quinta-feira, novembro 05, 2009
E o tal dos "pontos corridos", hein?
Sou contra o politicamente correto. Essa verdadeira doutrina totalitária impõe o que é bom e o que é ruim e ai de quem discordar.
E o pior é que o politicamente correto, através de alguns colegas jornalistas, infestou também o futebol. E essa turma, graças à eliminação do São Paulo de Kaká (1º na fase de classificação) pelo Santos de Robinho (o 8º), em 2002, conseguiu emplacar o tal do campeonato de pontos corridos, afinal, na Europa é assim, etc, etc…
E o pessoal do politicamente correto não dá o braço a torcer. Não adianta mostrar se houve queda de público, queda de audiência, perda de interesse, etc., eles estão cima de bem e do mal.
Dizem que esse sistema é o mais justo, porque são todos contra todos, um turno em casa, o outro na casa do adversário.
Ora, esquecem que tem time que vende mando de jogo, tem time que vê quem não tem mais chance e se acomoda, escala time misto, etc.
Dizem, também, que todos os jogos são uma decisão! Outra balela. Todos os jogos têm o mesmo peso, mas não têm a mesma emoção de uma decisão, a não ser nas rodadas finais.
Outro falso argumento é que os erros de arbitragem se equivalem, prejudicando e ajudando todos, de maneira equânime.
Ou são ingênuos ou sofismam, porque todo mundo sabe que quem tem força nos bastidores, a possui em qualquer fórmula de disputa.
Não entro aqui no mérito de quantas equipes se classificariam para os play offs, mas uma coisa é certa. Um campeonato que se preze tem que ter um jogo final, uma DECISÃO, que envolva os dois postulantes ao título.
O campeão, afinal, tem o prazer duplo: vence a taça e vê o rival perdê-la. Brinca diretamente com o perdedor.
É diferente comemorar diante de um grande clube, que poderia ser o campeão no seu lugar e celebrar o título contra uma equipe de menor expressão, que apenas está cumprindo tabela.
Com relação ao conceito de justiça, todos conhecem o regulamento de antemão. Dessa forma, a equipe que vence o título jogando contra todos que estão sob o mesmo regulamento, é por justiça, o campeão.
Quem é bom, que prove ser bom, não apenas nos jogos “normais”, no decorrer do campeonato, mas também nas mini-decisões dos playoffs e na grande decisão final.
O mata-mata, em campeonato como o Brasileiro, testa a equipe duas vezes: na regularidade, em jogos “normais” e no poder de decisão, na fase dos play offs.
Respeito todas as opiniões em contrário, mas analisemos os campeonatos mais importantes do mundo: A Copa de Seleções, o Mundial Interclubes, a Libertadores e a Champions League.
São disputados em… Vá lá. Você pode dizer que não há calendário, que, se houvesse tempo, o ideal seria, por exemplo, termos pontos corridos para a Champions.
Mas, analisando friamente, o que é mais emocionante, mais grandioso: Manchester x Barcelona, na final, ou o Barça ganhar o título contra o Debrecen, na Hungria, por exemplo?
Ah, mas o campeonato está emocionante! Concordo. Mas levando em conta que tivéssemos um play off com os oito melhores, e a fase de classificação terminasse agora, teríamos os seguintes duelos.
Proporia três jogos, com o time de melhor campanha jogando duas em casa: Palmeiras X Grêmio; Atlético MG x Goiás; Inter X Cruzeiro e São Paulo x Flamengo.
Já pensaram como seriam esses duelos? E depois, por exemplo, um Palmeiras X Inter e um São Paulo X Galo nas semis, por exemplo? E por aí vai…
Não sou radical como os politicamente-corretos-defensores-dos-pontos-corridos. Aceito que se continue do jeito que está. Mas estou longe de pensar que a volta do mata-mata seria o retrocesso. Muito pelo contrário…
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