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segunda-feira, janeiro 29, 2007

Juventus da Mooca 

Diego Corneta

Nenhum time é mais paulistano como o Juventus. Corinthians, São Paulo e Palmeiras cresceram demais e expandiram suas torcidas para além dos limites da cidade. A Portuguesa é restrita a uma colônia e seus descendentes. O Juventus nem isso; restringe-se a apenas um bairro. O Juventus é a Mooca. A Mooca é o Juventus. Impossível dividir os dois, ambos são simplesmente indissociáveis. A Mooca, como se sabe, é o bairro paulistano que abrigou boa parte dos imigrantes italianos que aqui vieram trabalhar, na alvorada do século passado. O bairro era repleto de fábricas, galpões e armazéns. Era um típico bairro operário.

Colonos italianos, funcionários do Cotonifício Rodolfo Crespi, em 1924, decidiram fundar um clube de futebol lá na Mooca, o Extra São Paulo. Em 1925, o clube passa a se chamar Cotonifício Rodolfo Crespi Futebol Clube. "Os grandes patronos do Clube eram Rodolfo e o seu filho Adriano Crespi, italianos da cidade do Busto Arsizio, próximo a Piemonte. Rodolfo era simpatizante da Juventus, de Turin, enquanto o seu filho Adriano gostava da Fiorentina, de Firenzi. O nome Cotonifício Rodolfo Crespi futebol Clube desapareceria. Em 1930 resolveram batizá-lo de Clube Atlético Juventus, numa homenagem a Juventus de Turin, mas utilizando a cor lilás, da camisa da Fiorentina, de Firenze. Com o tempo aquela cor arroxeada foi passando para o grená (vinho) utilizada até os dias de hoje", diz o site oficial.

O Juventus já viveu dias melhores, quando recebeu inclusive o simpático apelido de “Moleque Travesso”. Era o time pequeno que aprontava com os grandes. O estádio Conde Rodolfo Crespi, mais conhecido como Rua Javari, fica ali, no coração da Mooca. É um estádio bem acanhado, não cabem 2.000 pessoas, chutando bem alto. Sábado passado, eu fui lá com uns amigos para ver Juventus X América. Tinham pouco mais de 1.300 pessoas e o estádio estava quase lotado.

É nóis na Mooca! Da esq. para a dir., Pai do Raphael, Anselmo, Eu, Raphael e Dieguinho.

Apesar de pequena, a Rua Javari é acolhedora e agradável. As arquibancadas ficam absurdamente perto do gramado. Tão perto como nos estádio ingleses, mas com a grade de proteção. Se alguém enfiar o braço pela grade, dá para dar um tapa na cabeça do jogador que vai cobrar escanteio, sem brincadeira. O estádio, assim como o time, também já viveu dias melhores. Foi o palco do gol mais espetacular da carreira do Pelé, quando o craque aplicou cinco chapéus, sem deixar a bola cair no chão, e fez o gol. As imagens desse gol foram perdidas num incêndio na TV Tupi. O grau de dificuldade do lance, o autor e o incêndio tornaram o gol numa lenda. Apesar das modestas acomodações da Rua Javari, muita gente com mais de 60 anos jura que viu aquele gol ao vivo. Ali na Mooca então, todos os velhinhos devem ter visto. Enfim, o gol foi reconstituído em computador para figurar no filme “Pelé Eterno”. Ficou aparentemente mais lento e artificial, como os jogos Winning Eleven ou Fifa Soccer.

Bom, voltando ao jogo. Foi horroroso! Na quarta eu tinha ido ao Pacaembu ver Corinthians 4X1 Juventus e no sábado fui à Rua Javari. Nos dois jogos o Juventus não jogou nada, é um sério candidato ao rebaixamento. O técnico é o Edu Marangon, aquele meia que passou por Guarani, Palmeiras, Corinthians e muitos outros times. Não há nenhum jogador conhecido e também nenhum que se destaque positivamente. O time pouco cria, carece de qualidade técnica; faz constantemente a tal “ligação direta” (o velho “chutão” mudou de nome) e vai à base da teimosia. Para complicar, os atacantes são péssimos. As poucas chances que o time criou (foram duas ou três, no máximo), os atacantes trataram de desperdiçar vergonhosamente.

