terça-feira, outubro 28, 2008
A volta dos que não foram
Diego Corneta
O título é batido, mas é irresistível. A essa altura, todo mundo já sabe que o Coringão voltou. Bateu o fraco Ceará em casa e contou com uma providencial derrota do Barueri frente ao Paraná Clube. Com 70 pontos e faltando seis rodadas, o Corinthians pode perder todas que ainda fica com a quarta vaga. Se a ascensão era questão de tempo, agora o título também é.
O Pacaembu presenciou uma festa histórica.
Mas o fato concreto que fica é o Corinthians caiu, disputou a segunda divisão e está de volta, mas nunca deixou de ser grande. Pelo contrário, a queda só realçou a grandeza do clube. Duvidam? Pela primeira vez a maior emissora de TV transmitiu a série B. Se só isso não bastasse, é só olhar a cobertura que o Corinthians teve durante a competição. Nos programas esportivos da TV, jornais, rádios e revistas, a primeira divisão virou coadjuvante; a manchete, o fato principal, quase sempre era o Corinthians. As maiores audiências da Globo foram garantidas quando o Timão entrou em campo – basta ver o post aí embaixo, com gráfico e tudo mais.
Por essas e outras que eu afirmo: o Corinthians “foi”, mas não chegou, de fato a “ir”. Parece confuso, mas é muito claro. O “inferno”, a “pedreira”, a “terrível” série B, para o Timão, não doeu. O Corinthians desfilou, como um autêntico grande clube. Liderou desde o início e perdeu (por enquanto) apenas dois jogos. Jogou com toda a superioridade que lhe é atribuída, técnica, estrutural, histórica, etc, etc. A série B foi um rito de passagem, um ano sabático, uma longa e tranqüila inter-temporada. Caímos com todo o peso e barulho de um gigante. Agora, depois de um sono tranqüilo, o gigante está acordando. E ele vai fazer estrondo. Preparem-se.
O maior patrimônio do Corinthians, sua torcida.
Séria A
O campeonato segue indefinido e imprevisível. Eu, aqui mesmo nesse espaço, já apontei Palmeiras e São Paulo como favoritos ao título. Agora, continuo apostando nos dois, mas incluo o Grêmio na parada. Luxemburgo definitivamente não está conseguindo fazer o seu Palmeiras vencer longe do Palestra. No último sábado, o time levou um baile no primeiro tempo. Foi um massacre, o Fluminense surrou com gosto, o Palmeiras simplesmente não viu a bola na primeira metade do jogo. Com quatro pontos atrás do Grêmio, o time palestrino ainda pode ser campeão, até porque vai jogar com os gaúchos em casa. Mas vai depender de outros resultados, principalmente resultados do São Paulo, que tem a tabela mais fácil até o fim do torneio.
Artista
As fotos desse post são do fotógrafo Daniel Kfouri. Quem quiser ver mais fotos dele, clique em http://www.danielkfouri.com/ , vale a pena. O cara é bom.
5 Cornetadas
O título é batido, mas é irresistível. A essa altura, todo mundo já sabe que o Coringão voltou. Bateu o fraco Ceará em casa e contou com uma providencial derrota do Barueri frente ao Paraná Clube. Com 70 pontos e faltando seis rodadas, o Corinthians pode perder todas que ainda fica com a quarta vaga. Se a ascensão era questão de tempo, agora o título também é.
O Pacaembu presenciou uma festa histórica.
Mas o fato concreto que fica é o Corinthians caiu, disputou a segunda divisão e está de volta, mas nunca deixou de ser grande. Pelo contrário, a queda só realçou a grandeza do clube. Duvidam? Pela primeira vez a maior emissora de TV transmitiu a série B. Se só isso não bastasse, é só olhar a cobertura que o Corinthians teve durante a competição. Nos programas esportivos da TV, jornais, rádios e revistas, a primeira divisão virou coadjuvante; a manchete, o fato principal, quase sempre era o Corinthians. As maiores audiências da Globo foram garantidas quando o Timão entrou em campo – basta ver o post aí embaixo, com gráfico e tudo mais.
Por essas e outras que eu afirmo: o Corinthians “foi”, mas não chegou, de fato a “ir”. Parece confuso, mas é muito claro. O “inferno”, a “pedreira”, a “terrível” série B, para o Timão, não doeu. O Corinthians desfilou, como um autêntico grande clube. Liderou desde o início e perdeu (por enquanto) apenas dois jogos. Jogou com toda a superioridade que lhe é atribuída, técnica, estrutural, histórica, etc, etc. A série B foi um rito de passagem, um ano sabático, uma longa e tranqüila inter-temporada. Caímos com todo o peso e barulho de um gigante. Agora, depois de um sono tranqüilo, o gigante está acordando. E ele vai fazer estrondo. Preparem-se.
