e Rivellino. Não foi. Recuaram o Gérson, jogaram o Rivellino na ponta esquerda e deixaram Pelé e Tostão flutuando. O resultado disso todo mundo já conhece, o mais espetacular time de futebol já formado. Tudo bem, os tempos são outros e os jogadores são outros. Concordo. Porém, o dilema é o mesmo, temos quatro grandes jogadores, Kaká, Robinho, Ronaldinho e Ronaldo (o Adriano está quebrando um galho....), todos espetaculares, e eles devem jogar juntos sim. Precisam de treino, paciência e disciplina. O “quadrado” do Parreira é ousado, corajoso e sonhador.

O técnico está certamente pecando ao insistir em Lúcio, Roque Júnior, que erram constantemente e não transmitem confiança ao time, ao goleiro e aos torcedores. Já passou da hora de Juan ser titular ao lado de Luisão, Alex ou até mesmo Edmilson. No mais, o Parreira está fazendo o que deve ser feito, pede insistentemente para o time abrir e jogar pelas laterais, mas não é ouvido. Pede para Ronaldinho ser mais objetivo, mas não é ouvido. E por aí vai...

A tendência dos jogadores “afunilarem” e jogarem pelo meio é compreensível. Quase todos os grandes jogadores – com algumas raras exceções – gostam de atuar mais pelo meio. É ali que eles têm uma visão mais privilegiada dos acontecimentos do ataque; é ali que eles teoricamente teriam mais liberdade de movimentos, uma vez que podem se deslocar para qualquer lado. Essa insistência é irritante, mas com uma boa dose de treinamento, entrosamento e disciplina podemos corrigir isso. Mas por que eles jogam mal?

Eis uma outra questão difícil de responder. Os fatores são múltiplos. Em seus clubes, nenhum deles (com exceção do Kaká) têm a responsabilidade de marcar. Em seus clubes, eles são quase sempre o centro das atenções e seus erros são mais perdoados, assim como seus acertos são mais valorizados. Isso não acontece na seleção. Outro problema, a temporada européia já acabou, eles não estão em plenas condições físicas. Mas isso não serve de desculpa para jogos das eliminatórias em que eles estão a plenos pulmões. Então, o que acontece com nossos craques?

A cobrança por boas atuações da seleção é sempre enorme, e isso pesa sim. Não basta ganhar, o Brasil tem que ganhar, jogar bem e, se possível, dar show. Essa cobrança deixa os jogadores afoitos e até desesperados. A consciência de que qualquer um deles pode decidir a partida em um único lance também atrapalha. Isso gera individualismo e acomodação. Enfim, as causas desse marasmo que assola a seleção são muitas e variadas, físicas, táticas e mentais. Mas eu ainda acredito nessa seleção. Aliás, como já é de praxe, todas as nossa seleções são bombardeadas antes das copas, até mesmo a histórica seleção de 70 saiu daqui sob vaias e sob suspeita. O nosso escrete e nossos craques precisam de tempo. Formar um time marcador e limitado com 11 cabeças de bagre é mais fácil do que formar um time criativo, inventivo e mágico. Sejamos pacientes.

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segunda-feira, junho 20, 2005

Rápidas & Rasteiras 

Diego Corneta

Gangorra
Brasil 4X1 Paraguai: grande jogo da seleção, com o “quadrado mágico” funcionando.
Brasil 1X3 Argentina: péssimo jogo, com o time inteiro falhando e sendo dominado.
Brasil 3X0 Grécia: outro grande jogo, com mais uma bela atuação do “quarteto fantástico”.
Brasil 0X1 México: outro péssimo jogo, com o time trombando na frente e falhando atrás.2
Fica a pergunta: quando é que a seleção e seus craques vão conseguir uma regularidade?

Será que agora vai?
Depois de estar atrás no placar, o Pedrinho voltou de mais uma contusão e foi fundamental para a virada do Palmeiras. Fez o gol de empate, deu o passe para mais dois e viu Marcinho, autor de três gols, brilhar ao seu lado. Com os três “inhos” em campo, Marcinho, Juninho e Pedrinho, o Verdão está melhorzinho. Que rima boba....

