quinta-feira, outubro 26, 2006
O Jogo
Diego Corneta
Sim, é com “J” maiúsculo! Só existem dois jogos verdadeiros no ano: Brasil X Argentina e, naturalmente, Palmeiras X Corinthians. O resto é só para cumprir tabela, compromissos comerciais e afins.
O jogo acabou de acabar; se me permitem a força da expressão oral. Sentado em frente ao computador, cerveja, fones ao ouvido – “Ah la la”, Cansei de Ser Sexy – e eu aqui, feliz pra caralho! O Timão ganhou! E o ano já pode acabar! Já se passaram carnaval e Corinthians X Palmeiras! O resto? Quem se importa? Come torta!
Foi feio, foi corrido, foi disputado, foi brigado. Não dá para não falar da vontade e aplicação de ambos os times, queriam vencer. O nível técnico foi baixo; muitos chutões e passes ridiculamente errados. Mas o Timão ganhou e todo o resto desaparece; não importa o quão fraco foi o jogo, não interessa o quão ruim são os jogadores – foda-se! – ganhamos o jogo que importa. Com o 1X0, o Corinthians devolve o mesmo placar e o mesmo futebol feio da derrota no primeiro turno.
Chega de torcida; passemos para algumas considerações. Finalmente o mala do Leão escalou Ramon e deixou Rafael Moura no banco. O tal “He-Man” simplesmente não tem condições físicas e técnicas para ser titular do Corinthians. Ele é lento, estabanado, faz muitas faltas, erra muitos passes e não sabe fazer a parte que lhe cabe, finalizações. Ramon é mais rápido, mais habilidoso e causa muito mais preocupações que o péssimo He-Man.
Uma pergunta: por quê o Dininho é banco no Palmeiras? Alguém acha que o Nem ou o Alceu jogam mais que ele? Manifestem-se. Outra pergunta: alguém acha que o Carlos Alberto faz falta? Eu respondo essa: nenhuma! Carlos Alberto não faz falta nenhuma ao time do Corinthians. Em campo, ele mostra vontade e não foge do pau, mas pouco produz, erra muitos passes e carrega demais a bola, além de prejudicar a equipe com muitas faltas e suspensões. A real é que Carlos Alberto nunca emplacou no Corinthians. Ano passado, ele ficou a maior parte do Brasileirão no banco, voltou nas rodadas finais e teve alguns bons momentos. E foi tudo.
Outra coisa, o que é que o Roger estava fazendo lá atrás? O Leão botou o Roger para jogar ao lado de Marcelo Mattos e Paulo Almeida. Ele até jogou bem, mostrou disposição e acertou bons passes em profundidade, mas o lugar dele é próximo da área! No segundo tempo, para variar, ele cansou. Caiu no campo apontando uma contusão e, segundo o repórter da Record, Roger disse que tinha levado uma bolada na coxa. Miguezinho fajuto! E nem desculpa o cara sabe dar! Bom, pelo menos não foi uma bolada no queixo.
O Palmeiras voltou melhor no segundo tempo e dá dó ver o Edmundo jogando ao lado do Enílton. Que saudade que ele deve ter do Evair! Enílton não vai e Edmundo cansou e desistiu, sumiu no resto do jogo. E o único gol do jogo saiu numa falha incrível da defesa do Palmeiras. Deixaram o único corintiano que sabe cabecear livre. Deu no que deu, gol do Marcelo Mattos. 1X0 contra é Palmeiras é goleada. E a crise dá um tempo na zona leste e migra para o zona oeste. Luz amarela no Palmeiras.
5 Cornetadas
Sim, é com “J” maiúsculo! Só existem dois jogos verdadeiros no ano: Brasil X Argentina e, naturalmente, Palmeiras X Corinthians. O resto é só para cumprir tabela, compromissos comerciais e afins.
O jogo acabou de acabar; se me permitem a força da expressão oral. Sentado em frente ao computador, cerveja, fones ao ouvido – “Ah la la”, Cansei de Ser Sexy – e eu aqui, feliz pra caralho! O Timão ganhou! E o ano já pode acabar! Já se passaram carnaval e Corinthians X Palmeiras! O resto? Quem se importa? Come torta!