O maior patrimônio do Corinthians, sua torcida.
Séria A
O campeonato segue indefinido e imprevisível. Eu, aqui mesmo nesse espaço, já apontei Palmeiras e São Paulo como favoritos ao título. Agora, continuo apostando nos dois, mas incluo o Grêmio na parada. Luxemburgo definitivamente não está conseguindo fazer o seu Palmeiras vencer longe do Palestra. No último sábado, o time levou um baile no primeiro tempo. Foi um massacre, o Fluminense surrou com gosto, o Palmeiras simplesmente não viu a bola na primeira metade do jogo. Com quatro pontos atrás do Grêmio, o time palestrino ainda pode ser campeão, até porque vai jogar com os gaúchos em casa. Mas vai depender de outros resultados, principalmente resultados do São Paulo, que tem a tabela mais fácil até o fim do torneio.
Artista
As fotos desse post são do fotógrafo Daniel Kfouri. Quem quiser ver mais fotos dele, clique em http://www.danielkfouri.com/ , vale a pena. O cara é bom.
terça-feira, outubro 21, 2008
Copa do Mundo
Diego Corneta
Vi vários jogos do Brasil e até de outros times nessa Copa do Mundo de Futsal. Na verdade, tentei ver. Tentei mesmo, juro. Mas não deu, não dá, é um esporte muito chato! Jogar é muito bom, é um futebol rápido onde todos têm que ser participativos. Quem não sabe jogar minimamente bem, não joga salão. No campo, dá para enganar, mas o salão não dá brecha aos enganadores. Futebol de salão profissional é outra coisa. Tem até outro nome, Futsal. E é um treco chato, mas bem chato mesmo. É um jogo muito fechado e, dadas as medidas reduzidas, quase sempre vira ataque contra defesa. Todos os jogos coletivos são ataque contra defesa, óbvio. Mas no futsal, assim como no handebol, isso é muito mais evidente. As variáveis são menores e mais limitadas do que no futebol de campo ou no basquete, por exemplo.
Tem outra, quando o jogo é muito fácil, como foi a primeira fase para o Brasil, é sempre goleada. Isso deveria ser bom, mas no meu entender não é. Explico: não são goleadas como um 4X0 ou um 5X1. São placares maiores que 15! Maiores que 20 até! Isso acaba banalizando o gol, exatamente como acontece no handebol. O gol, justamente o momento mais importante do jogo, passa a ser corriqueiro, fica banal, perde a graça. Por outro lado, quando os jogos são parelhos, com times equivalentes, o jogo torna-se ainda mais chato. É um festival de trombadas, encontrões e chutes travados! O espaço é reduzido e todos os times, sem exceção, marcam melhor do que atacam.
Outra coisa que me irrita no futsal profissional é a nossa supremacia. Conquistamos a Copa do Mundo da Fifa pela quarta vez (seis se forem contados os dois títulos na época em que a competição era organizada pela Fifusa – Federação Internacional do Futebol de Salão). Nas duas oportunidades que perdemos, ficamos em segundo. O Brasil é tão superior aos demais que joga com quatro equipes, os dois times da seleção (titulares e reservas) e os dois times da Itália (titulares e reservas). Além disso, quase todas as outras seleções jogam com brasileiros, Rússia, Japão, Espanha. Isso não é legal, a Fifa deveria rever essas naturalizações que acontecem somente para disputar torneios. Se continuar assim, caminharemos para uma Copa do Mundo de futsal com uma maioria absoluta de brasileiros. Qual é a graça? Qual é o sentido disso?
Portuguesa salva o campeonato
De onde menos se esperava, veio a paulada. Portuguesa 2X0 Grêmio. Com o empate entre Palmeiras e São Paulo, o time gaúcho poderia abrir uma boa vantagem. O Cruzeiro, vencendo o rival Atlético-MG, também se deu bem. E o Flamengo ainda sonha com o título, mas nem se o Harry Potter fizer uma mágica ele virá. As próximas rodadas e, principalmente, os confrontos diretos, serão empolgantes.
Acelerando
Não acompanho muito Fórmula 1, acho uma corrida de quase duas horas algo muito entediante e os horários não são nada convidativos. No entanto, paradoxalmente, gosto de saber os resultados. Do pouco que eu já vi, li e ouvi sobre o assunto, acredito que o inglês Hamilton conquiste o campeonato. Massa foi muito prejudicado por erros seus e da sua equipe. Mas isso não é desculpa, pelo pouco que eu vi acho o Hamilton melhor e mais competente. O inglês dirige melhor, ponto final.
