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quinta-feira, dezembro 21, 2006

Meu último post de 2006. 

por Anselmo Trompete

Amigos corneteiros,

Gostaria de desejar à todos os leitores e colaboradores do Corneta Esportiva um Feliz Natal e próspero ano-novo.

Que o ano de 2007 seja ainda muito melhor e que todos nós tenhamos ainda muita saúde pra continuar comentando e discutindo futebol em nosso blog.

A seguir, um ctrl+C , ctrl+V de um texto que li no blog do Juca Kfouri. Quem assina o texto é Divino Fonseca e é sobre a final do Mundial de Clubes deste ano. Vale a leitura.

Abraços!


Chorem catalães e holandeses
por Divino Fonseca

A explicação de Johan Cruyff para a derrota do Barcelona, na coluna que escreve para o espanhol “La Vanguardia”, não tem o nível de seu futebol, que foi de gênio. Soa a choro de torcedor. O Barça teria perdido, basicamente, porque teve menos tempo de se adaptar ao fuso do que aquele time cujo nome a altivez eurocentrista mal se digna a citar. E, afinal, esses latino-americanos dão muito mais valor à competição, etc, etc.

Quer dizer que a falta de adaptação ao fuso não existiu na espetacular atuação contra o América, do México, três dias depois do desembarque no Japão. E foi se manifestar na derrota para o Inter, quando já haviam se passado seis dias. Aliás, Cruyff poderia lembrar que o time de Abel Braga deu as caras em Tóquio apenas três dias antes da equipe de Rijkaard – e depois de uma viagem muito mais desgastante, 42 horas, contra as 12 dos catalães.

O que se viu em Yokohama foi o time de futebol mais bonito cair diante do time obstinadamente marcador, frio e, por que não reconhecer, astuto para matar o jogo no momento certo – aquele em que o adversário se enervou, apressou jogadas e se abriu. Bem como muitas vezes se viu europeu fazer com brasileiro – e ser decantado, tanto lá quanto aqui.

Também acho que numa série de partidas o Barça superaria o Colorado na maioria delas. Mas, pelo jogo de domingo, a diferença não seria tão ampla como estimam Cruyff e sua turma. Tirando Ronaldinho e Deco, que estão de fato entre os melhores do mundo, vi um monte de jogadores comuns, alguns com mais estilo do que bola, apenas tirando proveito do entrosamento de anos. Uma mecânica que, bem estudada e combatida com aplicação, pode se revelar medíocre – como se viu no segundo tempo, quando Vargas substituiu o fora de forma Alex e o Inter se aprumou.

Enfim, chorem, holandeses e catalães. E esperem outra chance de imitar o Real Madrid. Que também dizia não ligar para esse tal de Mundial, mas quando derrotou o Olimpia, em sua última conquista, desfilou no carro de bombeiros.

Voltando ao Inter. Não foi a maravilha que boa parte da imprensa de Porto Alegre disse que foi. Mas no ano passado o São Paulo ganhou o Mundial levando um sufoco danado – o São Paulo que ainda hoje é menos time do que o Colorado – e não me lembro de ver tão repetida a tese de que perderia a maioria de uma série de jogos com o Liverpool. Enfim, futebol não é fascinante apenas porque o mais fraco pode derrotar o mais forte, mas também porque está cercado de emoções.

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segunda-feira, dezembro 18, 2006

O Maior Campeão do Mundo 

Diego Corneta

Quase ninguém acreditava. Tirando os torcedores do Inter, duvido alguém que apostasse no título do Colorado. E o Inter foi lá e ganhou do todo-poderoso Barcelona, com Ronaldinho e tudo. Ontem na TV eu vi alguns comentaristas “entendidos” dizendo mais ou menos assim: “ah, o Barcelona não é tudo isso”, “eles têm o Ronaldinho e mais ninguém”... Balela. O Barcelona é “tudo isso” sim. Tudo isso e mais um pouco. Fato que só engrandece e glorifica o título do Inter.

O Barcelona não jogou mal, pelo contrário, fez um ótimo primeiro tempo e criou muitas chances de gol. Mas o Inter jogou mais, marcou muito e fez seu gol no momento certo. Estão falando que o Barça entrou de “salto alto”. Não concordo, foi o Inter que jogou muito mesmo. Fabiano Eller e Índio foram praticamente perfeitos. Clemer, irregular e contestado, foi decisivo em pelo menos três momentos. E, como acontece com muitos campeões, a sorte também esteve ao lado do Inter. Aquela falta cobrada por Ronaldinho passou ao raspando a trave, Clemer apenas observou.