Foi feio, foi corrido, foi disputado, foi brigado. Não dá para não falar da vontade e aplicação de ambos os times, queriam vencer. O nível técnico foi baixo; muitos chutões e passes ridiculamente errados. Mas o Timão ganhou e todo o resto desaparece; não importa o quão fraco foi o jogo, não interessa o quão ruim são os jogadores – foda-se! – ganhamos o jogo que importa. Com o 1X0, o Corinthians devolve o mesmo placar e o mesmo futebol feio da derrota no primeiro turno.
Chega de torcida; passemos para algumas considerações. Finalmente o mala do Leão escalou Ramon e deixou Rafael Moura no banco. O tal “He-Man” simplesmente não tem condições físicas e técnicas para ser titular do Corinthians. Ele é lento, estabanado, faz muitas faltas, erra muitos passes e não sabe fazer a parte que lhe cabe, finalizações. Ramon é mais rápido, mais habilidoso e causa muito mais preocupações que o péssimo He-Man.
Uma pergunta: por quê o Dininho é banco no Palmeiras? Alguém acha que o Nem ou o Alceu jogam mais que ele? Manifestem-se. Outra pergunta: alguém acha que o Carlos Alberto faz falta? Eu respondo essa: nenhuma! Carlos Alberto não faz falta nenhuma ao time do Corinthians. Em campo, ele mostra vontade e não foge do pau, mas pouco produz, erra muitos passes e carrega demais a bola, além de prejudicar a equipe com muitas faltas e suspensões. A real é que Carlos Alberto nunca emplacou no Corinthians. Ano passado, ele ficou a maior parte do Brasileirão no banco, voltou nas rodadas finais e teve alguns bons momentos. E foi tudo.
Outra coisa, o que é que o Roger estava fazendo lá atrás? O Leão botou o Roger para jogar ao lado de Marcelo Mattos e Paulo Almeida. Ele até jogou bem, mostrou disposição e acertou bons passes em profundidade, mas o lugar dele é próximo da área! No segundo tempo, para variar, ele cansou. Caiu no campo apontando uma contusão e, segundo o repórter da Record, Roger disse que tinha levado uma bolada na coxa. Miguezinho fajuto! E nem desculpa o cara sabe dar! Bom, pelo menos não foi uma bolada no queixo.
O Palmeiras voltou melhor no segundo tempo e dá dó ver o Edmundo jogando ao lado do Enílton. Que saudade que ele deve ter do Evair! Enílton não vai e Edmundo cansou e desistiu, sumiu no resto do jogo. E o único gol do jogo saiu numa falha incrível da defesa do Palmeiras. Deixaram o único corintiano que sabe cabecear livre. Deu no que deu, gol do Marcelo Mattos. 1X0 contra é Palmeiras é goleada. E a crise dá um tempo na zona leste e migra para o zona oeste. Luz amarela no Palmeiras.
segunda-feira, outubro 23, 2006
Rápidas & Rasteiras
Diego Corneta
F – umas e outras
Schumacher parou, acabou. Alonso foi campeão. Felipe Massa passeou; ganhou. Rubinho? Não quebrou, mas apenas figurou.
Segurança
Essa palavra resume o time do São Paulo. Um gol com menos de um minuto de jogo desmontou o primeiro tempo do Grêmio. Por falta de sorte, duas na trave, o São Paulo não ampliou. Muricy é malandrão, pensa que engana todo mundo. Sem lateral direito (Ilsinho suspenso e Reasco aleijado), o técnico botou o zagueiro André Dias no time e disse que ele iria jogar de lateral. Ficou só no gogó; para não correr riscos, o time jogou com três zagueiros mesmo, pois André Dias não apoiou.
O Grêmio ainda empatou logo aos 4 minutos do segundo tempo, mas não teve forças para furar o bloqueio dos paulistas. Ótimo resultado para o São Paulo, cada rodada mais perto do título.