O horror, o horror, o horror
A cobertura feita pela Rede Record, RedeTV! e Rede Globo prejudicou as negociações com Lindemberg Alves, na avaliação do ex-comandante do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e sociólogo Rodrigo Pimentel. Para ele, a postura das emissoras foi "irreponsável e criminosa".
Lindemberg Alves, 22, manteve a ex-namorada Eloá e a amiga Nayara, ambas de 15 anos, como reféns por cinco dias em um apartamento na cidade de Santo André, em São Paulo. Na última sexta-feira, 17, o Gate (Grupo de Operações Taticas Especiais) invadiu o local. O incidente culminou na morte de Eloá. Co-autor dos livros “Cabeça de Porco” e "Elite da Tropa" e roteirista do filme "Tropa de Elite", Pimentel faz uma crítica ainda mais incisiva à interferência da apresentadora Sonia Abrão, da RedeTV!, nas negociações. Ela entrevistou Lindemberg ao vivo na última quarta-feira, 15.
Como o senhor avalia a cobertura da mídia?
A Sonia Abrão, da RedeTV!, a Record e a Globo foram irresponsáveis e criminosas. O que eles fizeram foi de uma irresponsabilidade tão grande que eles poderiam, através dessa conduta, deixar o tomador das reféns mais nervoso, como deixaram; poderiam atrapalhar a negociação, como atrapalharam... O telefone do Lindemberg estava sempre ocupado, e o capitão Adriano Giovaninni (NR: negociador da Polícia Militar) não conseguia falar com ele porque a Sonia Abrão queria entrevistá-lo. Então essas emissoras, esses jornalistas criminosos e irresponsáveis, devem optar na próxima ocorrência entre ajudar a polícia ou aumentar a sua audiência.
O Ministério Público de São Paulo deveria, inclusive, chamar à responsabilidade, essas emissoras de TV. A Record se orgulha de ter ligado 5 vezes para o Lindemberg. Ele ficou visivelmente nervoso quando a Sonia Abrão ligou, e ela colocou isso no ar. Impressionante! O Lindemberg ficou: "quem são vocês, quem colocou isso no ar, como conseguiram meu telefone?". Olha que loucura! Isso jamais aconteceria nos Estados Unidos hoje, jamais. Aconteceu há quase 40 anos, mas jamais aconteceria nos dias de hoje. Foi irresponsável, infantil e criminoso o que a Sonia Abrão fez. Eu lamento não ter falado isso na frente dela. Eu gostaria de ter falado isso para ela e para os telespectadores da Record e da RedeTV!.
O que ela fez foi sem a menor avaliação. Tanto que, num primeiro momento, ele (o repórter Luiz Guerra) tentou enganar o Lindemberg, dizendo-se amigo da família. E depois ele tentou ser negociador, convencer ele a se entregar sem conhecer os argumentos técnicos usados para isso. O que o capitão Giovaninni falava para o Lindemberg a todo momento é que, até aquele momento, o crime que ele havia praticado era muito pequeno. Esse é o argumento técnico, funciona quase sempre. "Olha meu amigo, até agora você não matou ninguém, até agora só colocou essas pessoas sobre constrangimento, sua pena vai ser muito pequena...". Isso funciona mesmo. E a Sonia Abrão não tem esse argumento, a Record também não.
Comentário: Dizem que a polícia paulista é a melhor e mais preparada do Brasil. A mesma polícia que na semana passada estava em guerra, Civis contra Militares. Os policiais civis paulistas têm o pior salário do Brasil. Um delegado no Piauí ganha mais que um delegado em São Paulo. A PM e seus grupos de “elite” (Rota, Rocan, Gate, Choque, etc.) dão provas rotineiras de despreparo, falta de treinamento, irresponsabilidade e falta de comando. Some a isso os abutres da imprensa e os aproveitadores de plantão (Marco Aurélio Cunha foi lá para negociar! Qual é sua experiência no assunto? Quem ele pensa que é). Resumo da tragédia: Jovem perturbado invade o apartamento da ex-namorada e faz duas reféns. Solta uma, fica somente com a sua ex-namorada. A polícia devolve a refém que já tinha saído, num caso inédito na história mundial dos seqüestros. Polícia invade o local. As duas jovens saem baleadas. Uma morre. O seqüestrador passa bem.
Entrevista completa aqui.
