Corneta Esportiva

Luis Fabiano salva a pátria
Uma coisa é inegável, Dunga é definitivamente um anão de sorte. Luis Fabiano só foi chamado por causa da contusão do péssimo Afonso. Depois da atuação pífia (mais uma!) de Vagner Love contra o Peru, Luis Fabiano foi escalado como titular e salvou a pele do Dunga e da seleção. Numa noite em que os três principais astros (Robinho, Ronaldinho e Kaká) jogaram muito mal, a seleção venceu graças ao oportunismo do centroavante do Sevilla, que marcou dois gols. A atuação do goleiro-queixão Júlio César também merece destaque. Já está na hora dos dois Gilbertos deixarem o time. Gilberto Silva falhou na cobertura, errou passes ridículos, e, quando acertou, limitou-se a passes laterais e improdutivos. Gilberto, o lateral, não joga nem metade que seu reserva imediato, o Kléber. O único fato bom do jogo contra o Uruguai foi mesmo a atuação de Luis Fabiano, que é, pelo menos, 273 vezes melhor que Vagner Lover. E 897 vezes melhor que o Afonso. Faço aqui uma ressalva, não acho o Vagner Love um jogador ruim, pelo contrário, ele é bom. Porém, já teve muitas chances e mostrou que não sabe jogar isolado dentro da área, suas características são outras, ele é mais um segundo atacante. Luis Fabiano, por outro lado, sabe. E assim mostrou em apenas um jogo.

Por que não se cala, Dunga?
Enquanto boa parte da imprensa televisiva e escrita elogia a “coerência” de Dunga, Juca Kfouri é uma das vozes dissonantes mais agudas. Em seu texto de ontem na Folha, o jornalista faz críticas oportunas e bem fundamentadas. “Dunga, que inegavelmente tem obtido bons resultados apesar de seu time só ter jogado bem três vezes (duas contra a Argentina, em Londres e Maracaibo, e uma contra o México, em Boston), comporta-se feito colonizado, como se quisesse retribuir aos que permitiram que ele se sentisse como um autêntico ganhador na loteria, ao começar nova carreira pelo topo. E aí é ele quem se comporta com a má educação típica dos novos ricos, daqueles emergentes que infestam a CBF mas que não perdem o hábito da subserviência. E passa a tratar mal as pessoas, o vernáculo e a realidade. Dunga nem sabe, mas já desagrada até aos que ele imagina agradar, gente sem palavra, sem compromissos a não ser consigo mesma, gente capaz de dizer uma coisa em sua frente e outra pelas costas.” Texto completo aqui, para assinantes do UOL ou da Folha.

Verde é a cor da sorte
Mesmo com a derrota para Inter, as chances do Palmeiras conseguir a vaga seguem grandes. Tudo porque o Cruzeiro tomou lá em Recife, contra o Sport. Para o Palmeiras, basta vencer o Atlético-MG, em casa, na última rodada. Cruzeiro e Grêmio precisam de uma combinação de resultados para se classificarem.

Agora seu nome é Ricky!
O intrépido Richarlyson não pára! Depois de dançar coreografias exóticas ao comemorar gols, assumir que passa creme anti-varizes na bunda e ser pivô de um caso em processou um dirigente que o “acusou” de ser homossexual (como se isso fosse um crime!); ele aparece com mais essa. Agora seu nome é Ricky. R-I-C-K-Y, com C, K e Y no final, anotem aí.

Ricky em três momentos: Na noite, em campo e durante um churrasco pra lá de animado em que não faltou lingüiça.

Madeixas
Outro que não sabe mais o que fazer para chamar a atenção é o Leandro Giannechini. Fez apliques e agora ostenta longas madeixas. Um dos primeiros a manifestar-se sobre o novo – e bizarro – visual foi Richarlyson, ops, Ricky. “Ficou muito bem feito. Você percebe que é coisa de profissional. Eu mesmo já tive cabelo comprido. Ficou bem legal o visual do Leandro”, aprovou Ricky. Como ele já tem experiência no assunto, aproveitou para dar conselhos ao Giannechini. “O Leandro é muito rápido, então pode se atrapalhar com o cabelo. Você tem que jogar com faixa ou com o cabelo amarrado” – explicou. Ainda por cima, Ricky recorda que Leandro pode sofrer com a ação de alguns adversários. “Vocês não imaginam, mas os outros jogadores puxam até o cabelo durante os jogos”, queixou-se o jogador mais entendido do SPFC. Quando chegou ao São Paulo, em 2005, Ricky ainda chamava-se Richarlyson e usava cabelos compridos. Só que ele optou pela mudança no visual por falta de tempo. “Não fica legal se você não trata direito”. Então tá. Vídeo com os conselhos de Ricky ao Leandro. Aqui.

Não ficou uma gracinha?

Sete mortos e mais de 50 feridos. Esse é o saldo da tragédia que aconteceu ontem no estádio do Bahia, a Fonte Nova. Um pedaço do anel superior, a parte mais alta da arquibancada, desabou. O Ministério Público baiano já havia pedido a interdição do estádio em 2006. O Estado e os responsáveis pela administração não ouviram e o processo de interdição ficou parado. Os burocratas administradores e o Clube Bahia deveriam ser responsabilizados pelo acidente. Mas, como quase sempre acontece no Brasil, ninguém vai ser preso e o caso não vai dar em nada.

Tortura estatal
Em Abaetetuba, 130 km de Belém, no Pará, uma menina de 15 anos passou 26 dias em uma cela com 20 homens. Foi torturada e violentamente abusada durante todo o período. Seu crime? Foi acusada, sem provas e sem testemunha, de tentar furtar um celular. O que mais choca nesse caso de tortura e degradação humana é que tudo foi feito, aprovado e bancado pelo Estado do Pará. A Polícia Civil paraense a prendeu e a manteve presa, mesmo sabendo que ela era menor e mesmo sabendo que ela estava sendo diariamente estuprada na cela. Feita a primeira denúncia, logo apareceu a segunda, em outra cidade, com uma moça de 23 anos como vítima. A governadora do Pará, que, mesmo ciente do caso, passou quatro dias no Rio - não em reuniões sobre o assunto, mas, naturalmente, “em reunião com empresários” - volta ao seu palácio e informa que a prisão de mulheres em celas com homens é "uma prática lamentável, que, infelizmente, já acontece há algum tempo". Não há como classificar e nem como entender um caso desses. Basta lamentar profundamente e torcer para que os responsáveis sejam duramente punidos. Ou ao menos, punidos.