Ainda na UTI
Contra um Cruzeiro desinteressado e passivo, o Corinthians ganhou o jogo com as armas que possui na atualidade: vontade, correria, sorte (ou seria falta de?) e um mísero gol. Ganhou e foi favorecido pela derrota da Ponte Preta. Saiu da zona de rebaixamento mas segue na UTI. O próximo jogo, contra o Palmeiras, pode decidir o futuro do Timão na competição. Vitória, céu. Derrota, inferno. Simplismo? Maniqueísmo? No futebol, isso é válido. Ainda mais no maior clássico do Brasil.
Pela última vez
Não, Edmundo não errou o pênalti de propósito. E não se fala mais nisso. A quantidade de idiotas e idiotices na imprensa nos oprime.
Ele de novo
Não teve para ninguém, Roger Federer surrou todo mundo e chegou ao 42º título de sua carreira com facilidade. Não perdeu um set sequer, não se abalou e quase nem suou. Sem brincadeira, de vez em quando, eu tenho a impressão que ele erra apenas para mostrar que é humano e falível. A facilidade com que ele disputa (e ganha) jogos difíceis é impressionante. Na final do Master Series de Madrid, Federer fez 3X0 no bom tenista chileno Gonzáles, com parciais de 6X5, e humilhantes 6X1 e 6X0.
7 Cornetadas
F – umas e outras
Schumacher parou, acabou. Alonso foi campeão. Felipe Massa passeou; ganhou. Rubinho? Não quebrou, mas apenas figurou.
Segurança
Essa palavra resume o time do São Paulo. Um gol com menos de um minuto de jogo desmontou o primeiro tempo do Grêmio. Por falta de sorte, duas na trave, o São Paulo não ampliou. Muricy é malandrão, pensa que engana todo mundo. Sem lateral direito (Ilsinho suspenso e Reasco aleijado), o técnico botou o zagueiro André Dias no time e disse que ele iria jogar de lateral. Ficou só no gogó; para não correr riscos, o time jogou com três zagueiros mesmo, pois André Dias não apoiou.
O Grêmio ainda empatou logo aos 4 minutos do segundo tempo, mas não teve forças para furar o bloqueio dos paulistas. Ótimo resultado para o São Paulo, cada rodada mais perto do título.
Ainda na UTI
Contra um Cruzeiro desinteressado e passivo, o Corinthians ganhou o jogo com as armas que possui na atualidade: vontade, correria, sorte (ou seria falta de?) e um mísero gol. Ganhou e foi favorecido pela derrota da Ponte Preta. Saiu da zona de rebaixamento mas segue na UTI. O próximo jogo, contra o Palmeiras, pode decidir o futuro do Timão na competição. Vitória, céu. Derrota, inferno. Simplismo? Maniqueísmo? No futebol, isso é válido. Ainda mais no maior clássico do Brasil.
Pela última vez
Não, Edmundo não errou o pênalti de propósito. E não se fala mais nisso. A quantidade de idiotas e idiotices na imprensa nos oprime.
Ele de novo
Não teve para ninguém, Roger Federer surrou todo mundo e chegou ao 42º título de sua carreira com facilidade. Não perdeu um set sequer, não se abalou e quase nem suou. Sem brincadeira, de vez em quando, eu tenho a impressão que ele erra apenas para mostrar que é humano e falível. A facilidade com que ele disputa (e ganha) jogos difíceis é impressionante. Na final do Master Series de Madrid, Federer fez 3X0 no bom tenista chileno Gonzáles, com parciais de 6X5, e humilhantes 6X1 e 6X0.
quinta-feira, outubro 12, 2006
Rápidas & Rasteiras
Diego Corneta
Suecas
Terça-feira passada. Brasil jogou contra o Equador em Estocolmo, na Suécia. Ganhamos por 2X1, de virada, com gols de Fred e Kaká. Ronaldinho entrou no segundo tempo e jogou relativamente bem. Os equatorianos bateram bem; bateram até ficar com um jogador a menos. Aí, fica difícil segurar o toque de bola brasileiro, 2X1 foi pouco, perdemos ótimas chances.