0 Cornetadas
Vi vários jogos do Brasil e até de outros times nessa Copa do Mundo de Futsal. Na verdade, tentei ver. Tentei mesmo, juro. Mas não deu, não dá, é um esporte muito chato! Jogar é muito bom, é um futebol rápido onde todos têm que ser participativos. Quem não sabe jogar minimamente bem, não joga salão. No campo, dá para enganar, mas o salão não dá brecha aos enganadores. Futebol de salão profissional é outra coisa. Tem até outro nome, Futsal. E é um treco chato, mas bem chato mesmo. É um jogo muito fechado e, dadas as medidas reduzidas, quase sempre vira ataque contra defesa. Todos os jogos coletivos são ataque contra defesa, óbvio. Mas no futsal, assim como no handebol, isso é muito mais evidente. As variáveis são menores e mais limitadas do que no futebol de campo ou no basquete, por exemplo.
Tem outra, quando o jogo é muito fácil, como foi a primeira fase para o Brasil, é sempre goleada. Isso deveria ser bom, mas no meu entender não é. Explico: não são goleadas como um 4X0 ou um 5X1. São placares maiores que 15! Maiores que 20 até! Isso acaba banalizando o gol, exatamente como acontece no handebol. O gol, justamente o momento mais importante do jogo, passa a ser corriqueiro, fica banal, perde a graça. Por outro lado, quando os jogos são parelhos, com times equivalentes, o jogo torna-se ainda mais chato. É um festival de trombadas, encontrões e chutes travados! O espaço é reduzido e todos os times, sem exceção, marcam melhor do que atacam.
Outra coisa que me irrita no futsal profissional é a nossa supremacia. Conquistamos a Copa do Mundo da Fifa pela quarta vez (seis se forem contados os dois títulos na época em que a competição era organizada pela Fifusa – Federação Internacional do Futebol de Salão). Nas duas oportunidades que perdemos, ficamos em segundo. O Brasil é tão superior aos demais que joga com quatro equipes, os dois times da seleção (titulares e reservas) e os dois times da Itália (titulares e reservas). Além disso, quase todas as outras seleções jogam com brasileiros, Rússia, Japão, Espanha. Isso não é legal, a Fifa deveria rever essas naturalizações que acontecem somente para disputar torneios. Se continuar assim, caminharemos para uma Copa do Mundo de futsal com uma maioria absoluta de brasileiros. Qual é a graça? Qual é o sentido disso?
Portuguesa salva o campeonato
De onde menos se esperava, veio a paulada. Portuguesa 2X0 Grêmio. Com o empate entre Palmeiras e São Paulo, o time gaúcho poderia abrir uma boa vantagem. O Cruzeiro, vencendo o rival Atlético-MG, também se deu bem. E o Flamengo ainda sonha com o título, mas nem se o Harry Potter fizer uma mágica ele virá. As próximas rodadas e, principalmente, os confrontos diretos, serão empolgantes.
Acelerando
Não acompanho muito Fórmula 1, acho uma corrida de quase duas horas algo muito entediante e os horários não são nada convidativos. No entanto, paradoxalmente, gosto de saber os resultados. Do pouco que eu já vi, li e ouvi sobre o assunto, acredito que o inglês Hamilton conquiste o campeonato. Massa foi muito prejudicado por erros seus e da sua equipe. Mas isso não é desculpa, pelo pouco que eu vi acho o Hamilton melhor e mais competente. O inglês dirige melhor, ponto final.
O horror, o horror, o horror
A cobertura feita pela Rede Record, RedeTV! e Rede Globo prejudicou as negociações com Lindemberg Alves, na avaliação do ex-comandante do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e sociólogo Rodrigo Pimentel. Para ele, a postura das emissoras foi "irreponsável e criminosa".
Lindemberg Alves, 22, manteve a ex-namorada Eloá e a amiga Nayara, ambas de 15 anos, como reféns por cinco dias em um apartamento na cidade de Santo André, em São Paulo. Na última sexta-feira, 17, o Gate (Grupo de Operações Taticas Especiais) invadiu o local. O incidente culminou na morte de Eloá. Co-autor dos livros “Cabeça de Porco” e "Elite da Tropa" e roteirista do filme "Tropa de Elite", Pimentel faz uma crítica ainda mais incisiva à interferência da apresentadora Sonia Abrão, da RedeTV!, nas negociações. Ela entrevistou Lindemberg ao vivo na última quarta-feira, 15.
Como o senhor avalia a cobertura da mídia?
A Sonia Abrão, da RedeTV!, a Record e a Globo foram irresponsáveis e criminosas. O que eles fizeram foi de uma irresponsabilidade tão grande que eles poderiam, através dessa conduta, deixar o tomador das reféns mais nervoso, como deixaram; poderiam atrapalhar a negociação, como atrapalharam... O telefone do Lindemberg estava sempre ocupado, e o capitão Adriano Giovaninni (NR: negociador da Polícia Militar) não conseguia falar com ele porque a Sonia Abrão queria entrevistá-lo. Então essas emissoras, esses jornalistas criminosos e irresponsáveis, devem optar na próxima ocorrência entre ajudar a polícia ou aumentar a sua audiência.