Escalada
A incógnita Márcio Bittencourt assumiu a cadeira de treinador e o Timão não perdeu mais. Já são cinco vitórias seguidas e o time está a apenas dois pontos do líder. Falta um centroavante e o Anderson vai fazer muita falta, mas a fiel torcida espera uma campanha melhor que nos anos anteriores.

Na marra
Foi assim que o São Paulo bateu o líder Botafogo, na marra. Vi o teipe na TV e o tricolor marcou muito bem com seus jovens jogadores. Se bem que o time do Botafogo não é assim tão difícil de ser marcado... Mas prevaleceu o time mais aplicado, São Paulo 1X0 Botafogo.

Ponte vai bem
A simpática Ponte Preta vai muito bem no início do torneio e está a apenas um ponto do líder. O time é bem montado e bem dirigido pelo competente Vadão. Aquele mesmo, o cara do “carrossel caipira”. Enquanto isso, o rival Guarani afunda-se no lamaçal da segundona.

Bocejos
Sem Robinho, sem Léo, sem Deivid, sem Paulo César... Deve ter sido um jogo daqueles de dar sono nas arquibancadas. Fortaleza 0X0 Santos.

Tudo azul
Esse time do São Caetano é impressionante. Vai técnico, vem técnico, vão jogadores e chegam jogadores; e o time consegue sempre manter uma regularidade. Bateu fora de casa o combalido Atlético-MG por 3X2. Está fazendo uma boa campanha e, do jeito que as coisas andam, pode até brigar por uma vaguinha na Libertadores.

Palhaçada
Alguém entendeu o que aconteceu na corrida em Indianápolis? Expliquem-me, por favor. Só sei que, para variar, o Rubinho tomou um chega pra lá do alemão, e um puxão de orelha da Ferrari.

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quinta-feira, junho 16, 2005

A volta do que não foi... 

Fábio Sax

Olá, amigos do Corneta... Já faz algum tempo que eu venho ensaiando pra voltar a escrever aqui, mas a preguiça e o Orkut me impediram... Aliás, o Orkut me atrapalhou deveras nesta vida blogueira, já que me fez perder o Deverasmente, meu antigo blog... Há uns dois meses, eu refiz o Deveras em outro endereço (tá ali na coluna da direita), mas perdi quase tudo... E hoje, eis que me deparei com um assunto que fica perfeito pra esse post: a volta do técnico Phil Jackson ao Los Angeles Lakers...

Há quase um ano, Jackson foi demitido pelo dono da equipe, Jerry Buss, dias depois da derrota para o Detroit Pistons na final da temporada 2003/04 da NBA... Assumiu o cargo o eterno técnico do Houston Rockets, Rudy Tomjanovich, responsável pelos dois títulos da história da equipe texana (em 1994/95 e 1995/96)... Na gíria dos meus colegas cornetas Anselmo e Diego, o Rudy "num güentou o batuque" e pediu demissão em fevereiro, alegando problemas de saúde...

Os Lakers, que até então lutavam pra pegar a sétima ou oitava vaga da Conferência Oeste nos playoffs, patinaram e, ajudados por contusões de jogadores importantes, como o ala-armador Kobe Bryant e o ala-pivô Lamar Odom, terminaram uma das suas temporadas mais esquecíveis em todos os tempos... Para se ter uma idéia, foi apenas a segunda vez que o time não chegou aos playoffs desde que mudou de Minesotta para Los Angeles, nos anos 60...

Desde a saída de Tomjanovich, Jackson era citado constantemente como o cara para assumir a equipe... Depois de muito pensar e relutar, o genro dos Lakers (faz um tempão que Jackson namora Jeannie Buss, filha do dono da equipe) finalmente resolveu voltar, pra reconstruir o time que a sua saída ajudou a destruir... Pra isso, ajudou e muito o fato de que ele vai receber o contrato de técnico mais alto de toda a história dos esportes coletivos nos EUA: 10 milhões de dólares por temporada, contrato de três anos...

Mesmo com essa grana toda, o treinador ainda não chega nem perto dos jogadores... O pivô Shaquille O`Neal, que se mandou dos Lakers pro Miami Heat depois da saída de Jackson, tira três vezes esse valor todo ano... Três jogadores do Lakers - Bryant, Odom e o superultramegahiper inútil pivô Brian Grant, que passou a temporada toda lutando contra as lesões - recebem mais do que isso...