Hermanos
Na quarta, “data Fifa” para amistosos, a Argentina enfrentou a Espanha. Perdeu de 2X1. Sorrisos foram dados aqui no Brasil. Afinal, a Argentina perdera. Porém... tudo tem um porém...
A vingança vem a cavalo
Já ouviram essa frase? Pois é, mesmo quem nunca ouviu sabe muito bem o significado. Rapidinho a Argentina restabeleceu-se em sorrisos, em alguns casos, gargalhadas. E o troco foi dado em nós brasileiros.
Fluminense X Gimnasia y Esgrima
Com um golaço contra do Tuta, aos 46 do primeiro tempo, os tais Gimnasia y Esgrima abriram o placar. Santiago Silva deixou o seu e fechou a conta, 2X0.
Parem as máquinas!!!
Santiago Silva!!! Lembram dele? Os corintianos mais atentos lembram. Afinal, como esquecer do “El Tanque”? Ele mesmo, “El Tanque”, centroavante que passou pelo Timão em 2002 e, na reserva, abocanhou os títulos do Paulista e do Rio-SP. Não marcou um gol sequer envergando a camisa alvinegra. Não teve muitas chances, não tinha “potencial técnico”, se é que me entendem. Quem diria que ele iria voltar?
Vejam com seus próprios olhos, é ele mesmo!
Santos X San Lorenzo
O placar de 1X0 foi pouco para o Santos. Havia tomado de 3X0 e o San Lorenzo avança.
Lanús X Corinthians
E no terceiro embate Brasil X Argentina do dia, mais uma vez, deu Argentina. O Corinthians saiu na frente com 1 minuto de jogo e achou que já estava classificado. Tomou a virada com gols aos 16 e 17 minutos. Bobeira geral e irrestrita na zaga e na marcação no meio-de-campo. Levou ainda um terceiro gol aos 35 minutos e para o vestiário com 3X1 nas costas. Destaque do primeiro tempo: a discussão entre Carlos Alberto e Leão. Exit: Carlos Alberto. Enter: Renato. E o Renato entrou como sempre, não fez absolutamente nada, a não ser perder um gol de cabeça de dentro da pequena área.
Segundo tempo. O Timão acha um gol aos 10 minutos, Marinho. Dava para chegar. Mas com Rafael Moura no ataque é difícil. Roger se escondia. Os laterais erravam muito. E para animar a galera, Magrão resolveu entrar em ação. Num lance típico de Roberto Carlos, o volante fez uma embaixadinha para tentar dar um balão para frente. Não deu certo, gol do Lanús. E o ímpeto alvinegro escorreu pelo ralo da desesperança. O time está completamente perdido. O rebaixamento no Brasileiro é um cadáver na sala do Corinthians.
Atlético-PR X River Plate
No confronto mais difícil, o Atlético ganhou fora por 1X0. O jogo de volt está acontecendo agora (20h21min) e o Atlético vence por 1X0. Parece que vai ser o único brasileiro a avançar. Vamos ver, vamos ver.
3 Cornetadas
Suecas
Terça-feira passada. Brasil jogou contra o Equador em Estocolmo, na Suécia. Ganhamos por 2X1, de virada, com gols de Fred e Kaká. Ronaldinho entrou no segundo tempo e jogou relativamente bem. Os equatorianos bateram bem; bateram até ficar com um jogador a menos. Aí, fica difícil segurar o toque de bola brasileiro, 2X1 foi pouco, perdemos ótimas chances.
Hermanos
Na quarta, “data Fifa” para amistosos, a Argentina enfrentou a Espanha. Perdeu de 2X1. Sorrisos foram dados aqui no Brasil. Afinal, a Argentina perdera. Porém... tudo tem um porém...
A vingança vem a cavalo
Já ouviram essa frase? Pois é, mesmo quem nunca ouviu sabe muito bem o significado. Rapidinho a Argentina restabeleceu-se em sorrisos, em alguns casos, gargalhadas. E o troco foi dado em nós brasileiros.
