quinta-feira, abril 07, 2005
Vai, Corinthians!!! Vai, não pára de lutar!!!
Fábio Sax
Pois é, amigos corneteiros... Depois de um longo tempo longe dos blogs da vida, aqui estou de volta, cornetando como sempre... E, pra meu primeiro post depois do retorno, nada melhor que a espetacular goleada de ontem à noite no Pacaembu... Escrevi a seguinte crônica, que também foi postada no meu novo blog particular, o Deverasmente 2.0... Espero que gostem...
"Épica. Histórica. Maravilhosa. Emocionante. Mágica. Heróica. Sensacional. Todos esses adjetivos não são suficientes para descrever o que foi a vitória do Timão sobre o Cianorte, no estádio do Pacaembu, ontem à noite. Quem ouviu, quem viu esse jogo por TV, rádio ou internet, infelizmente não teve a sorte que eu e mais 34 mil corintianos que estivemos lá. A goleada por 5 a 1, contra um placar adverso no jogo de ida (3 a 0), um time que joga fechado, uma imprensa que cobra pra cacete e um trio de arbitragem, no mínimo, mal-intencionado, merece todas as qualificações acima. E muito mais.
A sensação de que viria uma noite diferente, com um jogo daqueles da gente querer ter gravado para ver em casa começou logo cedo. "Cara, se prepara porque hoje vamos ver um jogo histórico", foi o que eu disse ao Alexandre, grande brother que comprou meu ingresso na semana passada. Quando entramos, as arquibancadas já estavam tomadas pela torcida. A expectativa e a ansiedade estavam no rosto de todos.
Quando o Corinthians entrou em campo, os torcedores jogaram para o alto as bexigas pretas, enquanto do pedaço das arquibancadas que sempre é ocupado pela Gaviões eram lançados ao ar os fogos de artifício e uma chuva de papel laminado. A festa foi imensa, e linda. De arrepiar.
O jogo começou com pressão total corintiana. Onze minutos e veio a primeira alegria, o primeiro grito de gol da noite. O zagueiro Rocha tentou recuar para o goleiro Adir e Carlitos Tevez, atento, interceptou a bola, passou pelo arqueiro e, quase sem ângulo, abriu o marcador pro Timão. O tradicional objetivo dos times que estão em desvantagem, marcar gols ainda antes da marca de 15 minutos, foi alcançado, e a classificação, achamos, viria mais tranqüila.
Foi quando o bandeirinha teve um surto e não conseguiu ver que quatro (4, QUATRO!!!) jogadores do Cianorte estavam impedidos quando uma falta foi cobrada da esquerda e desviada de cabeça por Maurício. Fábio Costa defendeu no susto e outro impedido, Édson Santos, aproveitou o rebote e empurrou pra dentro do gol. Ducha de água fria é apelido, ninguém acreditava que o bandeira não tinha enxergado aquele impedimento ridículo.
Precisando de mais quatro gols pra seguir na Copa do Brasil, o Corinthians só podia ir pra cima, e o que se viu no Pacaembu foi uma aula de futebol. O Timão, além de jogar com muita, muita, MUITA raça, ainda abusou da técnica e das jogadas individuais, marcou bem, sob pressão, mostrou uma disciplina tática como há muito tempo eu não via.
No fim do primeiro tempo, Roger, em sua melhor partida no Corinthians e quem sabe, em sua carreira, cobrou rápido uma falta no meio. O atacante Bobô, único porém do time, que não conseguiu ter desempenho semelhante ao dos companheiros, dividiu com Adir, ganhou o lance e, com o gol escancarado, tentou bater de esquerda e chutou a bola por cima do travessão do Cianorte.
Alguns minutos depois, Marcelo Mattos recebeu no meio, fez um passe preciso, lançando Roger na esquerda. O meia tocou de esquerda, já ajeitando a bola para o arremate, que foi preciso, no canto esquerdo do goleiro do Cianorte. 2 a 1 pro Coringão. Agora, só precisávamos de mais três gols para conseguir a classificação. E só 45 minutos pra fazer isso.
Todos estavam meio apreensivos durante o intervalo, mais revoltados com a arbitragem (que a todo momento inventava faltas para o Cianorte e deixava de marcar para o Corinthians) do que qualquer outra coisa. Mas o Timão foi pra cima dos paranaenses desde o início. Carlos Alberto foi pisado ao dar um carrinho e tirar a bola de um zagueiro do Cianorte. Ficou no chão, levantou-se, dominou a bola na direita, aproveitando a sobra de um cruzamento de Gustavo Nery e só rolou para Tevez fazer o terceiro gol corintiano. Aos 42 segundos da etapa final.