O resultado não poderia ter sido outro, 1X0 para o América, que tem o Márcio Bittencourt no banco e o Doriva no meio de campo. Márcio finalmente encontrou um time à altura da sua experiência e capacidade; já o Doriva caminha para encerrar sua carreira no time da sua cidade natal, Rio Preto. Na saída do estádio, ao ver os carros do presidente e dos diretores do clube nas vagas privativas, dá para se ter uma noção de como andam as coisas lá no Juventus. Enquanto o estádio cai aos pedaços, com banheiros, acomodações e “lanchonete” – se assim devemos chamar – em péssimas condições; enquanto o time afunda-se em suas limitações e falta de planejamento; o presidente e a diretoria estacionam seus carros importados (todos eles!) em vaga privativa, na sombra. Pobre Juventus, pobre Mooca.

Pequim à vista!
A seleção brasileira derrotou a Colômbia por 2X0 e conquistou o título do Sul-Americano sub-20. Melhor que o título, foi a classificação para as Olimpíadas de Pequim, em 2008. Nunca é demais lembrar que a geração anterior fracassou, com Robinho, Diego, Carlos Alberto, Dagoberto e outros. A campanha atual não foi brilhante. O time não encantou, mas também não perdeu, apenas empatou algumas vezes. Os destaques positivos foram os excelentes Lucas e Alexandre Pato, que tomaram conta da seleção e se mostraram futuros grandes jogadores. Leandro Lima (meia do S. Caetano), Tchô (volante do Atlético-MG), Fagner (lateral direito do Corinthians) e Cássio (goleiro do Grêmio) também foram muito bem, com boas apresentações. Já Edgar (ex-Avaí e ex-São Paulo) e Willian (meia do Corinthians) ficaram devendo muito. Edgar revelou-se um excelente perdedor de gols, da estirpe de Bobô e Rafael Moura; ele perdeu gols incríveis e só marcou um no torneio, lembrando sempre que ele é centroavante. Já Willian, joga com a 10 nas costas e carrega toda a firula e marra do mundo, muito acima do que a idade lhe permite; prende demais a bola e cria muito pouco, lembra um Carlos Alberto em seus piores dias.

Copinha
O bom time do Cruzeiro venceu nos pênaltis o bom time do São Paulo. Foi o primeiro título dos mineiros na Copa São Paulo de Futebol Junior. Nessa edição não tivemos nenhum grande craque destruindo, como o Dener fez em 1991, mas vimos alguns garotos com excelente nível técnico e que em breve deverão aparecer nos times principais.

Unstoppable
Roger Federer ganhou o Aberto da Austrália. Na final, ele derrotou o chileno Fernando Gonzáles por 3X0. Foi campeão sem perder um set sequer. Isso não acontecia em torneios de Grand Slam desde 1980, quando o Borg venceu Roland Garros sem perdeu sets. Já no Aberto da Austrália, isso não acontecia desde 1972. Federer chega ao seu décimo título de Grand Slam; está 1 atrás de Borg e 4 atrás de Sampras. Tudo indica que ele vai se tornar, em breve, o maior vencedor de Grand Slams de todos os tempos e também um dos maiores (o maior?) tenistas da história. Federer vem pulverizando recordes e adversários há alguns anos e tudo indica que essa tendência vai continuar por um tempo. No jogo de ontem, Gonzáles sacava com 5X4 para fechar o primeiro set. Todos pensavam que Federer finalmente perderia um set. Mas é justamente nesses momentos que aparece o melhor tênis do suíço. Quebrou o serviço do chileno, empatou o jogo em 5X5 e fechou o set no tie break por 7X6. Foram games antológicos. Depois, Federer fechou os outros dois sets em 6X4 e fez uma final sem dar chances ao adversário, que também jogava muito. Estamos tendo a honra e o prazer de vivenciar a carreira do Pelé do tênis. O cara é imbatível, ou nas palavras de Gonzáles, “unstoppable”. “Imparável”, na tradução ao pé da letra. Comecei a me interessar pelo esporte vendo o Guga, passei a gostar muito vendo o Federer.

A rodada
Corinthians perdeu, Palmeiras empatou, Santos e São Paulo ganharam. Os quatro grandes têm tudo para serem os quatro primeiros. Isso se eles não se enrolarem e se o Noroeste não complicar. Veremos.