Ronaldinho tentou, tentou, tentou...

No primeiro tempo, o Inter entrou para se defender e deu certo. Pouco chegou ao gol de Valdéz, mas também não sofreu nenhum revés. No segundo tempo, com o Barcelona mais cansado e menos inspirado, o Inter começou a organizar seus contra-ataques. Num deles, matou o jogo. Jogaram como um time, muito organizados e muito cientes dos seus objetivos. Armaram uma retranca para matar o jogo num contra-golpe. Deu tudo certo. Afinal, se não fosse assim, dificilmente bateriam o Barcelona. Ou vocês acham que se eles entrassem num jogo franco e aberto ganhariam o título?

Adriano mal acredita no que acaba de fazer, o gol do título

Curioso é que as apostas do Inter não foram tão bem assim. O jovem Pato, recém saído do ovo, teve poucas chances. Fernandão preocupou-se mais em marcar e isso comprometeu seu desempenho. Já Iarley, que vinha jogando muito bem na reta final do brasileirão, foi o melhor em campo. E o gol do título coube a um jogador que a torcida pegava no pé e vaiava. Doce ironia. O bom Adriano participou do início da jogada, com o cabeceio para Luiz Adriano, e fechou-a com um toque certeiro na saída do goleiro. Parabéns ao Internacional, o maior campeão mundial brasileiro. Nunca, em outras decisões, a superioridade do adversário era tão evidente.


Gol do título

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quinta-feira, dezembro 14, 2006

Colorado em pânico. Será? 

Diego Corneta

Depois do jogo de hoje, o pânico deve ter se instaurado nos corações e mentes colorados. O Barcelona arrepiou o América do México, 4X0, fora o show. Botaram o time adversário na roda, literalmente. Jogaram um futebol fácil, vistoso e muito competente. Os gols foram de Rafa Márquez, Gudjohnsen, Ronaldinho e Deco.

Ronaldinho jogou muito bem, com grandes lances, belo gol e uma jogada linda, daquelas que merecem acabar em gol. O craque livrou-se da marcação e tocou de cobertura, mas a bola parou no travessão. A torcida colorada, melhor que qualquer outra aqui do Brasil, conhece o potencial destrutivo do Ronaldinho. Jogando pelo Grêmio, o craque dentuço devastava a zaga do Inter. Dunga, já em final de carreira, foi um dos que mais sofreu nas mãos (ou, se preferirem, nas pernas) de Ronaldinho Gaúcho.

O Barcelona é o favorito total. Se o Inter ganhar, será um dos maiores títulos já conquistados por uma equipe brasileira. Uma coisa é empatar com Real Madrid e Vasco para ser campeão. Ou bater um Liverpool desinteressado e com um ataque patético. Outra coisa, completamente diferente, é ganhar do atual time do Barcelona, que sem dúvida nenhuma, é o melhor do mundo. Se o Inter perder, paciência, perde para um adversário melhor. Muito melhor. Estou ansioso para ver a final, acho que o Barcelona leva. Mas por outro lado, acho que o Inter não vai entregar fácil. O jogo promete.


Mas baah! Sujou! O homem vem aí, tchê!

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segunda-feira, dezembro 11, 2006

Barueri, um time artificial 

Juca Kfouri , na Folha de 11/12/06

O Barueri não é nenhum fenômeno como pintam. É apenas fruto da ambição de um político que quer mais

O BARUERI não é um time de futebol propriamente dito. É mais uma plataforma política para as ambições do prefeito do município. Rubens Furlan, o prefeito, é jogador inveterado. Freqüentemente vai a Las Vegas, nos Estados Unidos, com convidados até entre funcionários da Justiça local, que vira e mexe, por sinal, são agraciados com títulos na Câmara dos Vereadores.

Furlan quer ser governador de São Paulo. Sonho legítimo, diga-se, mas que ele quer tornar realidade ao dar dimensão nacional a Barueri, basicamente por meio do time de futebol e pela arena que constrói para 44 mil pessoas. O prefeito imagina, por exemplo, que Corinthians e Palmeiras possam mandar jogos em seu estádio. Sem ter de pagar nada. Ou que o estádio possa sediar jogos da Copa do Mundo de 2014...