O Ministério Público de São Paulo deveria, inclusive, chamar à responsabilidade, essas emissoras de TV. A Record se orgulha de ter ligado 5 vezes para o Lindemberg. Ele ficou visivelmente nervoso quando a Sonia Abrão ligou, e ela colocou isso no ar. Impressionante! O Lindemberg ficou: "quem são vocês, quem colocou isso no ar, como conseguiram meu telefone?". Olha que loucura! Isso jamais aconteceria nos Estados Unidos hoje, jamais. Aconteceu há quase 40 anos, mas jamais aconteceria nos dias de hoje. Foi irresponsável, infantil e criminoso o que a Sonia Abrão fez. Eu lamento não ter falado isso na frente dela. Eu gostaria de ter falado isso para ela e para os telespectadores da Record e da RedeTV!.
O que ela fez foi sem a menor avaliação. Tanto que, num primeiro momento, ele (o repórter Luiz Guerra) tentou enganar o Lindemberg, dizendo-se amigo da família. E depois ele tentou ser negociador, convencer ele a se entregar sem conhecer os argumentos técnicos usados para isso. O que o capitão Giovaninni falava para o Lindemberg a todo momento é que, até aquele momento, o crime que ele havia praticado era muito pequeno. Esse é o argumento técnico, funciona quase sempre. "Olha meu amigo, até agora você não matou ninguém, até agora só colocou essas pessoas sobre constrangimento, sua pena vai ser muito pequena...". Isso funciona mesmo. E a Sonia Abrão não tem esse argumento, a Record também não.
Comentário: Dizem que a polícia paulista é a melhor e mais preparada do Brasil. A mesma polícia que na semana passada estava em guerra, Civis contra Militares. Os policiais civis paulistas têm o pior salário do Brasil. Um delegado no Piauí ganha mais que um delegado em São Paulo. A PM e seus grupos de “elite” (Rota, Rocan, Gate, Choque, etc.) dão provas rotineiras de despreparo, falta de treinamento, irresponsabilidade e falta de comando. Some a isso os abutres da imprensa e os aproveitadores de plantão (Marco Aurélio Cunha foi lá para negociar! Qual é sua experiência no assunto? Quem ele pensa que é). Resumo da tragédia: Jovem perturbado invade o apartamento da ex-namorada e faz duas reféns. Solta uma, fica somente com a sua ex-namorada. A polícia devolve a refém que já tinha saído, num caso inédito na história mundial dos seqüestros. Polícia invade o local. As duas jovens saem baleadas. Uma morre. O seqüestrador passa bem.
Entrevista completa aqui.
quinta-feira, outubro 16, 2008
O Tédio
Diego Corneta
Júlio César, Lúcio, Juan, Kleber e Maicon. Gilberto Silva, Josué, Elano e Kaká. Jô e Robinho. Essa foi a escalação do escrete que entrou no campo do Maracanã na última quarta-feira. O placar, 0X0, todo mundo já sabe. Dunga, o técnico anão, entra com Gilberto Silva e Josué contra um time que só marcou quatro vezes em toda a competição. Isso mesmo, o todo-poderoso ataque da Colômbia balançou as redes em apenas quatro oportunidades. Dunga deixou Lucas e Anderson o tempo todo no banco. Não que ambos sejam craques, mas são melhores que os titulares Josué e Gilberto Silva.
Jô. Ele jogou o jogo todo. Como é que se explica uma coisa dessas? Com Luis Fabiano machucado e cortado, e Adriano suspenso, a vaga ficou entre o Jô e o Pato. Jô é aquilo mesmo que todo mundo já conhece, um atacante alto que não sabe cabecear, lento, desengonçado e finalizador medíocre. Serve para jogar na Rússia ou lá no Manchester City (a Portuguesa Santista da Inglaterra), mas não serve para jogar na seleção. Pato ainda é apenas uma promessa. Não dá para saber se ele vai vingar. Começou muito bem no Inter e nas categorias de base da seleção e só.
