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terça-feira, maio 31, 2005

O vôo da Fênix 

por Anselmo Trompete

Se tem uma partida que eu vou me arrepender pro resto da minha vida de não ter assistido é a final da Copa dos Campeões. Só de lembrar que o Liverpool venceu o Milan nos pênalties, mesmo depois de estar perdendo de 3x0 já me dá um frio na barriga. No entanto, acompanhei (juntamente com meus companheiros de Corneta, Fábio Sax e Diego Corneta) a partida pelo site oficial da Champions League.

Confesso que estava torcendo para o Liverpool. É que depois que morei na Inglaterra peguei simpatia por esse time e também pelo humilde, porém simpático, Fulham. Sem contar que eu, assim como muitos, tenho uma estranha mania de torcer sempre para o (aparentemente) mais fraco quando é uma final que não vai fazer muita diferença na sua vida.

O Milan começou arrasador com Maldini fazendo um golaço logo no primeiro minuto de partida. Um voleio matador na entrada da área colocou os italianos em vantagem. Crespo, depois de um belo passe de Schevchenko ampliaria para o Milan: 2x0. Aos 43 o argentino autor do segundo gol deixaria novamente sua marca ao receber um ótimo passe de Kaká. O Milan terminaria o primeiro tempo vencendo por 3x0.
Nesse exato momento, Fábio Sax veio até minha mesa dizendo: “Já era.”. E eu também achei que não dar para os Reds.

Só que veio o segundo tempo e ninguém falou para os jogadores do Liverpool que o jogo tinha acabado. De fato, a partida ainda estava na metade. É nessas horas que eu queria saber o que o técnico Rafael Benítez falou para seu time no intervalo... Que palavras profanou esse espanhol para fazer com que seu esquadrão voltasse a campo com tamanha força de vontade?

Bom, o fato é que aos 8 minutos Gerrard subiu sozinho de cabeça pra marcar o primeiro gol do time inglês. Logo depois Smicer acertou um belo chute de fora da área, no cantinho do gol do goleiro Dida: 3x2.
Aos 13 minutos o que parecia impossível aconteceu. Gerrard sofreu um pênalti. O espanhol Xabi Alonso cobrou e.... Dida defendeu! Só que no rebote o mesmo Xabi estufou a rede milanesa.

O resultado permaneceu 3x3 até o final do jogo. Na prorrogação, o Milan arrasou o time da terra dos Beatles. Mas, definitivamente a sorte não sorria para a equipe italiana. Schevechenko cabeçeou forte e Dudek defendeu. No rebote a bola sobrou novamente para o atacante ucraniano que, em dentro da pequena área, encheu o pé. Só que MILAGROSAMENTE a bola bateu no arqueiro do Liverpool e saiu para escanteio. Não era para o Milan vencer. Não era.

Nos pênalties novamente brilhou a estrela do goleiro polonês Dudek. Ele defendeu as cobranças de Schevchenko e Pirlo. O lateral brasileiro Serginho deu menos trabalho, chutando a bola por cima. Final Liverpool 3 x 2 Milan. Os Reds conquistaram seu quinto título.

Foi, sem dúvida, um dos jogos mais emocionantes do ano. Uma final digna de duas grandes equipes eurpéias que, somadas, têm 11 títulos da Copa dos Campeões.
O Liverpool mostrou-se uma equipe valente e derteminada. Mesmo quando tudo parecia perdido, conseguiu reverter um resultado que parecia impossível de ser revertido. Um belo exemplo para não levarmos apenas dentro das quatro linhas, mas também para qualquer situação na nossa vida: NADA é impossível. Parabéns Reds!

Nota: o pássaro no escudo do Liverpool é a Fênix, animal mítico que, segundo a lenda, ressurge de suas próprias cinzas.

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quinta-feira, maio 26, 2005

Rápidas & Rasteiras 

Por Diego Corneta

Quarta-feira gorda
26 de maio de 2005, quarta-feira. Que dia para o futebol! Final da Copa dos Campeões. Atuação de gala (mais uma) de Robinho na Vila. E, de quebra, um dos maiores clássicos paulista nas oitavas da Libertadores. Confiram.

Não foi tão fácil
Quem ouviu os prognósticos de boa parte da imprensa e dos são-paulinos, pensava que o Palmeiras fosse tomar duas surras homéricas. Não foi assim. O São Paulo tem o melhor time e avançou, mas fez isso a duras penas. O primeiro jogo foi horrível, truncado e nervoso, mas com um chute indefensável de esquerda do lateral direito, o tricolor ganhou. No segundo jogo tivemos um Palmeiras fraco e incompetente, que mesmo com um homem a mais durante um bom tempo, não soube criar jogadas para finalizar. O pênalti para o São Paulo foi, no mínimo, controverso. Não são todos os juízes que dariam. Mas o gol de falta do Cicinho acabou com as dúvidas. Deu São Paulo.