Fluminense X Gimnasia y Esgrima
Com um golaço contra do Tuta, aos 46 do primeiro tempo, os tais Gimnasia y Esgrima abriram o placar. Santiago Silva deixou o seu e fechou a conta, 2X0.
Parem as máquinas!!!
Santiago Silva!!! Lembram dele? Os corintianos mais atentos lembram. Afinal, como esquecer do “El Tanque”? Ele mesmo, “El Tanque”, centroavante que passou pelo Timão em 2002 e, na reserva, abocanhou os títulos do Paulista e do Rio-SP. Não marcou um gol sequer envergando a camisa alvinegra. Não teve muitas chances, não tinha “potencial técnico”, se é que me entendem. Quem diria que ele iria voltar?
Vejam com seus próprios olhos, é ele mesmo!
Santos X San Lorenzo
O placar de 1X0 foi pouco para o Santos. Havia tomado de 3X0 e o San Lorenzo avança.
Lanús X Corinthians
E no terceiro embate Brasil X Argentina do dia, mais uma vez, deu Argentina. O Corinthians saiu na frente com 1 minuto de jogo e achou que já estava classificado. Tomou a virada com gols aos 16 e 17 minutos. Bobeira geral e irrestrita na zaga e na marcação no meio-de-campo. Levou ainda um terceiro gol aos 35 minutos e para o vestiário com 3X1 nas costas. Destaque do primeiro tempo: a discussão entre Carlos Alberto e Leão. Exit: Carlos Alberto. Enter: Renato. E o Renato entrou como sempre, não fez absolutamente nada, a não ser perder um gol de cabeça de dentro da pequena área.
Segundo tempo. O Timão acha um gol aos 10 minutos, Marinho. Dava para chegar. Mas com Rafael Moura no ataque é difícil. Roger se escondia. Os laterais erravam muito. E para animar a galera, Magrão resolveu entrar em ação. Num lance típico de Roberto Carlos, o volante fez uma embaixadinha para tentar dar um balão para frente. Não deu certo, gol do Lanús. E o ímpeto alvinegro escorreu pelo ralo da desesperança. O time está completamente perdido. O rebaixamento no Brasileiro é um cadáver na sala do Corinthians.
Atlético-PR X River Plate
No confronto mais difícil, o Atlético ganhou fora por 1X0. O jogo de volt está acontecendo agora (20h21min) e o Atlético vence por 1X0. Parece que vai ser o único brasileiro a avançar. Vamos ver, vamos ver.
segunda-feira, outubro 09, 2006
Rápidas & Rasteiras
Diego Corneta
Clichês
Em matéria de ontem, o caderno de TV do Estadão traz uma curiosa reportagem sobre as mesas redondas e os programas esportivos. O ponto interessante é que os programas foram assistidos e analisados por mulheres, seres não contaminados pelo fanatismo futebolístico, ou seja, os principais sintomas (cegueira, unilateralidade de opinião e idiotice) dessa doença ainda não se manifestaram. O resultado (muitos de nós já sabíamos...) é que a maioria dos programas é um festival de repetições, clichês e bobagens deslavadas. Falta assunto e sobram “polêmicas”, previamente ensaiadas.
Milton Neves assumiu: “O espaço maior sempre é para o Timão. Se estiver bom, ganha espaço, se estiver ruim, mais ainda... quando passo imagens de Flamengo X Fluminense, a audiência fica em 2 pontos, se é Corinthians, sobe para 6, em quem acha que vamos apostar?”. Na TV, muitas vezes, a informação não importa, a meta é o Ibope e o retorno financeiro que isso traz. Não que seja proibido uma empresa ter lucros, o meu questionamento é sobre os artifícios que elas usam. Priorizam a repetição e deixam a qualidade de lado. Se os programas fossem mais discretos, mais equilibrados (em todos os sentidos) e, conseqüentemente, melhores; todos nós ganharíamos.
