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terça-feira, outubro 21, 2008

Copa do Mundo 

Diego Corneta

Vi vários jogos do Brasil e até de outros times nessa Copa do Mundo de Futsal. Na verdade, tentei ver. Tentei mesmo, juro. Mas não deu, não dá, é um esporte muito chato! Jogar é muito bom, é um futebol rápido onde todos têm que ser participativos. Quem não sabe jogar minimamente bem, não joga salão. No campo, dá para enganar, mas o salão não dá brecha aos enganadores. Futebol de salão profissional é outra coisa. Tem até outro nome, Futsal. E é um treco chato, mas bem chato mesmo. É um jogo muito fechado e, dadas as medidas reduzidas, quase sempre vira ataque contra defesa. Todos os jogos coletivos são ataque contra defesa, óbvio. Mas no futsal, assim como no handebol, isso é muito mais evidente. As variáveis são menores e mais limitadas do que no futebol de campo ou no basquete, por exemplo.

Tem outra, quando o jogo é muito fácil, como foi a primeira fase para o Brasil, é sempre goleada. Isso deveria ser bom, mas no meu entender não é. Explico: não são goleadas como um 4X0 ou um 5X1. São placares maiores que 15! Maiores que 20 até! Isso acaba banalizando o gol, exatamente como acontece no handebol. O gol, justamente o momento mais importante do jogo, passa a ser corriqueiro, fica banal, perde a graça. Por outro lado, quando os jogos são parelhos, com times equivalentes, o jogo torna-se ainda mais chato. É um festival de trombadas, encontrões e chutes travados! O espaço é reduzido e todos os times, sem exceção, marcam melhor do que atacam.

Outra coisa que me irrita no futsal profissional é a nossa supremacia. Conquistamos a Copa do Mundo da Fifa pela quarta vez (seis se forem contados os dois títulos na época em que a competição era organizada pela Fifusa – Federação Internacional do Futebol de Salão). Nas duas oportunidades que perdemos, ficamos em segundo. O Brasil é tão superior aos demais que joga com quatro equipes, os dois times da seleção (titulares e reservas) e os dois times da Itália (titulares e reservas). Além disso, quase todas as outras seleções jogam com brasileiros, Rússia, Japão, Espanha. Isso não é legal, a Fifa deveria rever essas naturalizações que acontecem somente para disputar torneios. Se continuar assim, caminharemos para uma Copa do Mundo de futsal com uma maioria absoluta de brasileiros. Qual é a graça? Qual é o sentido disso?

Portuguesa salva o campeonato
De onde menos se esperava, veio a paulada. Portuguesa 2X0 Grêmio. Com o empate entre Palmeiras e São Paulo, o time gaúcho poderia abrir uma boa vantagem. O Cruzeiro, vencendo o rival Atlético-MG, também se deu bem. E o Flamengo ainda sonha com o título, mas nem se o Harry Potter fizer uma mágica ele virá. As próximas rodadas e, principalmente, os confrontos diretos, serão empolgantes.

Acelerando
Não acompanho muito Fórmula 1, acho uma corrida de quase duas horas algo muito entediante e os horários não são nada convidativos. No entanto, paradoxalmente, gosto de saber os resultados. Do pouco que eu já vi, li e ouvi sobre o assunto, acredito que o inglês Hamilton conquiste o campeonato. Massa foi muito prejudicado por erros seus e da sua equipe. Mas isso não é desculpa, pelo pouco que eu vi acho o Hamilton melhor e mais competente. O inglês dirige melhor, ponto final.

O horror, o horror, o horror
A cobertura feita pela Rede Record, RedeTV! e Rede Globo prejudicou as negociações com Lindemberg Alves, na avaliação do ex-comandante do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e sociólogo Rodrigo Pimentel. Para ele, a postura das emissoras foi "irreponsável e criminosa".