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segunda-feira, janeiro 22, 2007

Rápidas & Rasteiras 

Diego Corneta

Leão a contragosto
E o Corinthians ganhou de novo, apesar da sua defesa e apesar de Leão. Passam-se os anos; vem jogador, vai jogador; vem treinador, vai treinador... e a defesa alvinegra segue tomando gols inacreditavelmente estúpidos. Na estréia, Marinho deu sua contribuição. Ontem, o Corinthians me toma dois gols de cabeça em duas jogadas de bola parada, onde é mais fácil marcar. Dizem que os zagueiros brasileiros olham a bola e esquecem dos atacantes. Digo que os zagueiros corintianos nem a bola olham, simplesmente fecham os olhos. Não é possível! Roger estava muito bem na partida e, inexplicavelmente, Leão o sacou para colocar mais um zagueiro. Sorte de Leão que o São Bento é mais fraco que filhote de codorna. Mesmo sem Roger, o Timão chegou à vitória, 4X2. Com bela atuação e dois gols do Jaílson.

Porcos se dão bem na lama
Jogando em um chiqueiro enlameado, o Palmeiras também chegou à sua segunda vitória. Fez 2X1 no Rio Branco, com gols de Valdívia – seu primeiro tento pelo Palmeiras – e Osmar, de pênalti. O resultado foi excelente, ainda mais se considerarmos as condições adversas. Ganhou fora de casa jogando em um péssimo gramado. Bom, “gramado” aí é força de expressão.

Goleiro garante o 1X0
Márcio, goleiro do Ituano, fez boas defesas e segurou o 1X0 para o São Paulo. Lembram-se dele? Márcio foi revelado pelo próprio São Paulo numa Copinha há uns três anos atrás, quando chegou a pegar alguns pênaltis. Depois disso, teve uma passagem pelo Grêmio, desapareceu e reapareceu no Ituano. Júnior acertou um ótimo chute, garantiu os três pontos para o tricolor e o bicho da galera.

Os outros
O Santos, que já havia ganhando no sábado (3X0 no São Caetano), volta hoje a campo. Vai enfrentar o Sertãozinho. O Santos, por essas maluquices do futebol brasileiro, vai fazer quatro jogos em 10 dias, entre partidas pela pré-Libertadores e Paulista. Dos times do interior, apenas o Noroeste ganhou duas seguidas e segue na cola dos grandes. No mais, não tivemos muitas novidades e nenhum destaque.

Mandrake sub 20
Vocês viram os dois pênaltis marcados contra o Brasil no jogo contra o Chile? O que foi aquilo? Detalhe, o juiz chama-se Castrilli. Mas não é aquele paraguaio famoso. Esse é outro, um Castrilli uruguaio que não renega seu sobrenome. O Brasil fez 1X0 com Alexandre Pato e o Chile empatou com um pênalti mandrake. O Brasil fez 2X1 com Tchô e o Chile empatou de novo, em outro pênalti mandrake. Foi feio.

Corneta na Europa
No dia 05 de fevereiro eu irei para a Europa e ficarei lá pelos três meses seguintes. Isso significa que não acompanharei presencialmente o Paulistão. Decidam vocês mesmos se isso é bom ou ruim. Convoco alguém do staff (Tuba? Oboé? Trompete? Berrante? Sax?) para ir cobrindo o Paulista enquanto eu ficarei fora. Tentarei enviar alguns textos de lá. Estou planejando ir assistir alguns jogos por lá. Aguardem, o Corneta Esportiva finalmente entrará na era da globalização, com um correspondente internacional.

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sexta-feira, janeiro 19, 2007

Rápidas & Rasteiras 

Diego Corneta

Começou
A primeira rodada do Paulistão foi boa. Todos os grandes ganharam, a média de gols foi boa, tivemos apenas um empate por 1X1, conseqüentemente, nenhum 0X0.

Aos trancos e barrancos, é o Santos
O ponto fraco da partida foi o hino nacional cantado pelo Família Lima. O cara achou que era um tenor, sei lá. O jogo foi muito difícil para o Santos. O Barueri mostrou-se uma equipe muito encardida. O Santos ganhou apertado, 2X1, com um gol no finalzinho do mesozóico Antônio Carlos.

Será que ele voltou?
Roger foi disparado o melhor em campo na partida entre Corinthians X Ponte Preta. O canhoto encarnou o velho Puskas. Foi dos seus pés que saíram as melhores jogadas e os melhores chutes. O Timão foi bem, principalmente no segundo tempo, e fez 3X1 na Ponte. Será que o Roger vai voltar a jogar muito, como em 2005? Torçamos.

