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segunda-feira, agosto 22, 2005

E ele se foi 

Diego Corneta

Agora não tem mais jeito mesmo. O saci de duas pernas fez sua última partida em sua casa, a Vila Belmiro. Robinho diz ainda que joga a derradeira partida contra o Paysandu, em Belém. Mas o fato já está consumado, jogar na Vila Belmiro novamente não vai acontecer tão cedo. Robinho vai embora e deixa o futebol brasileiro carente.

Carente de craque, carente de magia, carente de ousadia, carente de invenção. Era esperado que ele saísse mesmo, não dá para concorrer com os salários e a estrutura encontrados na Europa. Alguns entusiastas e otimistas esperavam que Robinho ficasse pelo menos até a Copa de 2006. Não aconteceu, a proposta de US$ 30 milhões foi irrecusável. As duas opções eram claras. Ou o craque sairia e renderia uma boa fortuna nas contas santistas; ou então ele sairia na força, apelando à FIFA, e sem deixar um único tostão para o Santos, clube que o revelou. Prevaleceu o bom senso. Eu pessoalmente achava que o jogador iria embora mais cedo ainda. Deu tempo para ele ganhar dois brasileiros e levar o Santos a um vice-campeonato na Libertadores.

Não tenho dúvidas quanto ao futuro brilhante que o aguarda no Real Madrid. Robinho vai chegar, pegar a camisa 10 e arrebentar. Vê-lo jogar ao lado de Ronaldo e Zidane vai ser um imenso prazer, quase tão grande quanto o prazer de vê-lo ao vivo. É uma questão de tempo para o jovem craque das pernas finas ganhar o prêmio de melhor jogador do mundo. Seguirá a história que já foi – ou ainda está sendo – escrita por Romário, Rivaldo, Ronaldo e Ronaldinho. E o futebol brasileiro segue como o maior celeiro mundial de craques. Temos o único futebol no mundo que é capaz de produzir biscoitos finos em série.

Enquanto Robinho vai embora, seu trono ficará vago, mais não por muito tempo. Anderson (do Grêmio) mostra faíscas de craque, esboços do que um dia poderão ser uma coletânea de lances geniais. E ele já está de saída, mal jogou e já é jogador do Porto. Fica no Brasil até completar 18 anos e cai fora, nem jogou a série A e já vai. Isso acontece quase todos os dias, e os nossos talentos se vão cada vez mais cedo. Ronaldo e Ronaldinho quase nem jogaram no Brasil, foram exibir seus talentos em campos estrangeiros. Anderson, o principal candidato à coroa e ao trono deixados por Robinho, também está de saída. Economia fraca, inescrupulosos empresários loucos por dinheiro, legislação falha e administração incompetente os males do futebol são.

Mas não se preocupem. Surgirão outros Ronaldos, outros Robinhos e outros Andersons. O triste é saber que vamos vê-los jogar por tão pouco tempo. E fica aqui um agradecimento ao Robinho, o saci de duas pernas, pelos serviços prestados em prol do futebol. Vê-lo jogar é um prazer. Inclusive contra o meu Corinthians, um prazer doloroso, masoquista, mas inegavelmente um prazer.

Obrigado, Robinho!
Boa sorte, Robinho!
Vai, Robinho, vai ser gauche na vida!

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