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quinta-feira, novembro 18, 2004

Faltou atitude na altitude 

Por Diego Corneta

Junte um time desinteressado e desentrosado, mais uma defesa batendo cabeça, acrescente atacantes individualistas, muita falta de criatividade no meio de campo, e ainda laterais que não apóiam. O resultado é mais um jogo insuportável da seleção brasileira. Pior, dessa vez o resultado final não foi um tedioso empate, mas uma derrota amarga e triste.

A implacável e irritante metodologia do Parreira foi por água abaixo. Vejam só, no último jogo, contra a Colômbia (um 0X0 tenebroso), o Juninho Pernambucano estava contundido. Então o Parreira escalou o destro e limitado Magrão no meio de campo, tudo para o time não perder o “equilíbrio” (ele adora essa palavra!). Poderia ter escalado o Alex, mas não, optou por Magrão. Para o jogo de ontem, Zé Roberto e Edu estavam fora, o coerente, seguindo a lógica do Parreira, seria escalar um canhoto, Alex e Ricardinho eram sem dúvida as melhores opções. Parreira surpreendeu negativamente e optou pelo limitado Kléberson, que não joga bem desde a Copa de 2002.

Logo na convocação, ao justificar a ausência do Alex, o treinador disse que preferiu um jogador mais “qualificado fisicamente”, por causa dos temidos efeitos da altitude. Júlio Batista, o escolhido, não foi nem utilizado durante o jogo. Com Kaká muito mal e os Ronaldos também muito mal, o Alex fez falta sim.

No primeiro tempo, o Brasil criou boas chances e Ronaldo e Kaká poderiam ter marcado. Quando o Brasil acelerava o ritmo e os jogadores se apresentavam para jogar, a defesa e o sistema de marcação do Equador se desesperavam. Bastava dosar as estocadas para não acabar o gás e definir o jogo. Sim, estava fácil. Mas não foi isso que aconteceu, mesmo com um time muito superior, o Brasil foi derrotado. No segundo tempo, Ronaldinho acertou o travessão e o Ronaldo voltou a desperdiçar uma boa oportunidade. Não há altitude que justifique a falta de atitude. Com o perdão do trocadilho fácil.

A lá Gordon Banks
A defesa do Dida, ainda no primeiro tempo, foi algo para colocar numa moldura e pendurar na parede de um museu. O cabeceio foi à queima-roupa, forte e para baixo. Como mandam as regras. Dida fez uma defesa espetacular. Mostrou reflexo e agilidade dignas de um felino. E depois ainda levantou-se rapidamente e afastou a bola para escanteio. O lance lembrou muito a célebre defesa de Gordon Banks, segurando uma cabeçada do Pelé, no Brasil X Inglaterra da Copa de 70.

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