O primeiro chute a gol veio apenas depois dos 20 minutos do primeiro tempo. É muito pouco. Todo mundo viu que o time não jogou nada na primeira etapa e precisava mudar. Mas o técnico anão entrou com o mesmo time no segundo tempo. Esperou os tradicionais 15 minutos e sacou Elano (inútil, perdido) para botar Mancini, seis por meia dúzia. Trocou um jogador limitado por outro, igualmente limitado. Juan não agüentou, sentiu uma contusão antiga e pediu para sair. Com o zero a zero no placar, jogando em casa, eu até pensei que Dunga fosse agir de forma correta, recuar Gilberto Silva para a zaga e botar mais um meia ou mais um atacante. Não, mesmo com a apatia do ataque colombiano, que não representava nenhuma ameaça, Dunga manteve seu “esquema tático” e queimou uma alteração. Poderia ter colocado o bom meia Alex (do Inter) ou o jovem Pato, mas não.
Robinho simula e tenta iludir o juiz; chuteiras verdes, munhequeiras e muita marra. Só.
Robinho, o Triatleta (corre, pedala e NADA), abriu o bico e pediu para sair. Dunga colocou Pato, que quase marcou logo após pisar em campo e foi tudo o que conseguiu fazer. Kaká tentou, tentou, e não conseguiu. Os laterais foram péssimos, mas uma vez. E o jogo, foi um Tédio monumental, assim mesmo com um "T" bem grande para nós todos.
Não vejo saída para a seleção. Já está claro que o Dunga não é o homem certo para ocupar a posição que ocupa. Creio que os jogadores também não são os homens certos para vestirem a amarelinha. Sinceramente eu não vejo saída a curto e nem em médio prazo. A crise, no meu entender, é técnica e moral. Estamos num período de entressafra e não temos mais um grande time (por exemplo, nos faltam bons laterais e atacantes fenomenais como foram Careca, Romário e Ronaldo). Some-se isso ao fato que os poucos bons jogadores que temos (principalmente Robinho e Ronaldinho) simplesmente não conseguem jogar na seleção, se omitem. Quando jogam bem, é sempre contra equipes pífias e inexpressivas.
0 Cornetadas
Júlio César, Lúcio, Juan, Kleber e Maicon. Gilberto Silva, Josué, Elano e Kaká. Jô e Robinho. Essa foi a escalação do escrete que entrou no campo do Maracanã na última quarta-feira. O placar, 0X0, todo mundo já sabe. Dunga, o técnico anão, entra com Gilberto Silva e Josué contra um time que só marcou quatro vezes em toda a competição. Isso mesmo, o todo-poderoso ataque da Colômbia balançou as redes em apenas quatro oportunidades. Dunga deixou Lucas e Anderson o tempo todo no banco. Não que ambos sejam craques, mas são melhores que os titulares Josué e Gilberto Silva.
Jô. Ele jogou o jogo todo. Como é que se explica uma coisa dessas? Com Luis Fabiano machucado e cortado, e Adriano suspenso, a vaga ficou entre o Jô e o Pato. Jô é aquilo mesmo que todo mundo já conhece, um atacante alto que não sabe cabecear, lento, desengonçado e finalizador medíocre. Serve para jogar na Rússia ou lá no Manchester City (a Portuguesa Santista da Inglaterra), mas não serve para jogar na seleção. Pato ainda é apenas uma promessa. Não dá para saber se ele vai vingar. Começou muito bem no Inter e nas categorias de base da seleção e só.
O primeiro chute a gol veio apenas depois dos 20 minutos do primeiro tempo. É muito pouco. Todo mundo viu que o time não jogou nada na primeira etapa e precisava mudar. Mas o técnico anão entrou com o mesmo time no segundo tempo. Esperou os tradicionais 15 minutos e sacou Elano (inútil, perdido) para botar Mancini, seis por meia dúzia. Trocou um jogador limitado por outro, igualmente limitado. Juan não agüentou, sentiu uma contusão antiga e pediu para sair. Com o zero a zero no placar, jogando em casa, eu até pensei que Dunga fosse agir de forma correta, recuar Gilberto Silva para a zaga e botar mais um meia ou mais um atacante. Não, mesmo com a apatia do ataque colombiano, que não representava nenhuma ameaça, Dunga manteve seu “esquema tático” e queimou uma alteração. Poderia ter colocado o bom meia Alex (do Inter) ou o jovem Pato, mas não.
Robinho simula e tenta iludir o juiz; chuteiras verdes, munhequeiras e muita marra. Só.
Robinho, o Triatleta (corre, pedala e NADA), abriu o bico e pediu para sair. Dunga colocou Pato, que quase marcou logo após pisar em campo e foi tudo o que conseguiu fazer. Kaká tentou, tentou, e não conseguiu. Os laterais foram péssimos, mas uma vez. E o jogo, foi um Tédio monumental, assim mesmo com um "T" bem grande para nós todos.
