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terça-feira, junho 28, 2005

ROBGOL E AFINS 

Por Pedrão Pistão

É pessoal, após um longo inverno estou de volta. Só não sei se de maneira definitiva, já que tenho muitas dificuldades em encontrar um tema que me anime a escrever um post...

Mas não é que nessa minha vida de leitor mais do que assíduo de jornal, dura rotina cotidiana, dou uma olhada no caderno de esportes, como todos os dias, e me deparo com algo que me chamou a atenção. Estava observando a tabela de classificação do Brasileirão 2005, vendo os times na liderança e na rabeira, e, de repente, não mais do que de repente, passo o olho na lista de artilheiros do campeonato. E lá estava, em primeiro lugar, isolado, o nome Róbson, do Paysandu.

Meditei durante alguns segundos. Acessei minha memória esportiva, e não é que o tal Róbson era Robgol, aquele mesmo que já havia tido uma passagem bem sucedida pela equipe do Pará, fazia muitos gols por lá. Tanto que despertou o interesse de times grandes aqui do Sudeste. E foi o Santos, carente de um camisa 9 matador, quem arriscou e trouxe o já rodado Róbson, chamado pelos mais fanáticos de Robgol. A seguir um pequeno retrospecto da trajetória do nosso herói.

A princípio a idéia não parecia das piores. Robgol tinha o faro do gol, era artilheiro, e mais, jogava no modesto time do Paysandu. No Santos, cheio de craques ao lado, seria muito mais fácil marcar gols. Ledo engano. Robgol foi um embuste. A cada partida que disputava, a bola, teimosa, insistia em não balançar as redes. Jogo após jogo e nada de gols. E como sustentar a alcunha de Robgol? A torcida já chiava, começava a falar que ele estava gordo, era velho, lento...

E, pela porta dos fundos, Robgol pegou seu boné, ou melhor, sua chuteira, e foi embora do Santos. Que eu me lembre fez uns dois ou três gols pelo time da Baixada, acho que algum de pênalti. Em resumo, foi um fracasso.

O futebol é pródigo em histórias como essa. Artilheiros em times sem tanta expressão, quando alcaçam equipes de ponta, sucumbem, não sei se pela pressão, ansiedade, ou ruindade mesmo. O meu Corinthians, já chamado por muitos de cemitério de centroavantes, já passou por situações semelhantes. Quem se lembra de um tal Didi? Acho que veio da Portuguesa. Tinha bom porte, fama de bom cabeceador, artilheiro... No começo, até que fez alguns gols, e mais nada. Teve também um tal de Aguinaldo, centroavante goleador do Vitória-BA. Esse, diziam, era matador. Que eu me lembre, a única coisa que ele matava era a paciência da torcida. Vai perder gol assim lá na .... Dimba fez muitos gols no Goiás, já no Flamengo foi um fracasso. O mesmo Goiás já teve o artilheiro Dill, que, no São Paulo, foi o homem de um gol só.

Atualmente, o Palmeiras vive situação parecida. Contratou um tal de Washington, que fez alguns gols pela Portuguesa no campeonato Paulista. De início, até impressionou, mas foi fogo de palha. Hoje esquenta o banco para um tal de Gioino. Gioino???

Mas, deixa eu voltar ao caso do nosso artilheiro-herói, o Robgol. Após sair do Santos, Robgol perambulou por algumas equipes, entre elas, o Bahia. Agora, de volta ao Paysandu, reencontra o caminho do gol. Neste início de Brasileirão é o artilheiro, com 7 tentos. Fiquei com a pulga atrás da orelha. Será que alguns jogadores só fazem gols em determinados times? Ou em determinadas situações? No meu entender, artilheiro é artilheiro em qualquer equipe.

A verdade é que tem muito enganador no futebol, faz uns golzinhos de vez em quando, é artilheiro em um campeonato, chama a atenção de um time grande, e aí já se dá por satisfeito. Acha que já fez o suficiente. Se receber alguma proposta de qualquer timeco do exterior, é a realização de um sonho. E nós, torcedores, vamos acompanhando a inusitada trajetória desses "artilheiros de época", que alternam um dia de pelé e milhares de mané.

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