Sem esforço
Sem muitos esforços, o São Paulo bateu o estreante Sertãozinho por 3X1. O gramado do Sertãozinho é simplesmente péssimo, prejudicou o andamento da partida. Aluísio larga na frente pela disputa da artilharia, fez dois gols. O outro gol foi de Hugo, que fez uma ótima partida.

Virada verde
Contra o Paulista, o Palmeiras saiu perdendo. Foi para cima e virou. Fez 4X1 e dizem que jogou bem. Tomou um segundo gol no fim do jogo, num daqueles chutes que nem o Marcos e o Dida juntos pegariam.

Pequeno grande homem
Há alguns anos atrás, o Corinthians tinha um jogador chamado Luciano. Era pequenino e tinha a alcunha de Luciano Bebê. O Barueri também tem um Luciano. Ele é até menor que o Luciano Bebê, mas seu apelido não deixa dúvidas, Luciano Gigante. Com 1,54m, dizem que ela bate no ombro do Élton. Ah, e o Gigante joga com a 10 nas costas.

Ronaldo demitido
Fábio Capello demitiu alguns jogadores do Real Madrid. O Zé gatão Beckham, o péssimo Michel Salgado, o tenebroso Mejia, o terrível Cassano e o ex-fenômeno Ronaldo. Capello está certo. Ronaldo não entra em forma há oito meses. Isso não é uma postura profissional digna, ainda mais pelo salário que ele recebe. O cara contundiu-se no meio do ano passado e desandou. Já estava acima do peso, não se cuidou e chegou na Copa com 10Kg a mais! De volta ao Real, também não se cuidou. Abusa das noites, das bebidas e dos cigarros. É uma pena, pois Ronaldo ainda é novo e poderia jogar muito, se quisesse. Dizem que falta “motivação” ao ex-fenômeno. Discordo. Há motivação maior que uma Copa do Mundo? Há motivação maior do que jogar no Real Madrid? O cara relaxou mesmo.

Novas apostas
Lá em Melbourne, onde acontece o primeiro Grand Slam da temporada, o Aberto da Austrália, as apostas andam mudando nas casa do gênero. Como todos têm certeza que Roger Federer vai levar mais essa, as apostas são sobre quem será o outro finalista. Nadal está na frente das apostas. Ou então sobre quantos sets o Federer vai perder durante sua campanha. Até agora, o suíço já jogou três partidas e, lógico, ganhou todas. Três 3X0.

(O)caso Nilmar
Já desisti de especular sobre o futuro de Nilmar. O caso muda de posição a cada 48 horas. Mas uma coisa é certa, se ele não for ficar no Corinthians, para onde ele vai? O Lyon não o quer, e ele não tem nenhuma proposta de outro clube europeu. Será que ele vai para o Flamengo jogar ao lado de Obina?

A última
Diz aí, quem liga para o Paris–Dakar? Todo dia, todos os jornais, todos mesmo, até as TVs Gazeta e Cultura, têm matéria sobre o rali. A assessoria de imprensa deles deve ser excelente, não? Ou seria forte o lobby dos anunciantes e fabricantes de carros, caminhões e motos? Fica dúvida. Afinal, quem liga para o Paris–Dakar?

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quinta-feira, janeiro 11, 2007

Mito 

Diego Corneta

Dos dez verbetes sobre a palavra “mito” que existem no Dicionário Aurélio, ressalto três:

3. Representação de fatos ou personagens reais, exagerada pela imaginação popular, pela tradição, etc.
4. Pessoa ou fato assim representado ou concebido: [Sinônimo (relativo à pessoa), nesta acepção: monstro sagrado (q. v.).]
9. Antrop. Narrativa de significação simbólica, transmitida de geração em geração e considerada verdadeira ou autêntica dentro de um grupo, tendo geralmente a forma de um relato sobre a origem de determinado fenômeno, instituição, etc., e pelo qual se formula uma explicação da ordem natural e social e de aspectos da condição humana.

Os três servem para ilustrar a pessoa em questão nesse texto. Nascido em 02 de abril de 1927 e falecido em 17 de novembro do ano passado, Ferenc Puskas não teve a atenção merecida aqui no Corneta Esportiva. Estou ensaiando para escrever esse texto há muito tempo.