O time da Vila
Em 2005, o Santos mantém a impecável marca de 100% de aproveitamento em seus domínios. Com uma atuação de gala de Robinho – aliás, já perdi as contas de quantas vezes eu já escrevi isso aqui! – o Santos liquidou o Universidad e também avançou. Ricardinho deu um passe mágico para o Flávio marcar e abriu a porteira chilena, depois tudo ficou mais fácil. Se o Santos repetisse fora de casa suas atuações na Vila Belmiro, já seria o campeão. Teoricamente, teoricamente.

Título heróico
Ganhar um título importante é sempre bom. Quando é em cima de um adversário sabidamente superior, é melhor. Depois de estar perdendo por 3 X 0, então é um orgasmo. Foi o que aconteceu com o Liverpool. Perdiam o jogo por três gols, salvaram duas bolas em cima da linha, goleiro fez defesas providenciais, e o time inglês empatou em sete minutos. Tiveram sorte? Sim, muitas vezes os campeões têm sorte. Schevchenko não estava numa boa jornada, o juiz (ou o bandeira, não vi o lance) anulou um gol legal do Milan. Tiveram competência? Sim, os campeões sempre têm algum mérito. O Liverpool derrubou favoritos e chegou na final, soube empatar o jogo e segurar o poderoso Milan na prorrogação. Soube também bater os pênaltis. Campeão heróico. Um título para a torcida nunca mais esquecer.

Registrando
O meia atacante Alex acaba de ser campeão na Turquia. Tudo bem, eu concordo que o futebol lá não deve ser uma maravilha. Mas acontece que o cara marcou 24 gols e deu passe para outros 15. Foi eleito o melhor da competição. É um jogador que seria titular em todas as seleções do mundo, menos na brasileira. Sou fã do Alex, portanto suspeito para falar mais....

A outra volta do Guga
Depois de mais uma cirurgia no quadril, o maior tenista brasileiro de todos os tempos tenta voltar ao circuito profissional. Está difícil para o nosso Guga. Depois da volta, ganhou apenas um jogo e perdeu todos os demais (seis? sete?, sei lá). Não acompanho tênis com assiduidade, mas acho que seria melhor o Guga desencanar, ir curtir a vida e surfar. Ela já foi o número um da ATP e não precisa provar nada para mais ninguém.

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terça-feira, maio 10, 2005

Rápidas & Rasteiras 

Por Diego Corneta

Problemas técnicos – A novela
Como vocês podem perceber, os problemas técnicos ainda persistem. Especialistas japoneses e programadores indianos que trabalham no Vale do Silício já estão trabalhando no caso. Vamos resolver.

Corpo mole
Como corintiano, eu fiquei muito chateado com a eliminação humilhante na Copa do Brasil e com a derrota também humilhante frente ao São Paulo. Esfriando a cabeça e analisando os indícios que pipocam aqui e ali, penso que desde o jogo contra o Botafogo, o time do Corinthians joga para derrubar o técnico Passarella. Como é que um time que fica 11 partidas invictas começa e ser subitamente surrado? Passarella afastou uma maçã podre (Fábio Costa) e pensou que tinha resolvido o problema do complô. Depois, ainda afastou Roger e Betão. Aí a vaca foi pro brejo mesmo. Fábio Costa, Roger e Betão são os jogadores mais esclarecidos e lideram o elenco. Aparentemente, lideram também um movimento para derrubar o técnico.

Roger traidor
Não há quem me convença o contrário. Roger chutou o pênalti para fora propositalmente. Já tinha até o álibi pronto, uma resposta bonitinha na ponta da língua. Disse que Zico, Platini e Baggio também já erraram. Errou para derrubar o Passarella e acabou derrubando o Corinthians também.

Panelinha
Para um time perder, não precisa ser todo mundo conivente. Bastam três ou quatro jogadores fazerem corpo mole para desmontar qualquer sistema tático defensivo ou ofensivo. Digo isso pois acho que a derrubada do Passarella é arquitetada por uma panelinha. Marcelo Mattos e Sebá, por exemplo, são queridinhos do técnico e não estariam nessa panela.