Em todo caso, Jackson chegou pra tentar recolocar o time mais popular da NBA de volta no topo... Ao menos na mídia, isso ele já conseguiu... Sua contratação foi a notícia do dia na imprensa esportiva norte-americana ontem, ofuscando até mesmo a final da liga, entre Detroit Piston e San Antonio Spurs... A série terá hoje seu quarto jogo (os Spurs lideram por 2 a 1), em Detroit, e tem dois dos times mais chatos de se assistir na NBA...

Por chato, entenda-se que eles defendem pra caramba e raramente conseguem placares dilatados... Spurs e Pistons chegaram à decisão desbancando justamente os times mais interessantes da liga: o Phoenix Suns (time do MVP da temporada, o armador canadense Steve Nash, e do ala-pivô Amaré Stoudemire, apontado como o futuro melhor jogador da NBA) e o Miami Heat (que além do cada vez menos bom e cada vez mais velho, mas ainda dominante Shaq ainda tem o armador Dwyane Wade, que em poucos anos poderá ser até melhor que o Kobe)...

Pra não dizer que não falei dos gramados

O Santos provou ontem que tem mesmo que temer pela saída de Robinho... Se o moleque for embora mesmo, o time desanda de vez... Sem Robinho, o Santos é um time comum, mediano... Ontem, por puro desespero, não conseguiu vencer o Atlético Paranaense em plena Vila Belmiro... E olha que o Furacão tem apenas um ponto em sete rodadas no Campeonato Brasileiro, e é o lanterninha... Resultado: com a derrota por 2 a 0, o sonho do tri é adiado mais uma vez...

Já o São Paulo, que estava com a vaga na mão, só segurou o resultado no México, contra o Tigres... Perdeu a invencibilidade na Libertadores por 2 a 1, mas foi pra semifinal e continua na luta pra ser o primeiro time brasileiro com três títulos no torneio... O adversário da semi sai hoje, do confronto argentino entre River Plate e Banfield (o primeiro jogo terminou empatado: 1 a 1)... Quando ganhou seus dois títulos anteriores, o São Paulo deu sorte e não encontrou nenhum dos dois grandes times argentinos pela frente... O Boca está fora e, se der zebra e o Banfield vencer, o caminho do time brasileiro fica ainda mais fácil, já que o Atlético é uma baba e o Chivas Guadalajara, seu rival nas semis, estará desfalcado de seis jogadores, convocados para a seleção mexicana que disputa a Copa das Confederações, na Alemanha...

Fora da Libertadores, o Corinthians continua subindo a escada no Brasileirão... Ganhou do Flamengo no fim de semana, por 4 a 2, jogo sem torcida disputado em Mogi Mirim... Com direito a DOIS GOLS do JÔ (um deles, um golaço de esquerda, pra abrir o placar) e outro golaço do Roger, partindo do meio-campo... Foi a quarta vitória consecutiva do time sob o comando do técnico Márcio Bittencourt... Pelo jeito, o fantasma do Passarella tá bem longe do Parque, e que fique longe mesmo...

PS - Sem querer declarar que vou torcer contra, mas já declarando, tenho mais uma coisa a dizer: a torcida são-paulina é, reconhecidamente, uma das mais malas do Brasil... Pensou se ganharem a Libertadores??? Sai, zica!!!

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segunda-feira, junho 13, 2005

Rápidas & Rasteiras 

Por Diego Corneta

Deu certo
Deu tudo certo para o Corinthians do interino-efetivado Márcio Bittencourt. O time, mesmo com muitos desfalques, jogou bem e bateu o fraco Flamengo por 4X2 num jogo sem torcida. Destaque para Jô (ele mesmo!), autor de dois gols, e Roger, autor de um gol e arquiteto da vitória.

Deu errado
O Palmeiras contratou de última hora, não teve tempo para treinar e foi eliminado da Libertadores. Com duas semanas de treino, pensava-se que o time poderia melhorar. Ledo engano. Jogou mal e perdeu por 2X1 para o sempre cascudo Goiás.