Não precisamos ter vivido no tempo de Cleópatra e Julio César para sabermos da importância de ambos; são mitos. Na história do futebol, não é diferente. Pouquíssimas (hoje em dia, quase nenhuma) pessoas viram Friedenreich ou Leônidas jogarem. Não existem muitas imagens dos dois, mas sabemos da importância de ambos. São mitos.

Puskas é mais um desses jogadores míticos. Os poucos que o viram em ação trataram de perpetuar sua fama e seus feitos. Não por acaso o húngaro era chamado de Major Galopante. Aos 18 anos, Puskas ainda servia o exército quando foi jogar no Honved, equipe de Bucareste que pertencia às forças armadas. Baixinho, troncudo e dotado de uma perna esquerda extraordinária, Puskas destacou-se. No mesmo ano, estreou na seleção húngara marcando um gol. Pelo Honved, Puskas jogou de 1943 a 1957. Foi campeão húngaro em 1950, 51, 52, 54, 55 e 56. Em jogos oficiais pelo campeonato húngaro, Puskas tem 358 gols em 349 partidas. É isso mesmo, não me confundi, são mais gols que jogos. Apesar disso, foi artilheiro do campeonato em apenas 3 ocasiões, 1949, 50 e 53.

Puskas, durante a Copa de 1954.

Com a seleção húngara, foi medalha de ouro nas Olimpíadas de 1952 e vice-campeão mundial em 1954, quando foi o destaque da Copa. Seus números pela seleção húngara também assuntam, são 84 jogos e 83 gols. Em 1956, Puskas, junto com outros jogadores, se revoltou contra o governo húngaro, por causa do domínio soviético, e se recusou a voltar para o seu país. Foi suspenso por dois anos pela Fifa, só podendo atuar em amistosos. Foi durante esse período, em 1957, que o Honved excursionou pelo Brasil e derrotou times como Flamengo e Botafogo (com Garrincha, Nilton Santos, Didi e cia.).

Em 1959, quando a punição já havia acabado, foi jogar no Real Madrid. Aos 31 anos, ele já era um craque incontestável. Inteligente e articulado, rapidamente transformou-se em capitão e líder da equipe. Jogando ao lado de Di Stefano, formaram uma das maiores equipes de todos os tempos. Puskas é hoje considerado como o melhor jogador da história do Real Madrid. Também, não é por menos. Foi campeão da Copa dos Campeões, em 1959, 1960 e 1966. Campeão do Mundial Interclubes em 1960. Campeão da Copa da Espanha em 1962. E pentacampeão espanhol em 1961, 62, 63, 64 e 65. E mesmo com a idade avançada para os padrões da época, Puskas foi artilheiro do espanhol durante quatro temporadas, 1960, 61, 63 e 64. Pelo campeonato espanhol, seus números são também respeitáveis:154 gols em 180 jogos.

Ferenc Puskas era um desses meias canhotos mágicos. Pertencente à mesma estirpe de Rivellino, Maradona, Jair da Rosa Pinto, Zizinho e outros. São jogadores fantásticos, completos. Sabiam armar, lançar e finalizar com a mesma competência devastadora. Hoje, esses autênticos camisas 10, estão cada vez mais raros no nosso futebol. Infelizmente. Vão-se os homens e ficam os mitos.

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segunda-feira, janeiro 08, 2007

Rápidas & Rasteiras 

Diego Corneta

Voltamos
Ano novo, vida nova. Frase velha. Blá, blá, blá. Lula continua lá. Serra chega por aqui. E a chuva não pára! Todo início de ano é a mesma coisa. Chove chuva, deslizamentos, desabrigados, mortes, liberação de recursos, mau uso de dinheiro público, cessam as chuvas e cessa o falatório sobre elas, sobram os desabrigados, sobram áreas de risco e os mortos passam para as estatísticas. Enfim, bola pra frente que o negócio só engrena mesmo depois do carnaval.

Contratações
O mercado da bola anda meio borocoxô. Nenhum dos quatro grandes paulistas fez contratação bombástica. Vejamos.

Santos
O time perdeu 10 jogadores. Isso mesmo, dez. Dentre eles estão Reinaldo (atacante), Wellington Paulista (tentativa de atacante), André Luis (ex-jogador) e Luis Alberto (zagueiro). Contrataram apenas três; dois desconhecidos e o velho Antônio Carlos Zago. Com quase 190 anos, o violento zagueiro que já jogou nos quatro grandes clubes paulistas, volta ao Santos. O time manteve os bons Kléber, Zé Roberto e Cléber Santana. No Paulista, podem dar trabalho, mas para a Libertadores, é pouco.