Jogador não é santo
Não. Não é uma teoria da conspiração no Parque São Jorge. Numa excelente entrevista à revista Playboy, o volante Vampeta assumiu que os jogadores derrubaram o técnico Vadão – que entrou logo após a saída de Oswaldo de Oliveira, em 2000 – pois não gostavam dele. No São Paulo, há alguns anos atrás, o Müller também assumiu que liderou um movimento para derrubar o técnico Parreira, desafeto do atacante desde a Copa de 94. Ou seja, isso acontece sim, é que raramente os jogadores assumem. E os mesmos jogadores não estão nem aí para as conseqüências negativas, não se importam com uma desclassificação ou com uma derrota humilhante, querem o técnico fora.

Fritura e $$$
Desde o afastamento do goleiro Fábio Costa, já há movimentos na diretoria corintiana para derrubar o técnico. Agora, depois das recentes tragédias já citadas, sua permanência tornou-se insustentável. Pressionam o Passarella para ele pedir demissão. Mas, como o cara não é bobo, só sai se for mandado embora. Assim ele receberia algo em torne de R$ 3 milhões previstos no seu contrato no caso de uma rescisão. Apenas sua multa o segura no clube.

Ronaldos
Agora, falando de coisas boas. De umas três ou quatro rodadas para cá, os Ronaldos são os protagonistas de uma disputa sensacional. Ambos estão jogando muito e comandam suas equipes. Ronaldinho, com gols e passes mágicos, conduz o Barcelona ao título. Ronaldo, mais magro, voltou a fazer o que mais sabe, gols. Vai ser difícil para o Real, pois o Barça precisa de apenas mais uma vitória nas três últimas partidas do campeonato.

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quinta-feira, maio 05, 2005

Enquanto isso, nos bastidores... 

Por Diego Corneta

O futebol que nós tanto gostamos não é só disputado dentro dos campos. Em outras praças também há disputas. Nos tribunais comuns e desportivos , nas federações, nas diretorias dos clubes, nas tevês, na CBF, no congresso...
Enquanto os programas de tevê idiotas insistem em passar milhares de vezes as mesmas notícias, como a crise do Corinthians, a “saída” do Robinho, ou o Marcinho no Palmeiras; ontem em Brasília tivemos o lançamento da loteria Timemania. Hoje eu assisti alguns dos programas do meio-dia e nenhum deles mencionou o fato tão importante para o futebol brasileiro. Nenhum. A pauta do dia foi o desastre da desclassificação corintiana na Copa do Brasil.

O que é a Timemania? Explico. Mais de 90% dos clubes profissionais do país têm alguma dívida com o governo; na sua maioria são dívidas fiscais e/ou trabalhistas. Os times estão falidos e afirmam que não têm dinheiro para pagar, e a União, por outro lado, não quer ficar sem os milhões de reais que tem para receber. Criaram uma loteria chamada Timemania para dar um jeito na pendenga. Os times da série A, B e C cedem seus escudos e seus nomes para o governo fazer uma loteria federal temática.

A estimativa da Caixa Econômica Federal é que a loteria arrecade cerca de R$ 500 milhões por ano. A forma dessa loteria não está definida, mas a divisão do bolo é a seguinte: de tudo que for arrecadado com a Timemania, 46% pagará as premiações, 20% irão para o custeio e manutenção, 5% para projetos sociais do Ministério do Esporte, 3% para o fundo penitenciário nacional, 1% para a seguridade social e 25% para os clubes – sendo 65% para os times da série A, 25% para os da série B e 10% para os cubes da série C.

A Timemania era para ser criada através de um projeto de lei normal, com votações na câmara de deputados e no senado federal. Porém, os clubes estavam temerosos com eventuais mudanças que os deputados poderiam fazer. Para evitar isso, fizeram lobby com presidente Lula e conseguiram que a Timemania fosse oficializada por meio de uma “canetada” do presidente, uma Medida Provisória.

A adesão à Timemania começa hoje e se encerra em três meses. A partir do momento em que aderir, o clube já pode negociar sua dívida com o governo.O prazo para os clubes quitarem suas dívidas com o governo é de cinco anos. Os clubes reclamam e já pedem uma prorrogação do prazo para oito anos. Os times que não estiverem em dia com as parcelas de suas dividas, não receberão as suas demais cotas do bolo da Timemania, e poderão ficar fora de campeonatos. É uma medida engenhosa, porém há um risco. A lei – sem as alterações dos deputados – não prevê punições legais para presidentes e diretores do clube que, eventualmente, se apoderarem do dinheiro de uma forma inapropriada. Ou, trocando em miúdos, se os caras roubarem, não acontece nada com eles, somente com os clubes. Sabemos da desastrosa experiência que temos envolvendo cartolas, diretores e dinheiro. A possibilidade de corruptos pegarem a grana é real. E, mais uma vez, parece que a impunidade vai se perpetuar.