Lindemberg Alves, 22, manteve a ex-namorada Eloá e a amiga Nayara, ambas de 15 anos, como reféns por cinco dias em um apartamento na cidade de Santo André, em São Paulo. Na última sexta-feira, 17, o Gate (Grupo de Operações Taticas Especiais) invadiu o local. O incidente culminou na morte de Eloá. Co-autor dos livros “Cabeça de Porco” e "Elite da Tropa" e roteirista do filme "Tropa de Elite", Pimentel faz uma crítica ainda mais incisiva à interferência da apresentadora Sonia Abrão, da RedeTV!, nas negociações. Ela entrevistou Lindemberg ao vivo na última quarta-feira, 15.

Como o senhor avalia a cobertura da mídia?
A Sonia Abrão, da RedeTV!, a Record e a Globo foram irresponsáveis e criminosas. O que eles fizeram foi de uma irresponsabilidade tão grande que eles poderiam, através dessa conduta, deixar o tomador das reféns mais nervoso, como deixaram; poderiam atrapalhar a negociação, como atrapalharam... O telefone do Lindemberg estava sempre ocupado, e o capitão Adriano Giovaninni (NR: negociador da Polícia Militar) não conseguia falar com ele porque a Sonia Abrão queria entrevistá-lo. Então essas emissoras, esses jornalistas criminosos e irresponsáveis, devem optar na próxima ocorrência entre ajudar a polícia ou aumentar a sua audiência.
O Ministério Público de São Paulo deveria, inclusive, chamar à responsabilidade, essas emissoras de TV. A Record se orgulha de ter ligado 5 vezes para o Lindemberg. Ele ficou visivelmente nervoso quando a Sonia Abrão ligou, e ela colocou isso no ar. Impressionante! O Lindemberg ficou: "quem são vocês, quem colocou isso no ar, como conseguiram meu telefone?". Olha que loucura! Isso jamais aconteceria nos Estados Unidos hoje, jamais. Aconteceu há quase 40 anos, mas jamais aconteceria nos dias de hoje. Foi irresponsável, infantil e criminoso o que a Sonia Abrão fez. Eu lamento não ter falado isso na frente dela. Eu gostaria de ter falado isso para ela e para os telespectadores da Record e da RedeTV!.
O que ela fez foi sem a menor avaliação. Tanto que, num primeiro momento, ele (o repórter Luiz Guerra) tentou enganar o Lindemberg, dizendo-se amigo da família. E depois ele tentou ser negociador, convencer ele a se entregar sem conhecer os argumentos técnicos usados para isso. O que o capitão Giovaninni falava para o Lindemberg a todo momento é que, até aquele momento, o crime que ele havia praticado era muito pequeno. Esse é o argumento técnico, funciona quase sempre. "Olha meu amigo, até agora você não matou ninguém, até agora só colocou essas pessoas sobre constrangimento, sua pena vai ser muito pequena...". Isso funciona mesmo. E a Sonia Abrão não tem esse argumento, a Record também não.

Comentário: Dizem que a polícia paulista é a melhor e mais preparada do Brasil. A mesma polícia que na semana passada estava em guerra, Civis contra Militares. Os policiais civis paulistas têm o pior salário do Brasil. Um delegado no Piauí ganha mais que um delegado em São Paulo. A PM e seus grupos de “elite” (Rota, Rocan, Gate, Choque, etc.) dão provas rotineiras de despreparo, falta de treinamento, irresponsabilidade e falta de comando. Some a isso os abutres da imprensa e os aproveitadores de plantão (Marco Aurélio Cunha foi lá para negociar! Qual é sua experiência no assunto? Quem ele pensa que é). Resumo da tragédia: Jovem perturbado invade o apartamento da ex-namorada e faz duas reféns. Solta uma, fica somente com a sua ex-namorada. A polícia devolve a refém que já tinha saído, num caso inédito na história mundial dos seqüestros. Polícia invade o local. As duas jovens saem baleadas. Uma morre. O seqüestrador passa bem.

Entrevista completa aqui.

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