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quinta-feira, junho 09, 2005

Na mesma moeda 

Por Diego Corneta

Primeiro turno das eliminatórias, Mineirão: Brasil 3X1 Argentina. Segundo turno, Monumental de Nunes: Argentina 3X1 Brasil. Agora, o jogo.

Dessa vez, o Parreira não errou. Fez certo ao escalar o quarteto ofensivo formado por Kaká, Ronaldinho, Robinho e Adriano. Estava todo mundo clamando por isso; imprensa e torcedores. No meu modo de ver, humilde e míope, os maiores responsáveis pela derrota foram justamente aqueles dos quais tanto se esperava; as estrelas brasileiras.

Cafu, já um idoso, não consegue mais impor seu vigor físico e tomou muitas bolas nas costas. Não é a primeira vez que falo isso aqui no Corneta. E ainda por cima, vacilou feio no primeiro gol ao não acompanhar a rápida saída dos zagueiros Juan e Roque Junior. Cafu ficou olhando para o céu e deu condição para Crespo ficar na cara do gol.

Roberto Carlos deu um dos seus já habituais chutões para cima. Prestem atenção, ele repete a bizarra jogada com uma certa freqüência. Numa final de Copa dos Campeões (99), a insólita jogada deu certo, Zidane pegou um lindo sem pulo depois de um chutão do Roberto Carlos. Porém, ontem quem pegou a bola depois de Roberto Carlos rifá-la, foi o talentoso Riquelme. O meia argentino deu um show de categoria: matou de calcanhar já tocando para Lucho Gonzáles, depois recebeu na frente, livrou-se da marcação e fuzilou de esquerda para o gol. Golaço.

O Roque Junior, jogador que muito admiro, também falhou no terceiro gol. Crespo tomou sua frente e até abaixou-se para cabecear. Sem dizer que no lance de mesmo gol, Saviola – que deitou e rolou no primeiro tempo – pegou a bola dentro da área, girou e cruzou sem pressão nenhuma, como num treino.

No segundo tempo, o Brasil melhorou e criou algumas jogadas. A Argentina diminuiu o ímpeto agressivo e passou a administrar a partida, jogando no contra-ataque. Mesmo assim, Robinho, Ronaldinho, Adriano e Kaká não conseguiram fazer os gols que precisávamos. Roberto Carlos acertou (finalmente!) uma bomba indefensável e diminuiu. Foi só.

Fica a lição. Temos um escrete invejável, espetacular. Há muito tempo que não conseguíamos reunir tantos excelentes jogadores num só time. No entanto, se os caras não correrem e não marcarem, vai tudo por água abaixo. A Argentina fez um primeiro tempo arrasador; marcando, brigando e jogando muito. Mostraram que é possível unir técnica e talento com aplicação tática e dedicação. Se um dia jogarmos assim, seremos imbatíveis. Ou quase.

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