Pérolas
A seguir, algumas pérolas coletadas nos programas esportivos. Baboseiras que muitas vezes passam batido aos ouvidos tapados dos “doentes”, mas incompatíveis com os ouvidos “limpos” femininos.
“Se o goleiro usasse os sapatos Di Pollini, não pisaria assim na bola” – Flávio Prado, merchandising tem limites...
“O jogador foi muito precipitado, portanto, se precipitou”, - Muller, gênio da argumentação.
“O púbis não entrava em campo antigamente” – José Trajano, como é?
“Vou enchuriçar” – Roberto Avalone queria falar “enchouriçar” e criou um novo verbo. Mas afinal, o que ele quer dizer com isso?
“A gente conseguiu conseguir nosso objetivo, os 3 pontos” – Fábio, goleiro do Cruzeiro, conseguiu conseguir usar o mesmo verbo duas vezes seguidas. Prêmio para ele.
Agora a pérola do mestre do “embromation”, ele, o gaúcho Tite: “Velocidade é um aspecto fundamental da modernidade, quando se chega na frente e a velocidade com que tu retornas, e quando tu retornas, a velocidade que tu chegas na frente...” Alguém entendeu? Socorro!
Passos largos
O que seria da imprensa esportiva sem os clichês? Não sei. Mas o fato é que o São Paulo caminha a passos largos para o título. Jogando com uma formação agressiva, com apenas um volante de ofício, o São Paulo virou o jogo ainda primeiro tempo. Bateu o Fluminense, lá no Maracanã, por 2X1. Na goleada do meio de semana (5X1 contra o Vasco), o time já tinha jogado assim, com um volante (Josué), dois meias (Danilo e Souza) e três atacantes (Aluísio, Leandro e Thiago). Tudo bem, Souza e Leandro têm ótimo preparo físico e ajudam na marcação, mas o sistema do Muricy é muito interessante. Lembra o Corinthians do Parreira, em 2002, com o mesmo Leandro se desdobrando entre ataque e marcação. A diferença é que o Corinthians daquela época tinha dois volantes (Fabinho e Vampeta) e um meia (Renato); já o SPFC, como já foi dito, tem um volante e dois meias.
Timinho
Ano passado, o Timão teve o melhor ataque, foi o time com maior número de vitórias; foi campeão. Esse ano, o Timinho tem 28 jogos e 26 gols, média de menos de um gol por jogo. Já tomou 38 e já perdeu 14 vezes; está na zona de rebaixamento.
Fui ver Corinthians X Santos no meio de semana. Todos já sabem o resultado, 3X0 para o Santos. O Corinthians pressionou o primeiro tempo todo, perdeu gols incríveis e tomou 1X0 no final. Segundo tempo, quase a mesma coisa, pressionou (sem muita força e com pouca inteligência), perdeu gols e tomou mais 2. Na minha opinião, mesmo o time fazendo um bom primeiro tempo, Leão entrou com a equipe errada. Desde que ele chegou, só jogou no 4-4-2, justo no clássico foi entrar de 3-5-2, com Roger e Amoroso no ataque. Todo mundo sabe que o Roger não rende nada jogando de atacante. Ou o Leão é muito teimoso e presunçoso, ou ele quer queimar o Roger; pode ser as duas coisas. O certo é que o 3-5-2 não deu certo, Leão se arrependeu no meio da partida e voltou ao 4-4-2; já era tarde.
Ontem, contra o Goiás, erros ainda piores, de todos os lados, de Leão, dos jogadores e da arbitragem. Leão entrou de novo com o 3-5-2, mas dessa vez com Carlos Alberto e Roger se alternando no ataque, ao lado de Amoroso. O time saiu do primeiro tempo empatando por 1X1. Voltou ao segundo sem o Roger e com o péssimo Rafael Moura; trocou também Rosinei por Coelho. Betão foi expulso injustamente num lance ridículo. Leão, quis manter o sistema de três zagueiros, sacou Carlos Alberto e botou Marcus Vinícius. Pronto, a merda estava feita. Como é que um time joga sem meias e sem volantes apoiadores? Ele deveria ter tirado o mesmo Rafael e deixado o Carlos Alberto lá. Pelo menos o Carlos Alberto sabe correr com a bola em direção ao ataque.