O município é rico, graças aos impostos pagos pela Petrobras, centro de distribuição que é do oleoduto que vem de Cubatão. O que lhe permite uma política tributária generosa com quem vive lá. Barueri é a sétima cidade em arrecadação do Estado de São Paulo e tem apenas 225 mil habitantes. O presidente do Grêmio Barueri, Walter Jorqueira Sanches, é também o secretário de Esporte da cidade. E dono de uma factoring.

Furlan sempre foi protegido do deputado e ex-ministro de FHC Luís Carlos Santos. E é muito bom de voto. É o chamado político tradicional. Já passou por quase todos os partidos, do PPB de Paulo Maluf ao PPS, o ex-PCB, de Roberto Freire, onde foi advertido por integrar a "bancada da bola" por ocasião da CPI da CBF/Nike. Hoje está no PMDB de Orestes Quércia, depois de ter passado também pelo PFL. O Grêmio Barueri mandou 16 jogos na Série C deste ano e teve um público total de 11.287 torcedores, média de 705 por partida. 705! A exemplo do São Caetano, como se vê, não comove ninguém na cidade, microrregião de Osasco.

Diferentemente do Azulão, no entanto, o time de futebol é inteiramente subsidiado pela Prefeitura de Barueri. 100%. O São Caetano, ao menos, embora tenha se erguido graças ao prefeito Luiz Tortorello, sempre teve apoio da família que é proprietária das Casas Bahia -desses segredos de Polichinelo de nosso futebol, mantidos pelos que bajulam, na mídia, o maior anunciante do país. Verdade que mais que a morte do zagueiro Serginho, fato ao qual se atribui o começo da decadência do Azulão, foi a morte de Tortorello que significou a descida da ladeira.

Barueri faz estádio, tem belo ginásio poliesportivo, sede do último Mundial de basquete feminino, mas tem, também, 1.400 barracos de madeira e estima-se que 25% de sua área não tenha saneamento básico. E não consegue terminar um hospital que se anuncia como modelar de tão moderno. Mas forneceu condução grátis aos munícipes que foram ao Palestra Itália para ver o jogo contra o Ferroviário, do Ceará, o que levou o time à Série B do Campeonato Brasileiro no ano que vem. Furlan, santista fanático, orgulha-se de ser amigo de Vanderlei Luxemburgo.

E dificultou ao máximo conceder a licença para o funcionamento do bingo Circus na cidade, que acabou por liberar, para a alegria de Adilson Monteiro Alves, seu proprietário e ex-vice-presidente do Corinthians, nos tempos da Democracia Corintiana. Em bom português, estamos diante de mais um time artificial de futebol, travestido, imagine, de organização não-governamental. Sim, o Grêmio Barueri é uma ONG. E, minha avó, bicicleta.

Comentário
Eu ia escrever aqui um texto sobre o Grêmio Barueri; Juca Kfouri escreveu antes. Muito melhor e com mais dados do que eu sabia e pretendia colocar.

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sexta-feira, dezembro 08, 2006

Mundial de Clubes 

Diego Corneta

Com o fim do campeonato brasileiro, o que nos resta são os campeonatos internacionais e o Mundial de Clubes da Fifa. Seis times disputam o título de campeão do mundo, sendo que Internacional e Barcelona entram direto nas semifinais.

O Inter vai encarar o vencedor do confronto entre Auckland City X Al Ahly, times da Nova Zelândia e Egito, respectivamente. O time egípicio joga o segundo mundial consecutivo, mas não acho que isso o favorece no torneio.

Já o Barcelona vai pegar o vencedor de Jeonbuk Motors X América do México. Sinceramente, acho que o time sul-coreano vai tomar uma surra dos mexicanos. Apesar dos jogos preliminares, tudo indica que a final será mesmo entre Inter X Barça.

O Barcelona é favorito. Mas até aí, ano passado, o Liverpool também era o franco favorito e deu no que deu. Ronaldinho segue encantado, jogando tudo e mais um pouco. O Inter vem com um pé atrás, mas aposta na força de seu conjunto, nos cabeceios de Fernandão e num jovem de 17 anos, Alexandre Pato.

Sem Eto'o, machucado, cabe a Gudjohnsen a tarefa marcar os gols do Barça. O norueguês vem bem e é muito participativo, mas peca em finalizações que Eto'o jamais perderia. Sorte que o Barça tem Ronaldinho em estado de graça, o craque brasileiro é, ao mesmo tempo, o artilheiro do campeonato espanhol e o líder em assistências. Apesar do Inter ser brasileiro, não vou torcer por eles. Vou torcer pelo bom futebol e pelo América do México.