O mesmo Carlos Alberto voltou a empolgar a torcida aos 5 minutos, quando fez boa jogada individual e bateu de esquerda, da entrada da área. A bola explodiu no travessão. No minuto seguinte, Tevez tentou dominar a bola e foi derrubado. Roger cobrou forte, de longe, a bola tocou no gramado e o goleiro Adir ficou com as penas do frango na mão. 4 a 1!!! Mais um golzinho acabaria com o nosso sofrimento.
Mas quem disse que corintiano não gosta de sofrer? O time ainda acertou mais uma bola na trave, em uma cabeçada de Marcelo Mattos e Roger chegou a marcar mais um gol, mas a arbitragem, mais uma vez, vacilou. Marcou (melhor dizendo, inventou) toque de mão de Tevez na jogada, adiando um pouco mais a festa inevitável da Fiel torcida.
A pouco mais de dez minutos do fim do jogo, o lateral Gustavo Nery, um dos destaques do Timão no jogo, mostrou que amarelar é coisa pra quem tem aquela pipa no meio da camisa. Tomou a bola no meio de dois zagueiros e chutou de direita. Adir chegou atrasado e a bola morreu no canto do gol do Cianorte. Confesso que só fui ver direito esse gol quando vi pela TV, porque na hora eu só vi a bola entrando.
O Pacaembu foi à loucura, não parou de gritar em nenhum momento. Pelas arquibancadas, torcedores gritavam, pulavam, se abraçavam, vários chorando, comemorando uma vitória suada, sofrida, como tantas outras na história do Corinthians e, ao mesmo tempo única por todas as circunstâncias envolvidas. Os reservas e o técnico Daniel Passarella invadiram o campo, corriam para a torcida. Fábio Costa, Roger, Tevez e Gustavo jogaram as camisas por cima do alambrado.
Carlitos vibrava como se fosse um de nós, ali na arquibancada. Ele é a cara desse novo Corinthians, raçudo, não foge de nenhuma dividida, joga muito. Se o Passarella conseguir deixar o time inteiro com esse espírito de luta, e a atuação do Roger, melhor em campo ao lado de Tevez, mostrou que isso é possível, essa equipe tem muito futuro. Ainda mais se for reforçado, como foi prometido pela MSI, Javier Mascherano e Vágner Love. Uma lição pra todo mundo que torce contra (e não é pouca gente não)."
Pois é, amigos corneteiros... Depois de um longo tempo longe dos blogs da vida, aqui estou de volta, cornetando como sempre... E, pra meu primeiro post depois do retorno, nada melhor que a espetacular goleada de ontem à noite no Pacaembu... Escrevi a seguinte crônica, que também foi postada no meu novo blog particular, o Deverasmente 2.0... Espero que gostem...
"Épica. Histórica. Maravilhosa. Emocionante. Mágica. Heróica. Sensacional. Todos esses adjetivos não são suficientes para descrever o que foi a vitória do Timão sobre o Cianorte, no estádio do Pacaembu, ontem à noite. Quem ouviu, quem viu esse jogo por TV, rádio ou internet, infelizmente não teve a sorte que eu e mais 34 mil corintianos que estivemos lá. A goleada por 5 a 1, contra um placar adverso no jogo de ida (3 a 0), um time que joga fechado, uma imprensa que cobra pra cacete e um trio de arbitragem, no mínimo, mal-intencionado, merece todas as qualificações acima. E muito mais.
A sensação de que viria uma noite diferente, com um jogo daqueles da gente querer ter gravado para ver em casa começou logo cedo. "Cara, se prepara porque hoje vamos ver um jogo histórico", foi o que eu disse ao Alexandre, grande brother que comprou meu ingresso na semana passada. Quando entramos, as arquibancadas já estavam tomadas pela torcida. A expectativa e a ansiedade estavam no rosto de todos.
Quando o Corinthians entrou em campo, os torcedores jogaram para o alto as bexigas pretas, enquanto do pedaço das arquibancadas que sempre é ocupado pela Gaviões eram lançados ao ar os fogos de artifício e uma chuva de papel laminado. A festa foi imensa, e linda. De arrepiar.
O jogo começou com pressão total corintiana. Onze minutos e veio a primeira alegria, o primeiro grito de gol da noite. O zagueiro Rocha tentou recuar para o goleiro Adir e Carlitos Tevez, atento, interceptou a bola, passou pelo arqueiro e, quase sem ângulo, abriu o marcador pro Timão. O tradicional objetivo dos times que estão em desvantagem, marcar gols ainda antes da marca de 15 minutos, foi alcançado, e a classificação, achamos, viria mais tranqüila.
