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terça-feira, novembro 18, 2008

O custo Luxemburgo 

Diego Corneta

Vanderlei Luxemburgo ganha cerca de R$ 500 mil por mês, certamente o maior salário do futebol brasileiro e talvez o maior salário da América Latina. Vale a pena? Ele chegou início do ano, indicou muita gente, montou seu time e foi campeão paulista. Fracassou na Copa do Brasil, na Copa Sul-Americana e no Campeonato Brasileiro. Se o Palmeiras tivesse mantido o Caio Júnior, que ganhava por mês menos de um quinto do salário pago ao Luxa, certamente o Harry Potter teria resultados semelhantes, se não superiores.

Na minha impressão, Luxemburgo cresceu demais. Ele ultrapassou os limites de técnico e até de manager. Hoje ele é um marqueteiro, um empresário, um ator de si mesmo. Dá palpites sobre a grama, sobre como devem se comportar os jornalistas, fala abertamente do seu “projeto” de treinar a seleção, dá palpites em contratações e na carreira de atletas, fala sobre absolutamente tudo. E tudo isso atrás da máscara do “profissionalismo” e da “ética” que ele recorre em todas as entrevistas, virou seu chavão. Profissionalismo que o levou a uma CPI, que o levou a um processo por falsidade ideológica, que o levou a contratar nada menos que nove jogadores do Iraty para o Santos, e muitas outras pendengas, judiciais inclusive.

Luxemburgo chegou ao Palmeiras para, como ele mesmo adora repetir, “fazer parte de um projeto”. Projeto esse que visa o retorno do Palmeiras à elite do futebol sul-americano e a encher os cofres da Traffic. Pelo menos a segunda parte está dando certo. O maior exemplo é a transação do zagueiro Henrique. Comprado por cerca de R$ 7 milhões, ele foi revendido por 10 milhões de euros, cerca de R$ 25,3 milhões na época. A Traffic espera obter margens de lucro parecidas com Diego Souza, Leandro e outros. Mas, para emplacar um dois ou três nomes de peso, eles se arriscam com nomes no mínimo duvidosos.

O lado ruim dessa equação sobra para o Palmeiras, pois acaba tendo que escalar na vitrine verde muitos jogadores sem a menor condição de serem titulares. Como Lenny, Fabinho Capixada, Jumar, Jeci, Sandro Silva, Jorge Preá e outros. Some isso aos jogadores indicados por Luxemburgo, como Gladstone, Maicosuel e Roque Júnior, que até agora, também fracassaram. O time torna-se refém de apostas, não tem banco nem elenco. Os jogadores, sabedores que o Palmeiras é só uma ponte para o exterior, não se identificam com o clube. O goleiro Marcos já percebeu isso e já se manifestou.

O placar de 5X2 para o Flamengo retratou bem o momento do time. Foi uma surra com direito a requintes de crueldade, com tabelas envolventes e golaços. Outro agravante é um possível complô dos jogadores contra o técnico. Luxemburgo, além de não ter viajado à Argentina, ainda comentou o jogo na tevê e ficou falando mal do time. Alguns jogadores ficaram putos com a atitude “profissional” do técnico. A sorte do Palmeiras é que a tabela o ajuda. Na próxima rodada, o Flamengo enfrenta o Cruzeiro, e o Palmeiras pega o Ipatinga. Basta ao Palmeiras vencer o fraco rival, virtual rebaixado, para voltar à zona de classificação da Libertadores. Já que com qualquer resultado -empate, vitória do Flamengo ou do Cruzeiro-, se o Palestra fizer seus três pontos, garante posição entre os quatro.

Duplas afinadas
Com os dois gols de Herrera na vitória por 3 a 1 sobre o Vila Nova, no sábado, a dupla de ataque do Corinthians, formada pelo argentino e por Dentinho, atingiu a marca de 44 gols nesta temporada. Herrera atuou em 58 jogos e o companheiro, em 57. Só para informar, sem comparar, as duplas Nilmar-Alex, do Internacional, e Alex Mineiro-Kléber, do Palmeiras, estão empatadas como as duplas mais eficientes da elite do futebol brasileiro, com 48 gols. Se fosse para eu escolher uma dessa, seria Nilmar-Alex, sem pestanejar.

Para os saudosistas fica o registro de outras duplas que fizeram história e estragos em defesas.

Nilmar-Tevez
Em 2005, Nilmar foi contratado em agosto, mas ainda disputou 22 jogos e marcou sete gols. No mesmo ano, Carlitos fez 31 gols em 54 partidas disputadas. No ano seguinte, Nilmar ficou à frente do argentino, fez 24 gols em 33 jogos até romper o ligamento cruzado do joelho direito, em julho. Já Tevez acumulou 15 gols em 24 partidas.

Marcelinho-Viola
Atuou em 1994 e 1995. Conquistou uma Copa do Brasil e um Paulistão. No primeiro ano, marcou nada menos do que 68 gols (34 cada). Marcelinho fez 206 gols pelo Timão e Viola, 105.

Casagrande-Sócrates
A dupla da Democracia Corintiana na década de 80 atuou entre 1982 e 1984. Marcou 275 gols e conquistou o bicampeonato paulista em 1982/83.

Cláudio-Baltazar
A dupla que mais marcou gols pelo Timão. Entre 1945 e 1957, fez 571 gols (305 do Cláudio e 266 do Baltazar). São os dois maiores artilheiros da história do clube. Ganharam três Paulistas e três torneios Rio-São Paulo.

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