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segunda-feira, dezembro 04, 2006

Gangorra 

Diego Corneta

Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos são os sobreviventes paulistas na série A. Se por um lado São Paulo e Santos fizeram boas campanhas com título e vaga na Libertadores, respectivamente; por outro, Corinthians e Palmeiras fizeram campanhas vexatórias, dignas de esquecimento. E os outros dois paulistas, São Caetano e Ponte Preta caíram, merecidamente. A Ponte, dada a péssima fase de Fluminense e Palmeiras, teve muitas chances para escapar, mas não conseguiu. O time é péssimo e realmente não tinha futuro na série A. Já o São Caetano freqüentou a zona de rebaixamento desde as primeiras rodadas. Vai ser difícil o São Caetano voltar à elite. Desde que o prefeito Luiz Tortorello deixou o cargo, há dois anos atrás, o Azulão entrou em decadência. Tortorello ajudava muito o clube, inclusive de maneiras heterodoxas, digamos assim.

O futebol paulista há muitos anos detinha o maior número de representantes na primeira divisão. Além dos quatro grandes e dos tradicionais Guarani e Portuguesa; Botafogo de Ribeirão Preto, Inter de Limeira, União São João de Araras e Bragantino também já passaram pela série A.

Os fraquíssimo Fortaleza e Santa Cruz também caíram. Sinceramente, com a exceção da Ponte Preta, que tem um valor histórico e folclórico, não acho que os três outros que caíram vão fazer falta na série A. Já dos quatro que subiram, dois deles têm peso, torcida e tradição. Não deveriam sequer ter saído da elite, Atlético-MG e Sport são dois ex-campeões brasileiros, são “times de massa” e “agregam valor” à série A. Perdão pelos chavões, mas hoje eu estou com preguiça mental e pressa. Náutico e América de Natal também subiram, mas não têm a importância e a grandeza dos outros dois.

Dentre os quatro que caíram da série B para a C, os destaques negativos são o Guarani, ex-campeão brasileiro, e o Paysandu, que cai pelo segundo ano consecutivo. Os outros dois que disputarão a série C são São Raimundo e Vila Nova. Ah, a simpática Portuguesa escapou da degola e segue na segundona.

Voltando à série A, geograficamente falando, caíram dois paulistas e dois nordestinos; sobem um mineiro e três nordestinos. Nordeste sai no lucro. Acho ótimo uma série A com muitos times nordestinos. Assim o campeonato brasileiro torna-se realmente “Brasileiro”. Faltam ainda representantes baianos. O Vitória acabou de subir para a série B, já o Bahia vai permanacer por mais uma ano na série C. Falando nela, a série C, além do já citado Vitória, Ipatinga (Minas), Criciúma (Santa Catarina) e Grêmio Barueri (São Paulo) subiram de divisão. Destaques para a organizada filial do Cruzeiro, o Ipatinga; e também para o supreendente Grêmio Barueri, que merece um texto à parte. Em breve aqui no Corneta Esportiva.

Lembram dele?
Souza foi eleito o melhor jogador da série B. É ele mesmo, aquele meia-esquerda baixinho, habilidoso e sonolento. Revelado no Rio Branco de Americana, teve boas passagens por Corinthians (onde chegou até a ser convocado para a seleção) e São Paulo. Entrou também em algumas frias, como as passagens por Flamengo e por times da Rússia. Na série B, jogando pelo América de Natal, o meia fez 8 gols e diversas assistências; liderou a boa campanha do clube. No ano que vem, se ele aparecer em algum time grande, não será surpresa, afinal, só tem 31 anos.

Piada pronta
A comunidade gay está em polvorosa. No ano que vem teremos o jogo mais animado da temporada. Pela série C, Guarani de Campinas e Brasil de Pelotas disputarão o maior clássico gay que se tem notícia. Ah, o jogo será no sugestivo estádio Brinco de Ouro da Princesa. Ui.

O melhor time do mundo
Brasil? Itália? Barcelona? Chelsea? Nada disso, o melhor time do mundo é a seleção masculina de vôlei. Em seis anos sob o comando de Bernardinho, a equipe jogou 18 campeonatos oficiais, chegou a final em 17 deles e levou 14. Depois da medalha de ouro olímpica e do bi-campeonato mundial, conquistado ontem, podemos afirmar com certeza absoluta: Não há no mundo e região uma equipe de vôlei superior à nossa. Supremacia total. A final contra a Polônia foi um massacre, 3X0 sem dar chances aos adversários.

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