O time ficou sem opções e perdido. César e Coelho não conseguiam levar a bola ao ataque. Marcelo Mattos e Magrão não estavam jogando e dos volantes substitutos (Paulo Almeida e Rafael) não dá para esperar nada, a não ser disposição na marcação e pancadas, muitas pancadas. Coelho fez uma das piores partidas que eu já vi. Tão ruim quanto as duas fatídicas contra o River. Como é que esse cara ainda tem chance no Corinthians? Ele errou todos os lances de ataque que tentou, errou muitos passes, inclusive na saída de bola, tomou um baile do Jadílson e cometeu muitas faltas. Errou tudo, se o time estivesse com um cone em seu lugar, seria a mesma coisa.
Rafael Moura, para variar, perdeu outro gol feito; isso quando o jogo ainda estava empatado. E com o time rendido e perdido em campo, os gols do Goiás não tardaram a sair. 3X1 saiu barato para o futebol que o Corinthians jogou e para as substituições de Leão. O juiz errou feio ao expulsar Betão e não dar um pênalti no Marcus Vinícius, mas o Leão e os jogadores fizeram de tudo para perder o jogo.
4 Cornetadas
Clichês
Em matéria de ontem, o caderno de TV do Estadão traz uma curiosa reportagem sobre as mesas redondas e os programas esportivos. O ponto interessante é que os programas foram assistidos e analisados por mulheres, seres não contaminados pelo fanatismo futebolístico, ou seja, os principais sintomas (cegueira, unilateralidade de opinião e idiotice) dessa doença ainda não se manifestaram. O resultado (muitos de nós já sabíamos...) é que a maioria dos programas é um festival de repetições, clichês e bobagens deslavadas. Falta assunto e sobram “polêmicas”, previamente ensaiadas.
Milton Neves assumiu: “O espaço maior sempre é para o Timão. Se estiver bom, ganha espaço, se estiver ruim, mais ainda... quando passo imagens de Flamengo X Fluminense, a audiência fica em 2 pontos, se é Corinthians, sobe para 6, em quem acha que vamos apostar?”. Na TV, muitas vezes, a informação não importa, a meta é o Ibope e o retorno financeiro que isso traz. Não que seja proibido uma empresa ter lucros, o meu questionamento é sobre os artifícios que elas usam. Priorizam a repetição e deixam a qualidade de lado. Se os programas fossem mais discretos, mais equilibrados (em todos os sentidos) e, conseqüentemente, melhores; todos nós ganharíamos.
Pérolas
A seguir, algumas pérolas coletadas nos programas esportivos. Baboseiras que muitas vezes passam batido aos ouvidos tapados dos “doentes”, mas incompatíveis com os ouvidos “limpos” femininos.
“Se o goleiro usasse os sapatos Di Pollini, não pisaria assim na bola” – Flávio Prado, merchandising tem limites...
“O jogador foi muito precipitado, portanto, se precipitou”, - Muller, gênio da argumentação.
“O púbis não entrava em campo antigamente” – José Trajano, como é?
“Vou enchuriçar” – Roberto Avalone queria falar “enchouriçar” e criou um novo verbo. Mas afinal, o que ele quer dizer com isso?
“A gente conseguiu conseguir nosso objetivo, os 3 pontos” – Fábio, goleiro do Cruzeiro, conseguiu conseguir usar o mesmo verbo duas vezes seguidas. Prêmio para ele.
Agora a pérola do mestre do “embromation”, ele, o gaúcho Tite: “Velocidade é um aspecto fundamental da modernidade, quando se chega na frente e a velocidade com que tu retornas, e quando tu retornas, a velocidade que tu chegas na frente...” Alguém entendeu? Socorro!
