quinta-feira, abril 07, 2005
Catarse
Por Diego Corneta
Do dicionário Aurélio: “Purgação, purificação, limpeza”. Ou ainda: “Efeito salutar provocado pela conscientização de uma lembrança fortemente emocional e/ou traumatizante, até então reprimida”. Foi exatamente isso que aconteceu no Pacaembu na noite de 06 de abril, uma catarse histórica.
Pela primeira vez em sua curta história o Cianorte perdeu por tal diferença de gols. E também pela primeira vez, mas em sua longa história, o Corinthians virou um mata-mata com três gols negativos. Foi um jogo para ficar na história do clube e na memória dos torcedores. O Corinthians estava visivelmente nervoso e pecou em muitos momentos, mas a garra e a força vinda das arquibancadas inflaram o time dentro de campo. Contra o retrancado Cianorte e contra o trio de arbitragem (que cometeu erros ridículos), o Corinthians conseguiu novamente trazer de volta o equilíbrio, a normalidade.
Digo normalidade, pois era obrigação do milionário Corinthians passar pelo Cianorte. O primeiro jogo foi um acidente que alterou a normalidade, uma perfeita e listrada zebra. O segundo jogo trouxe o equilíbrio de volta. Com Roger em grande noite, com Tevez lutando e correndo como nunca, com Marcelo Mattos fazendo uma partida praticamente perfeita, com Gustavo Nery batalhando e conquistando seu espaço, com Betão e Sebá seguros e aplicados, o Timão espantou a bruxa de maneira dramática e sofrida. Bem ao estilo das tradições do “time das viradas”.
Do lado negativo, Bobô perdeu todas as bolas que passaram por seus pés. Perdeu também um gol inacreditável, sem goleiro. Perdeu todas as disputas aéreas. E deve invariavelmente também perder seu posto no time. Para não falar que ele fez tudo errado, ele roubou uma bola e conseguiu um escanteio. E foi só. Saiu vaiado. Édson, muito limitado, me pareceu assustado com a responsabilidade e se escondeu do jogo. O mesmo vale para o Rosinei. Já Carlos Alberto acertou uma bomba na trave e participou de algumas boas jogadas, mas é muito pouco para o que se espera dele. Prende demais a bola e encaixa-se perfeitamente no estereotipo do jogador “cai-cai”. Mas até teve seu mérito, saiu cansado – pois dessa vez ele correu e ajudou na marcação – para a entrada de Hugo, que deu novo fôlego no meio de campo.
No final do jogo o clima de alegria e alívio era geral. Um clima catártico tomou conta do Pacaembu. Não consigo imaginar o desastre que seria causado por uma eliminação dramática, com um 4X1, por exemplo. A vitória evitou uma crise no time, evitou o descrédito com a torcida e, principalmente, evitou uma eventual destruição causada pela própria torcida depois do jogo. Por experiências anteriores, sabemos do que hordas de seres humanos em fúria são capazes de causar. Com o moral e a auto-estima revigorados, o Corinthians agora desponta como um dos favoritos (ao lado do Cruzeiro), para o título da Copa do Brasil.
Do dicionário Aurélio: “Purgação, purificação, limpeza”. Ou ainda: “Efeito salutar provocado pela conscientização de uma lembrança fortemente emocional e/ou traumatizante, até então reprimida”. Foi exatamente isso que aconteceu no Pacaembu na noite de 06 de abril, uma catarse histórica.
Pela primeira vez em sua curta história o Cianorte perdeu por tal diferença de gols. E também pela primeira vez, mas em sua longa história, o Corinthians virou um mata-mata com três gols negativos. Foi um jogo para ficar na história do clube e na memória dos torcedores. O Corinthians estava visivelmente nervoso e pecou em muitos momentos, mas a garra e a força vinda das arquibancadas inflaram o time dentro de campo. Contra o retrancado Cianorte e contra o trio de arbitragem (que cometeu erros ridículos), o Corinthians conseguiu novamente trazer de volta o equilíbrio, a normalidade.
Digo normalidade, pois era obrigação do milionário Corinthians passar pelo Cianorte. O primeiro jogo foi um acidente que alterou a normalidade, uma perfeita e listrada zebra. O segundo jogo trouxe o equilíbrio de volta. Com Roger em grande noite, com Tevez lutando e correndo como nunca, com Marcelo Mattos fazendo uma partida praticamente perfeita, com Gustavo Nery batalhando e conquistando seu espaço, com Betão e Sebá seguros e aplicados, o Timão espantou a bruxa de maneira dramática e sofrida. Bem ao estilo das tradições do “time das viradas”.
Do lado negativo, Bobô perdeu todas as bolas que passaram por seus pés. Perdeu também um gol inacreditável, sem goleiro. Perdeu todas as disputas aéreas. E deve invariavelmente também perder seu posto no time. Para não falar que ele fez tudo errado, ele roubou uma bola e conseguiu um escanteio. E foi só. Saiu vaiado. Édson, muito limitado, me pareceu assustado com a responsabilidade e se escondeu do jogo. O mesmo vale para o Rosinei. Já Carlos Alberto acertou uma bomba na trave e participou de algumas boas jogadas, mas é muito pouco para o que se espera dele. Prende demais a bola e encaixa-se perfeitamente no estereotipo do jogador “cai-cai”. Mas até teve seu mérito, saiu cansado – pois dessa vez ele correu e ajudou na marcação – para a entrada de Hugo, que deu novo fôlego no meio de campo.
No final do jogo o clima de alegria e alívio era geral. Um clima catártico tomou conta do Pacaembu. Não consigo imaginar o desastre que seria causado por uma eliminação dramática, com um 4X1, por exemplo. A vitória evitou uma crise no time, evitou o descrédito com a torcida e, principalmente, evitou uma eventual destruição causada pela própria torcida depois do jogo. Por experiências anteriores, sabemos do que hordas de seres humanos em fúria são capazes de causar. Com o moral e a auto-estima revigorados, o Corinthians agora desponta como um dos favoritos (ao lado do Cruzeiro), para o título da Copa do Brasil.