Não vejo saída para a seleção. Já está claro que o Dunga não é o homem certo para ocupar a posição que ocupa. Creio que os jogadores também não são os homens certos para vestirem a amarelinha. Sinceramente eu não vejo saída a curto e nem em médio prazo. A crise, no meu entender, é técnica e moral. Estamos num período de entressafra e não temos mais um grande time (por exemplo, nos faltam bons laterais e atacantes fenomenais como foram Careca, Romário e Ronaldo). Some-se isso ao fato que os poucos bons jogadores que temos (principalmente Robinho e Ronaldinho) simplesmente não conseguem jogar na seleção, se omitem. Quando jogam bem, é sempre contra equipes pífias e inexpressivas.
quinta-feira, outubro 09, 2008
Rápidas & Rasteiras
Diego Corneta
Turma da pesada
Não, o texto não será sobre um filme vespertino do SBT. A turma da pesada é a galera que pretende organizar (ha, ha, ha) a Copa no Brasil. O presidente do Comitê Organizador é ninguém menos que o próprio presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Sua filha (isso mesmo, a filha! às favas com o nepotismo), Joana Havelange, ocupará a secretaria administrativa do comitê. Sua função incluirá centralizar as informações do Mundial. O assessor jurídico da patranha é o advogado Francisco Müssnich. Ele é, além de advogado de Daniel Dantas, namorado da irmã dele. Müssnich está enrolado até o pescoço na Operação Satiagraha, da PF, que investiga lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, gestão fraudulenta, sonegação de impostos, evasão de divisas, entre outros crimes do colarinho branco. Essa Copa começou bem. Não estou jogando água no chope, mas contra fatos, não há argumentos. O Pan do Rio é o melhor exemplo de como funciona o esmero no trato do dinheiro público. Obras super, hiper-faturadas, indícios de corrupção, instalações mal feitas e por aí vai. Essa Copa promete.
0 Cornetadas
E agora, Luxa?
O empate diante do Figueirense foi péssimo para as pretensões do Palmeiras. Ficou pior ainda depois que Grêmio bateu o Santos lá no Olímpico. O tricolor gaúcho dá mostras que vai lutar até o final pelo título, apesar do Celso Roth. O campeonato de 2008 está muito interessante. Desde o início da era dos pontos corridos, em 2003, não tínhamos tantos times brigando, com chances reais, pelo caneco. Palmeiras, Grêmio, Cruzeiro, São Paulo e Flamengo estão na parada. Continuo achando que o Palmeiras é o favorito, apesar de seu desempenho sofrível quando joga fora do Palestra Itália. E também acho que os confrontos diretos vão decidir o destino do campeonato, a começar pelo clássico entre São Paulo X Palmeiras, no dia 19 de outubro.
É a crise
A crise mundial no mercado financeiro afetou os planos do Corinthians. A disparada do câmbio de dólar fez o valor de Herrera subir muito. Emprestado pelo Gimnasia La Plata até o final do ano, o atacante só continua no Parque São Jorge se a diretoria alvinegra decidir desembolsar US$ 3 milhões, caro né? Ainda mais por se tratar de um jogador mediano. No último dia 15 de setembro, data em que foi anunciada a quebra do Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos dos EUA, o dólar fechou a R$ 1,82. Naquele dia, Herrera custava “apenas” R$ 5,46 milhões. Depois de 23 dias, com turbulência no mercado financeiro, o dólar fechou ontem, 8 de outubro, a R$ 2,28. O preço do Herrera foi inflado para R$ 6,84 milhões, R$ 1,38 milhão a mais do que antes da crise.
O “efeito Timão”
Com o Corinthians fora da série A, a Globo perdeu audiência em seus jogos dominicais e também nas rodadas de meio da semana, nas quartas. Por conta disso, para tentar dar uma levantada no Ibope, por duas vezes, o Corinthians já jogou pela série B na quarta. No sábado, com todos os jogos do Timão sendo televisionados (aqui em São Paulo, só passam os jogos fora de casa, no resto do Brasil, passam todos), a emissora vai bem. Recentemente, a Globo divulgou suas melhores audiências no futebol, em São Paulo, no primeiro semestre. Seguem abaixo:
1- Brasil x Argentina, Eliminatórias, 40 pontos no Ibope
2- Sport x Corinthians, Copa do Brasil, 38
3- Corinthians x Sport, Copa do Brasil, 35
4- Palmeiras x São Paulo, Paulista, 32
5- São Paulo x Fluminense, Libertadores, 31
6- Paraguai x Brasil, Eliminatórias, 31
7- Santos x Corinthians, Paulista, 30
8- Corinthians x Botafogo, Copa do Brasil, 30
9- São Paulo x Nacional, Libertadores, 29
10- Palmeiras x Ponte Preta, Paulista, 29
E aí, quem é o fiel da balança no Ibope? Querem mais uma amostra da força do Timão na tevê? Vejam o gráfico abaixo. Qualquer coincidência não é mera semelhança. É por isso que Corinthians, a despeito do que prega o Clube dos 13, deve sim pleitear maiores verbas na divisão da cota de tevê.