Foi quando o bandeirinha teve um surto e não conseguiu ver que quatro (4, QUATRO!!!) jogadores do Cianorte estavam impedidos quando uma falta foi cobrada da esquerda e desviada de cabeça por Maurício. Fábio Costa defendeu no susto e outro impedido, Édson Santos, aproveitou o rebote e empurrou pra dentro do gol. Ducha de água fria é apelido, ninguém acreditava que o bandeira não tinha enxergado aquele impedimento ridículo.
Precisando de mais quatro gols pra seguir na Copa do Brasil, o Corinthians só podia ir pra cima, e o que se viu no Pacaembu foi uma aula de futebol. O Timão, além de jogar com muita, muita, MUITA raça, ainda abusou da técnica e das jogadas individuais, marcou bem, sob pressão, mostrou uma disciplina tática como há muito tempo eu não via.
No fim do primeiro tempo, Roger, em sua melhor partida no Corinthians e quem sabe, em sua carreira, cobrou rápido uma falta no meio. O atacante Bobô, único porém do time, que não conseguiu ter desempenho semelhante ao dos companheiros, dividiu com Adir, ganhou o lance e, com o gol escancarado, tentou bater de esquerda e chutou a bola por cima do travessão do Cianorte.
Alguns minutos depois, Marcelo Mattos recebeu no meio, fez um passe preciso, lançando Roger na esquerda. O meia tocou de esquerda, já ajeitando a bola para o arremate, que foi preciso, no canto esquerdo do goleiro do Cianorte. 2 a 1 pro Coringão. Agora, só precisávamos de mais três gols para conseguir a classificação. E só 45 minutos pra fazer isso.
Todos estavam meio apreensivos durante o intervalo, mais revoltados com a arbitragem (que a todo momento inventava faltas para o Cianorte e deixava de marcar para o Corinthians) do que qualquer outra coisa. Mas o Timão foi pra cima dos paranaenses desde o início. Carlos Alberto foi pisado ao dar um carrinho e tirar a bola de um zagueiro do Cianorte. Ficou no chão, levantou-se, dominou a bola na direita, aproveitando a sobra de um cruzamento de Gustavo Nery e só rolou para Tevez fazer o terceiro gol corintiano. Aos 42 segundos da etapa final.
O mesmo Carlos Alberto voltou a empolgar a torcida aos 5 minutos, quando fez boa jogada individual e bateu de esquerda, da entrada da área. A bola explodiu no travessão. No minuto seguinte, Tevez tentou dominar a bola e foi derrubado. Roger cobrou forte, de longe, a bola tocou no gramado e o goleiro Adir ficou com as penas do frango na mão. 4 a 1!!! Mais um golzinho acabaria com o nosso sofrimento.
Mas quem disse que corintiano não gosta de sofrer? O time ainda acertou mais uma bola na trave, em uma cabeçada de Marcelo Mattos e Roger chegou a marcar mais um gol, mas a arbitragem, mais uma vez, vacilou. Marcou (melhor dizendo, inventou) toque de mão de Tevez na jogada, adiando um pouco mais a festa inevitável da Fiel torcida.
A pouco mais de dez minutos do fim do jogo, o lateral Gustavo Nery, um dos destaques do Timão no jogo, mostrou que amarelar é coisa pra quem tem aquela pipa no meio da camisa. Tomou a bola no meio de dois zagueiros e chutou de direita. Adir chegou atrasado e a bola morreu no canto do gol do Cianorte. Confesso que só fui ver direito esse gol quando vi pela TV, porque na hora eu só vi a bola entrando.
O Pacaembu foi à loucura, não parou de gritar em nenhum momento. Pelas arquibancadas, torcedores gritavam, pulavam, se abraçavam, vários chorando, comemorando uma vitória suada, sofrida, como tantas outras na história do Corinthians e, ao mesmo tempo única por todas as circunstâncias envolvidas. Os reservas e o técnico Daniel Passarella invadiram o campo, corriam para a torcida. Fábio Costa, Roger, Tevez e Gustavo jogaram as camisas por cima do alambrado.
Carlitos vibrava como se fosse um de nós, ali na arquibancada. Ele é a cara desse novo Corinthians, raçudo, não foge de nenhuma dividida, joga muito. Se o Passarella conseguir deixar o time inteiro com esse espírito de luta, e a atuação do Roger, melhor em campo ao lado de Tevez, mostrou que isso é possível, essa equipe tem muito futuro. Ainda mais se for reforçado, como foi prometido pela MSI, Javier Mascherano e Vágner Love. Uma lição pra todo mundo que torce contra (e não é pouca gente não)."