segunda-feira, setembro 20, 2004
Mal necessário
por Anselmo Trompete
Há um certo tempo li uns comentários aqui no Corneta que me intrigaram. Além dos apoios e críticas que certos posts receberam, teve um fato que me chamou a atenção: o levantamento da campanha “Fim do Impedimento”.
No começo achei que isso era brincadeira e até achei graça. Mas depois notei que se tratava de uma argumentação séria. Por isso, reservo-me no direito de uma contra-argumentação também séria.
Foi comentado que o impedimento deveria ser extinto e uma das argumentações foi de que nas famosas “peladas” essa regra não existe e nem por isso o jogo se torna menos interessante. Vale lembrar que nas “peladas” também não tem juiz, bandeiras, etc... Nelas também não há limite de substituições e, quando muito, há marcas de cal delimitando a grande área. Levando em consideração o primeiro raciocínio, logo após a extinção do impedimento no futebol as próximas vítimas seriam o árbitro e os bandeiras?
Resumindo: acho um tanto ingênuo comparar o futebol profissional com recreação entre amigos.
Agora vamos pensar de outra forma. Alguns lances do esporte bretão entraram para história por não resultar em gol. Quem não se lembra do chute do meio de campo de Pelé que passou rente a trave? Sem contar no gol perdido pelo Rei logo após de dar a meia lua sem a bola no goleiro uruguaio na Copa de 70. E aquela bicicleta do zagueiro americano Balboa que passou triscando a trave do gol colombiano na Copa de 94? Ah... esses lances teriam sido MUITO mais bonitos se o bendito gol fosse UM POUQUINHO maior. Opa! Então quer dizer que por causa da infelicidade dessas jogadas teríamos que AUMENTAR o comprimento do gol ? Creio que não.
Com o impedimento é a mesma coisa. O atacante recebe aquele lindo lançamento e, quando vai marcar, o bandeira acusa que ele estava adiantado. A culpa é do impedimento ou do atacante que não soube se posicionar?
Ainda pensando assim, não vou me surpreender se alguém cogitar de mudar a marca do pênalti. Imaginem esse conversa durante a transmissão de um jogo no boteco da esquina:
- “COMO ELE CONSEGUIU PERDER ESSE PÊNALTI ???“
- “Também pudera! Olha a distância !! Se eu fosse o dono da FIFA eu coloria a marca bem em cima da linha da pequena área! Aí queria ver quem ia errar!“
Na minha opinião o futebol está muito bem servido de regras. O que está faltando é jogador competente. Mas quem sabe um dia alguém consiga provar que para acompanhar a “genialidade” dos novos craques as regras também tenham que mudar?
Há um certo tempo li uns comentários aqui no Corneta que me intrigaram. Além dos apoios e críticas que certos posts receberam, teve um fato que me chamou a atenção: o levantamento da campanha “Fim do Impedimento”.
No começo achei que isso era brincadeira e até achei graça. Mas depois notei que se tratava de uma argumentação séria. Por isso, reservo-me no direito de uma contra-argumentação também séria.
Foi comentado que o impedimento deveria ser extinto e uma das argumentações foi de que nas famosas “peladas” essa regra não existe e nem por isso o jogo se torna menos interessante. Vale lembrar que nas “peladas” também não tem juiz, bandeiras, etc... Nelas também não há limite de substituições e, quando muito, há marcas de cal delimitando a grande área. Levando em consideração o primeiro raciocínio, logo após a extinção do impedimento no futebol as próximas vítimas seriam o árbitro e os bandeiras?
Resumindo: acho um tanto ingênuo comparar o futebol profissional com recreação entre amigos.
Agora vamos pensar de outra forma. Alguns lances do esporte bretão entraram para história por não resultar em gol. Quem não se lembra do chute do meio de campo de Pelé que passou rente a trave? Sem contar no gol perdido pelo Rei logo após de dar a meia lua sem a bola no goleiro uruguaio na Copa de 70. E aquela bicicleta do zagueiro americano Balboa que passou triscando a trave do gol colombiano na Copa de 94? Ah... esses lances teriam sido MUITO mais bonitos se o bendito gol fosse UM POUQUINHO maior. Opa! Então quer dizer que por causa da infelicidade dessas jogadas teríamos que AUMENTAR o comprimento do gol ? Creio que não.
Com o impedimento é a mesma coisa. O atacante recebe aquele lindo lançamento e, quando vai marcar, o bandeira acusa que ele estava adiantado. A culpa é do impedimento ou do atacante que não soube se posicionar?
Ainda pensando assim, não vou me surpreender se alguém cogitar de mudar a marca do pênalti. Imaginem esse conversa durante a transmissão de um jogo no boteco da esquina:
- “COMO ELE CONSEGUIU PERDER ESSE PÊNALTI ???“
- “Também pudera! Olha a distância !! Se eu fosse o dono da FIFA eu coloria a marca bem em cima da linha da pequena área! Aí queria ver quem ia errar!“
Na minha opinião o futebol está muito bem servido de regras. O que está faltando é jogador competente. Mas quem sabe um dia alguém consiga provar que para acompanhar a “genialidade” dos novos craques as regras também tenham que mudar?