Palmeiras
A maior contratação do alviverde foi o técnico Caio Junior. Com boa campanha pelo Paraná, ele trocou a chance de disputar a Libertadores pela grana do Palmeiras e pela vitrine do futebol paulista. Arriscou-se em sua carreira. Não acompanhei os jogos do Paraná no ano passado, só sei que foram bem. Portanto, minha opinião sobre o Caio Junior é nula. Deixem o homem trabalhar, vamos ver até onde ele leva o Palmeiras.
Enílton, Marcinho Guerreiro, Juninho Paulista e outros inexpressivos deram área. Até agora só chegaram desconhecidos. Mas, por outro lado, Marcos volta.

São Paulo
Mineiro, Danilo, Fabão e Alex Dias se foram. Os três primeiros fazem falta, já o Alex Dias não jogou nada no São Paulo. O bom meia-atacante Hugo e o voluntarioso atacante Borges chegam para se juntarem ao lateral Jadílson e outros contratados. O tricolor vai apostar na força do seu conjunto e na flexibilidade de seu elenco, que, graças ao Muricy, consegue atuar em diferentes esquemas táticos com a mesma competência. Seguem fortes.

Corinthians
Posso queimar minha língua, mas tudo indica que o Nilmar fica até o meio de ano, pelo menos. É o melhor reforço e a melhor notícia para os torcedores. Outra ótima notícia é que o Sebá voltou para a Argentina. Oba! Querem mais uma? Rafael Moura foi para o Fluminense! Mais boas novas: Coelho, Johnny Herrera, Silvio Luis, Rubens Junior, Renato e Ramón também saíram. Wendel também vai fazer as malas. Ano passado, Leão conseguiu ajeitar a defesa, que parou de sofrer tantos gols bestas. Agora, se o mesmo Leão conseguir fazer o Roger voltar a jogar bola e com o Nilmar lá na frente, o Timão vai crescer.

Nasce uma estrela?
Lembram-se da estréia do Alexandre Pato contra o Palmeiras? Pois é, o garoto fez um estrago, gols, dribles e ótimos passes. Viram a estréia dele no mundial de clubes? Outro ótimo jogo, com gol, dribles e ótima movimentação. Tudo bem, ele teve poucas chances contra o Barcelona e sentiu o jogo. Vamos perdoá-lo, afinal ele tem apenas 16 anos. Vou repetir, dezesseis anos! Ontem, na sua estréia pela seleção brasileira, entrou no segundo tempo e fez dois gols, um deles, de letra. Ajudou a seleção sub 20 a bater o Chile por 4X2. Pode não dar em nada, mas convenhamos, o moleque promete.

Sabiam...
...que esse sul-americano sub 20 dá duas vagas para as Olimpíadas? Pois é, eu não sabia. Mas é isso mesmo, a FIFA acabou com aquele torneio pré-olímpico e, conseqüentemente, acabaram-se as “seleções olímpicas sub 23”. Agora as vagas são disputas no sul-americano sub 20. E os classificados para os jogos olímpicos não poderão mais levar três jogadores acima da idade, como antes. Só vale garotos.

Copinha
Mais novidades. Desde o início, a Copa São Paulo de Futebol Júnior era disputada por jogadores sub 21. De 2007 em diante, será disputada por jogadores sub 18. Isso porque os mais “velhos” (de 19 anos em diante) já estão jogando nos times profissionais. Isso é um reflexo direto do êxodo de jogadores para Europa, Ásia e Oriente Médio. Reflexo direto do poder excessivo que a Lei Pelé deu aos empresários, que vendem seus garotos cada vez mais novos. Falando do torneio, apesar dos 88 times na disputa, a não ser que haja alguma surpresa, os favoritos são sempre os mesmos: Corinthians, São Paulo, Fluminense, Internacional, Cruzeiro e outros poucos clubes grandes. O Timão largou com moral, sapecou 6X0 no Paysandu. São Paulo e Santos também venceram na estréia, ambos pelo placar de 3X1. Já o Palmeiras ficou no empate com um timinho aí.

3 Cornetadas

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