Passos largos
O que seria da imprensa esportiva sem os clichês? Não sei. Mas o fato é que o São Paulo caminha a passos largos para o título. Jogando com uma formação agressiva, com apenas um volante de ofício, o São Paulo virou o jogo ainda primeiro tempo. Bateu o Fluminense, lá no Maracanã, por 2X1. Na goleada do meio de semana (5X1 contra o Vasco), o time já tinha jogado assim, com um volante (Josué), dois meias (Danilo e Souza) e três atacantes (Aluísio, Leandro e Thiago). Tudo bem, Souza e Leandro têm ótimo preparo físico e ajudam na marcação, mas o sistema do Muricy é muito interessante. Lembra o Corinthians do Parreira, em 2002, com o mesmo Leandro se desdobrando entre ataque e marcação. A diferença é que o Corinthians daquela época tinha dois volantes (Fabinho e Vampeta) e um meia (Renato); já o SPFC, como já foi dito, tem um volante e dois meias.
Timinho
Ano passado, o Timão teve o melhor ataque, foi o time com maior número de vitórias; foi campeão. Esse ano, o Timinho tem 28 jogos e 26 gols, média de menos de um gol por jogo. Já tomou 38 e já perdeu 14 vezes; está na zona de rebaixamento.
Fui ver Corinthians X Santos no meio de semana. Todos já sabem o resultado, 3X0 para o Santos. O Corinthians pressionou o primeiro tempo todo, perdeu gols incríveis e tomou 1X0 no final. Segundo tempo, quase a mesma coisa, pressionou (sem muita força e com pouca inteligência), perdeu gols e tomou mais 2. Na minha opinião, mesmo o time fazendo um bom primeiro tempo, Leão entrou com a equipe errada. Desde que ele chegou, só jogou no 4-4-2, justo no clássico foi entrar de 3-5-2, com Roger e Amoroso no ataque. Todo mundo sabe que o Roger não rende nada jogando de atacante. Ou o Leão é muito teimoso e presunçoso, ou ele quer queimar o Roger; pode ser as duas coisas. O certo é que o 3-5-2 não deu certo, Leão se arrependeu no meio da partida e voltou ao 4-4-2; já era tarde.
Ontem, contra o Goiás, erros ainda piores, de todos os lados, de Leão, dos jogadores e da arbitragem. Leão entrou de novo com o 3-5-2, mas dessa vez com Carlos Alberto e Roger se alternando no ataque, ao lado de Amoroso. O time saiu do primeiro tempo empatando por 1X1. Voltou ao segundo sem o Roger e com o péssimo Rafael Moura; trocou também Rosinei por Coelho. Betão foi expulso injustamente num lance ridículo. Leão, quis manter o sistema de três zagueiros, sacou Carlos Alberto e botou Marcus Vinícius. Pronto, a merda estava feita. Como é que um time joga sem meias e sem volantes apoiadores? Ele deveria ter tirado o mesmo Rafael e deixado o Carlos Alberto lá. Pelo menos o Carlos Alberto sabe correr com a bola em direção ao ataque.
O time ficou sem opções e perdido. César e Coelho não conseguiam levar a bola ao ataque. Marcelo Mattos e Magrão não estavam jogando e dos volantes substitutos (Paulo Almeida e Rafael) não dá para esperar nada, a não ser disposição na marcação e pancadas, muitas pancadas. Coelho fez uma das piores partidas que eu já vi. Tão ruim quanto as duas fatídicas contra o River. Como é que esse cara ainda tem chance no Corinthians? Ele errou todos os lances de ataque que tentou, errou muitos passes, inclusive na saída de bola, tomou um baile do Jadílson e cometeu muitas faltas. Errou tudo, se o time estivesse com um cone em seu lugar, seria a mesma coisa.
Rafael Moura, para variar, perdeu outro gol feito; isso quando o jogo ainda estava empatado. E com o time rendido e perdido em campo, os gols do Goiás não tardaram a sair. 3X1 saiu barato para o futebol que o Corinthians jogou e para as substituições de Leão. O juiz errou feio ao expulsar Betão e não dar um pênalti no Marcus Vinícius, mas o Leão e os jogadores fizeram de tudo para perder o jogo.