Quase deu certo
O Santos entrou desfalcado de Robinho, Léo e Paulo César, e apenas empatou (1X1) com o tricolor carioca. Mesmo assim criou muitas chances de gol. Se o Deivid – que fez um e perdeu quatro – tivesse numa tarde mais inspirada, o Santos ganharia do Fluminense. Outra coisa, com Henao e Mauro, o peixe está frito. Perdoem-me pelo trocadilho infame.

Quase deu errado
O São Paulo nunca ganhou do Paysandu lá em Belém. Continua sem ganhar, mas dessa vez garantiu um pontinho. Melhor que nada, convenhamos. Num jogo tumultuado, o tricolor teve dois homens expulsos e empatou por 2X2. Viu ainda o pançudo Robson (o Robgol, ele mesmo!) marcar duas vezes.

Dessa vez, deu certo
Rubinho largou em último e devido a uma seqüência de acontecimentos, chegou em terceiro. Carros quebraram, trapalhadas nos boxes, etc. Deu sorte e teve talento para não bater e para realizar algumas ultrapassagens. Seria o fim da falta de sorte de Rubinho? Duvido.

Dessa vez, deu errado
Na sua enésima tentativa de voltar a lutar, Mike Tyson até que começou bem nos dois primeiros assaltos. Porém, cansou e foi surrado. Apelou com cabeçadas e cotoveladas, mas mesmo assim não foi suficiente para vencer o fraco oponente irlandês, Kevin McBride.

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quinta-feira, junho 09, 2005

Na mesma moeda 

Por Diego Corneta

Primeiro turno das eliminatórias, Mineirão: Brasil 3X1 Argentina. Segundo turno, Monumental de Nunes: Argentina 3X1 Brasil. Agora, o jogo.

Dessa vez, o Parreira não errou. Fez certo ao escalar o quarteto ofensivo formado por Kaká, Ronaldinho, Robinho e Adriano. Estava todo mundo clamando por isso; imprensa e torcedores. No meu modo de ver, humilde e míope, os maiores responsáveis pela derrota foram justamente aqueles dos quais tanto se esperava; as estrelas brasileiras.

Cafu, já um idoso, não consegue mais impor seu vigor físico e tomou muitas bolas nas costas. Não é a primeira vez que falo isso aqui no Corneta. E ainda por cima, vacilou feio no primeiro gol ao não acompanhar a rápida saída dos zagueiros Juan e Roque Junior. Cafu ficou olhando para o céu e deu condição para Crespo ficar na cara do gol.

Roberto Carlos deu um dos seus já habituais chutões para cima. Prestem atenção, ele repete a bizarra jogada com uma certa freqüência. Numa final de Copa dos Campeões (99), a insólita jogada deu certo, Zidane pegou um lindo sem pulo depois de um chutão do Roberto Carlos. Porém, ontem quem pegou a bola depois de Roberto Carlos rifá-la, foi o talentoso Riquelme. O meia argentino deu um show de categoria: matou de calcanhar já tocando para Lucho Gonzáles, depois recebeu na frente, livrou-se da marcação e fuzilou de esquerda para o gol. Golaço.

O Roque Junior, jogador que muito admiro, também falhou no terceiro gol. Crespo tomou sua frente e até abaixou-se para cabecear. Sem dizer que no lance de mesmo gol, Saviola – que deitou e rolou no primeiro tempo – pegou a bola dentro da área, girou e cruzou sem pressão nenhuma, como num treino.

No segundo tempo, o Brasil melhorou e criou algumas jogadas. A Argentina diminuiu o ímpeto agressivo e passou a administrar a partida, jogando no contra-ataque. Mesmo assim, Robinho, Ronaldinho, Adriano e Kaká não conseguiram fazer os gols que precisávamos. Roberto Carlos acertou (finalmente!) uma bomba indefensável e diminuiu. Foi só.

Fica a lição. Temos um escrete invejável, espetacular. Há muito tempo que não conseguíamos reunir tantos excelentes jogadores num só time. No entanto, se os caras não correrem e não marcarem, vai tudo por água abaixo. A Argentina fez um primeiro tempo arrasador; marcando, brigando e jogando muito. Mostraram que é possível unir técnica e talento com aplicação tática e dedicação. Se um dia jogarmos assim, seremos imbatíveis. Ou quase.