Em tempo:
A CPI do Futebol há alguns anos atrás provou por A + B que a administração da CBF, Vasco e Flamengo tinham diversas irregularidades. Evasão de divisas para paraísos fiscais, corrupção ativa e passiva, malabarismos contábeis para enganar o fisco, tráfico de influência, etc, etc, etc. Quem foi preso? Ninguém. Ricardo Teixeira segue na CBF, Eurico perdeu seu mandato de deputado, mas segue no Vasco. E Márcio Braga perdeu a cadeira de presidente, mas segue no Flamengo
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segunda-feira, maio 02, 2005

Ditaduras no esporte 

Por Diego Corneta

Gerasime Bosikis, o Grego, foi reeleito para seu terceiro mandato frente à Confederação Brasileira de Basquete. No poder desde 1997, Grego vai dar as cartas até 2009. Não sou muito de assistir aos infrutíferos e tediosos programas esportivo dominicais, mas ontem, enquanto eu jantava, parei para ver o Terceiro Tempo e acompanhei o sincero desabafo/protesto do Oscar, o maior jogador de basquete da nossa história.

Oscar está de parabéns. São poucos os homens que tem coragem de se manifestarem publicamente contra seus superiores. Oscar busca melhorias concretas para o basquete nacional e usa toda a sua estatura e “envergadura moral” (só para usar uma expressão da moda) para conseguir seus objetivos. A sua ida ao programa de ontem e seu pronunciamento vão ficar na sua e na nossa história.

Vamos aos fatos. Na época das olimpíadas do ano passado, eu publiquei aqui neste espaço textos que mencionavam as ditaduras no esporte brasileiro. Citei o caso da família Mamede, que domina o judô, citei o caso do Nelson Nastás, que dominava o tênis; o Ricardo Teixeira e sua patota que há mais de 20 anos controlam o futebol; citei o próprio Grego, no basquete; só não citei mais por falta de informação. Fiz a lição de casa como jornalista, fui atrás dos fatos. A verdade é que das 27 modalidades que fazem parte dos Jogos Olímpicos, apenas duas trocaram sua direção depois das Olimpíadas. Badminton, onde o presidente abriu mão da reeleição, e tênis, depois do providencial boicote e pressão dos principais jogadores do país. Os outros 25 esportes seguem sob direção ditatorial. Democracia parece ser um sonho distante no esporte brasileiro.

Falando em boicote, um dos principais nomes do basquete nacional, Nenê Hilário, afirmou que enquanto o Grego for o presidente da CBB, ele não joga na seleção. Foi uma voz solitária que infelizmente não foi seguida. Faltam aos nossos jogadores a coragem e a visão política necessária para tomarem decisões com esta. Se outros grandes jogadores (como Leandrinho, Varejão, Marcelinho, e outros) seguissem o gesto do Nenê, talvez Grego não fosse reeleito. Mas culpa não é apenas dos jogadores, a culpa principal é dos dirigentes que elegeram o Grego. A sede de poder dos homens é talvez a sua maior ruína. Com bem disse Oscar, federações de estados como Roraima, Acre, Rondônia, Amapá e outros, votariam e votaram na continuidade do Grego. Como será que anda o basquete nestes estados? Ou melhor, existe basquete por lá? Trocam votos por favores pessoais e poder.

Um dos opositores, o representante da federação de Alagoas, Juarez Marsson, solicitou à mesa diretora permissão para questionar o presidente Grego a respeito das suspeitas de compra de votos com pagamento de passagens e hotel para os presidentes das federações, assim como favorecimento de seus partidários na escolha dos chefes de delegação para as viagens das seleções brasileiras. Não foi ouvido, seu pedido foi em vão. Por que será? Já dizia minha avó, quem não deve, não teme.

Depois que o Grego assumiu, em 1997, o basquete masculino ficou fora das duas últimas olimpíadas, foi um fisco nos mundiais e viu seu nome enfraquecer no cenário mundial. Hoje vemos Argentina e Venezuela a nossa frente, algo absurdo para um país com o tamanho do Brasil e com o número de praticantes de basquete. Não devemos nos esquecer que é o segundo esporte mais popular do país. Oscar disse que a CBB não tem departamento de seleções de base! Prova disso é que a seleção brasileira não se classificou para os mundiais sub-20 e sub-16. Oscar organiza com os clubes uma liga nacional independente para o ano que vem, à margem das garras da CBB. Somente com atitudes radicais como esta, rompendo totalmente com as ditaduras e com a corrupção ativa e passiva, é que se tem uma alternativa para o basquete nacional. É uma pena.

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