terça-feira, agosto 24, 2004
Rápidas & Rasteiras
180 milhões nas costas
Daiane não ganhou nenhuma medalha. É uma pena, pois ela carregava 180 milhões de brasileiros nas costas. O ucraniano Oleg se adiantou e disse que a operação atrapalhou a atleta. Daiane, mostrando uma nobreza e sinceridade digna de campeã, disse que estava muito bem fisicamente, que ficou nervosa e errou. Simplesmente isso. Há dias que acertamos e há dias que erramos. Parabéns para a Daiane. Menina negra, de origem pobre, que já escreveu seu nome na história do esporte. Seu salto duplo twist carpado chama-se “Dos Santos”, pois ela foi a primeira a executar esse movimento. Isso vale muito mais que qualquer medalha.
Irresponsabilidade, incompetência e ingerência
Três adjetivos para não citar um quarto, ignorância. Na liga mundial de vôlei de praia, o primeiro critério de desempate é o número de sets ganhos. Nas Olimpíadas, o primeiro critério é o confronto direto. Estava escrito e expresso no regulamento. Nenhum dirigente brasileiro o leu. Nenhum. Ana Paula e Sandra ganharam o primeiro set da dupla alemã e relaxaram, pois achavam que já tinham garantido a liderança do grupo, depois, acabaram perdendo o jogo. O resultado dessa lambança? O Brasil perdeu uma chance de medalha. Para que servem os dirigentes se não for para cuidar da parte técnica e administrativa fora das quadras? Eles não fazem nem o trabalho deles.
Futebol de saias
A campanha do futebol feminino já é histórica. Depois de dois quartos lugares em Sidney e Atlanta, o Brasil já garantiu a prata e pode sim pegar o ouro, apesar da equipe americana ser mais organizada. Mérito para o competente René Simões, que fechou o grupo há mais de seis meses e dedicou-se exclusivamente a formar uma equipe equilibrada, que sabe atacar, defender e alternar o ritmo durante os jogos. Ele exigiu uma ginecologista no grupo. Pode parecer óbvio que um médico ginecologista faça parte da comissão técnica responsável por 22 jogadoras. Acontece que ninguém tinha pensado nisso antes.
Schumacher da vela
Hepta campeão mundial. Dois ouros e uma prata nas últimas três Olimpíadas. Ganhou todas as competições que disputou esse ano. Alguém aí duvida de Robert Scheidt? O cara é um fenômeno.
Cadê as medalhas do atletismo ?
Não é impressão minha, nem pirraça barata. O atletismo brasileiro involuiu. Isso mesmo, andou para trás. Tínhamos grandes corredores nos 100, 200, 400 e 800 metros. Ganhamos diversas medalhas nas últimas edições dos jogos. Já tivemos também bons atletas nas provas de resistência, 1.500, 5.000 e 10.000 metros. Esse ano a maior esperança estava em Jadel Gregório. Só ficamos na esperança mesmo. Os atletas brasileiros estão velhos (ou experientes, como preferirem) e parece não haver substitutos novos de grande nível. André Domingos, Vicente Lenílson e Vanderlei Cordeiro de Lima ainda são nomes que aparecem nas pistas, mas sem o vigor de outros tempos.
Daiane não ganhou nenhuma medalha. É uma pena, pois ela carregava 180 milhões de brasileiros nas costas. O ucraniano Oleg se adiantou e disse que a operação atrapalhou a atleta. Daiane, mostrando uma nobreza e sinceridade digna de campeã, disse que estava muito bem fisicamente, que ficou nervosa e errou. Simplesmente isso. Há dias que acertamos e há dias que erramos. Parabéns para a Daiane. Menina negra, de origem pobre, que já escreveu seu nome na história do esporte. Seu salto duplo twist carpado chama-se “Dos Santos”, pois ela foi a primeira a executar esse movimento. Isso vale muito mais que qualquer medalha.
Irresponsabilidade, incompetência e ingerência
Três adjetivos para não citar um quarto, ignorância. Na liga mundial de vôlei de praia, o primeiro critério de desempate é o número de sets ganhos. Nas Olimpíadas, o primeiro critério é o confronto direto. Estava escrito e expresso no regulamento. Nenhum dirigente brasileiro o leu. Nenhum. Ana Paula e Sandra ganharam o primeiro set da dupla alemã e relaxaram, pois achavam que já tinham garantido a liderança do grupo, depois, acabaram perdendo o jogo. O resultado dessa lambança? O Brasil perdeu uma chance de medalha. Para que servem os dirigentes se não for para cuidar da parte técnica e administrativa fora das quadras? Eles não fazem nem o trabalho deles.
Futebol de saias
A campanha do futebol feminino já é histórica. Depois de dois quartos lugares em Sidney e Atlanta, o Brasil já garantiu a prata e pode sim pegar o ouro, apesar da equipe americana ser mais organizada. Mérito para o competente René Simões, que fechou o grupo há mais de seis meses e dedicou-se exclusivamente a formar uma equipe equilibrada, que sabe atacar, defender e alternar o ritmo durante os jogos. Ele exigiu uma ginecologista no grupo. Pode parecer óbvio que um médico ginecologista faça parte da comissão técnica responsável por 22 jogadoras. Acontece que ninguém tinha pensado nisso antes.
Schumacher da vela
Hepta campeão mundial. Dois ouros e uma prata nas últimas três Olimpíadas. Ganhou todas as competições que disputou esse ano. Alguém aí duvida de Robert Scheidt? O cara é um fenômeno.
Cadê as medalhas do atletismo ?
Não é impressão minha, nem pirraça barata. O atletismo brasileiro involuiu. Isso mesmo, andou para trás. Tínhamos grandes corredores nos 100, 200, 400 e 800 metros. Ganhamos diversas medalhas nas últimas edições dos jogos. Já tivemos também bons atletas nas provas de resistência, 1.500, 5.000 e 10.000 metros. Esse ano a maior esperança estava em Jadel Gregório. Só ficamos na esperança mesmo. Os atletas brasileiros estão velhos (ou experientes, como preferirem) e parece não haver substitutos novos de grande nível. André Domingos, Vicente Lenílson e Vanderlei Cordeiro de Lima ainda são nomes que aparecem nas pistas, mas sem o vigor de outros tempos.