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segunda-feira, junho 06, 2005

Um saci de duas pernas – parte 2 

Por Diego Corneta

Então, o Santos fez uma campanha regular, com alguns lampejos da dupla Diego & Robinho. Aliás, nessa época, os dois jovens jogadores pareciam indissociáveis. Sempre que falavam de um, obrigatoriamente, falava-se do outro. O time da Vila Belmiro classificou-se para a fase final do torneio na última rodada, devido a uma baita porção de sorte.

Bastava um empate para o Cruzeiro classificar-se, e os mineiros levaram uma lavada (4X0) do já rebaixado Gama. Empataram em número de pontos e vitórias com o Santos, que acabou classificado por ter um saldo de gols superior. A sorte começava a aparecer para os “meninos da vila”.

Robinho já tinha feito alguns de seus lances durante a fase de classificação, mas o protagonista do time ainda era o Diego. Isso durou até os mata-matas. Quartas-de-final, primeiro jogo contra o São Paulo, primeiro colocado e favorito ao título, e o Santos ganha de 3X1, em grande atuação da dupla Diego & Robinho. Jogo de volta, 1X1, em um jogo tenso e movimentado. Passa o Santos.

Semifinal, primeiro jogo contra o Grêmio. Alegre show de futebol de Robinho e mais um triste showzinho particular do Danrley. Santos faz 3X0, com uma partida infernal do jovem Robinho, com dribles, arrancadas, passes e um golaço de cobertura. Na volta o Grêmio abusou da violência, mas só fez 1X0. Passa o Santos.

Primeiro jogo da final contra o Corinthians, depois de uma entrada desleal no atacante Deivid (na época no Corinthians), Robinho escapa de um amarelo que o tiraria da final. Sorte grande. E ainda dá o passe para o gol de Renato. Santos faz 2X0. Na final, o destino do jovem rumou como se já estivesse traçado há mais de 10 mil anos, como diria Nelson Rodrigues. Diego machucou-se nos minutos iniciais e deu espaço para Robert. Sem seu fiel companheiro, sobrou para Robinho decidir a partida. E ele fez isso, decidiu. Continua....

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sexta-feira, junho 03, 2005

Um saci de duas pernas – parte 1 

Por Diego Corneta

Ele não disputou a Copa São Paulo. Ele não passou pelas seleções nacionais juniores. Não era sequer titular nas categorias de base do seu clube. Hoje ele é uma unanimidade, capa de uma recente revista da Fifa distribuída no mundo inteiro. Cotado nos maiores clubes do mundo. Sensação na América Latina. Coqueluche no Brasil. Ficou fácil, não é? Robinho, Robinho, Robinho.

No primeiro semestre de 2002, não tivemos o campeonato paulista. Melhor, tivemos, mas foi disputado apenas por clubes do interior. Os quatro grandes, acrescidos de São Caetano, Guarani, Ponte Preta e Paulista, disputaram uma Copa Rio-SP inchada. Lembram-se? As semifinais foram disputadas entre Corinthians X São Caetano e São Paulo X Palmeiras. O Santos? Fez uma campanha pífia, com um time fraco e desentrosado.

Um garoto de 16 anos começava a sair do banco para atuar. Fez inclusive alguns gols no torneio. Seu nome? Diego. Renato e Elano também começavam a aparecer. E o Robinho? Nada dele, era apenas um garoto magrela das categorias de base, ainda não treinava com os profissionais. Não me lembro se o Leão chegou logo após o término da Rio-SP, ou se chegou com o Brasileiro de 2002 já em andamento... não me lembro. O fato que importa é logo depois da chegada de Emerson Leão ao time do Santos, ele foi apresentado ao Robinho.

Leão já relatou o episódio em entrevistas e ele mesmo confessou que não botou fé no atacante baixinho (na época ele tinha 1,71), fracote e magrela. Leão até fez piada das perninhas finas do rapaz. Acontece que no Brasileiro de 2002, o Santos foi levando aos trancos e barrancos, aprimorando o time e entrosando a molecada. Sim, o time era jovem e desengonçado. O mais velho e capitão da equipe era o Léo, com não mais que 26 anos. O time base era: Julio César, Maurinho, Alex, André Luiz e Léo; Paulo Almeida, Renato, Elano e Diego; Robinho e Alberto. Então o Santos... continua na semana que vem.

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