O empate diante do Figueirense foi péssimo para as pretensões do Palmeiras. Ficou pior ainda depois que Grêmio bateu o Santos lá no Olímpico. O tricolor gaúcho dá mostras que vai lutar até o final pelo título, apesar do Celso Roth. O campeonato de 2008 está muito interessante. Desde o início da era dos pontos corridos, em 2003, não tínhamos tantos times brigando, com chances reais, pelo caneco. Palmeiras, Grêmio, Cruzeiro, São Paulo e Flamengo estão na parada. Continuo achando que o Palmeiras é o favorito, apesar de seu desempenho sofrível quando joga fora do Palestra Itália. E também acho que os confrontos diretos vão decidir o destino do campeonato, a começar pelo clássico entre São Paulo X Palmeiras, no dia 19 de outubro.
É a crise
A crise mundial no mercado financeiro afetou os planos do Corinthians. A disparada do câmbio de dólar fez o valor de Herrera subir muito. Emprestado pelo Gimnasia La Plata até o final do ano, o atacante só continua no Parque São Jorge se a diretoria alvinegra decidir desembolsar US$ 3 milhões, caro né? Ainda mais por se tratar de um jogador mediano. No último dia 15 de setembro, data em que foi anunciada a quebra do Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos dos EUA, o dólar fechou a R$ 1,82. Naquele dia, Herrera custava “apenas” R$ 5,46 milhões. Depois de 23 dias, com turbulência no mercado financeiro, o dólar fechou ontem, 8 de outubro, a R$ 2,28. O preço do Herrera foi inflado para R$ 6,84 milhões, R$ 1,38 milhão a mais do que antes da crise.
O “efeito Timão”
Com o Corinthians fora da série A, a Globo perdeu audiência em seus jogos dominicais e também nas rodadas de meio da semana, nas quartas. Por conta disso, para tentar dar uma levantada no Ibope, por duas vezes, o Corinthians já jogou pela série B na quarta. No sábado, com todos os jogos do Timão sendo televisionados (aqui em São Paulo, só passam os jogos fora de casa, no resto do Brasil, passam todos), a emissora vai bem. Recentemente, a Globo divulgou suas melhores audiências no futebol, em São Paulo, no primeiro semestre. Seguem abaixo:
1- Brasil x Argentina, Eliminatórias, 40 pontos no Ibope
2- Sport x Corinthians, Copa do Brasil, 38
3- Corinthians x Sport, Copa do Brasil, 35
4- Palmeiras x São Paulo, Paulista, 32
5- São Paulo x Fluminense, Libertadores, 31
6- Paraguai x Brasil, Eliminatórias, 31
7- Santos x Corinthians, Paulista, 30
8- Corinthians x Botafogo, Copa do Brasil, 30
9- São Paulo x Nacional, Libertadores, 29
10- Palmeiras x Ponte Preta, Paulista, 29
E aí, quem é o fiel da balança no Ibope? Querem mais uma amostra da força do Timão na tevê? Vejam o gráfico abaixo. Qualquer coincidência não é mera semelhança. É por isso que Corinthians, a despeito do que prega o Clube dos 13, deve sim pleitear maiores verbas na divisão da cota de tevê.
Para ampliar, basta clicar na imagem.
Turma da pesada
Não, o texto não será sobre um filme vespertino do SBT. A turma da pesada é a galera que pretende organizar (ha, ha, ha) a Copa no Brasil. O presidente do Comitê Organizador é ninguém menos que o próprio presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Sua filha (isso mesmo, a filha! às favas com o nepotismo), Joana Havelange, ocupará a secretaria administrativa do comitê. Sua função incluirá centralizar as informações do Mundial. O assessor jurídico da patranha é o advogado Francisco Müssnich. Ele é, além de advogado de Daniel Dantas, namorado da irmã dele. Müssnich está enrolado até o pescoço na Operação Satiagraha, da PF, que investiga lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, gestão fraudulenta, sonegação de impostos, evasão de divisas, entre outros crimes do colarinho branco. Essa Copa começou bem. Não estou jogando água no chope, mas contra fatos, não há argumentos. O Pan do Rio é o melhor exemplo de como funciona o esmero no trato do dinheiro público. Obras super, hiper-faturadas, indícios de corrupção, instalações mal feitas e por aí vai. Essa Copa promete.