terça-feira, agosto 10, 2004
Jogos da vida. Vidas em jogo
Por Diego Corneta
É um bom tempo para refletir. Qual é o sentido do esporte ? Nessa semana começam as Olimpíadas. Outrora uma prática voltada para treinamento de soldados gregos, hoje é, ao lado da Copa do Mundo, um dos maiores eventos da Terra. A Copa é o evento de um esporte só, com 32 seleções apenas, porém também tem uma repercussão mundial absurda. Já os Jogos Olímpicos são uma festa de centenas de nações e centenas de esportes. O Comitê Olímpico e a FIFA têm mais membros que a ONU.
O amadorismo, o aspecto lúdico e o intuito de treinamento militar cederam espaço para um profissionalismo capitalista, competição acirrada, e treinamentos científicos. É claro que ainda resta a fortíssima simbologia de uma medalha olímpica, e ainda há atletas obcecados por escreverem seus nomes no panteão.
Hoje os dopings estão cada vez mais modernos e difíceis de serem diagnosticados. Depois da entrevista bomba (sem trocadilhos) de Carl Lewis (9 medalhas de ouro e 1 de prata, considerado o atleta olímpico do século), assumindo que competiu mais de uma vez dopado, o mundo do esporte deu uma reviravolta. Anabolizantes esteróides, estimulantes e o THG são muito mais comuns do que se pensava. Até pouco tempo atrás o THG era imperceptível nos exames. Depois que passaram a adotar novas tecnologias e medidas mais rigorosas, os “atletas” começaram a cair como moscas. Anônimos e estrelas.
Fico me indagando qual é o sentido do atleta se dopar para competir ? O prazer da vitória ? A fama ? O dinheiro da glória e dos patrocinadores ? O poder ? Não sei, talvez uma mistura de vários fatores. O maior problema é o fato do doping simplesmente aniquilar o ideal de esporte. Com o passar do tempo, regras foram criadas para ordenar e garantir um princípio de igualdade entre os praticantes. Com o doping, esse princípio vai por água abaixo. É sempre válido lembrar a máxima, “o importante é competir”. Hoje essa frase está desgastada, hoje o importante é ganhar, é ser o número um.
O esporte é uma forma de manifestação social. É algo lúdico e educativo. A analogia com a guerra é óbvia. Conquistar território, defender, atacar, estratégia, golpear, vencer... todo o vocabulário e as práticas esportivas (em maiores e menores escalas) são bélicos. Porém os objetivos do esporte são outros, é a educação através do respeito e da atividade física sã, é a superação pessoal, é a brincadeira e o prazer. Vencer é ótimo, mas o objetivo principal não deve ser esse.
Hoje o esporte é um negócio milionário. Garante as maiores cotas publicitárias, é responsável pelas maiores audiências, é responsável pelas vendas de milhares de produtos. A vitória é um compromisso assumido com patrocinadores. E por todos esses motivos, espero que em Atenas, berço olímpico, prevaleça o Esporte. E não sobre espaço para doping, recalques, estigmas, preconceitos, terrorismo...
É um bom tempo para refletir. Qual é o sentido do esporte ? Nessa semana começam as Olimpíadas. Outrora uma prática voltada para treinamento de soldados gregos, hoje é, ao lado da Copa do Mundo, um dos maiores eventos da Terra. A Copa é o evento de um esporte só, com 32 seleções apenas, porém também tem uma repercussão mundial absurda. Já os Jogos Olímpicos são uma festa de centenas de nações e centenas de esportes. O Comitê Olímpico e a FIFA têm mais membros que a ONU.
O amadorismo, o aspecto lúdico e o intuito de treinamento militar cederam espaço para um profissionalismo capitalista, competição acirrada, e treinamentos científicos. É claro que ainda resta a fortíssima simbologia de uma medalha olímpica, e ainda há atletas obcecados por escreverem seus nomes no panteão.
Hoje os dopings estão cada vez mais modernos e difíceis de serem diagnosticados. Depois da entrevista bomba (sem trocadilhos) de Carl Lewis (9 medalhas de ouro e 1 de prata, considerado o atleta olímpico do século), assumindo que competiu mais de uma vez dopado, o mundo do esporte deu uma reviravolta. Anabolizantes esteróides, estimulantes e o THG são muito mais comuns do que se pensava. Até pouco tempo atrás o THG era imperceptível nos exames. Depois que passaram a adotar novas tecnologias e medidas mais rigorosas, os “atletas” começaram a cair como moscas. Anônimos e estrelas.
Fico me indagando qual é o sentido do atleta se dopar para competir ? O prazer da vitória ? A fama ? O dinheiro da glória e dos patrocinadores ? O poder ? Não sei, talvez uma mistura de vários fatores. O maior problema é o fato do doping simplesmente aniquilar o ideal de esporte. Com o passar do tempo, regras foram criadas para ordenar e garantir um princípio de igualdade entre os praticantes. Com o doping, esse princípio vai por água abaixo. É sempre válido lembrar a máxima, “o importante é competir”. Hoje essa frase está desgastada, hoje o importante é ganhar, é ser o número um.
O esporte é uma forma de manifestação social. É algo lúdico e educativo. A analogia com a guerra é óbvia. Conquistar território, defender, atacar, estratégia, golpear, vencer... todo o vocabulário e as práticas esportivas (em maiores e menores escalas) são bélicos. Porém os objetivos do esporte são outros, é a educação através do respeito e da atividade física sã, é a superação pessoal, é a brincadeira e o prazer. Vencer é ótimo, mas o objetivo principal não deve ser esse.
Hoje o esporte é um negócio milionário. Garante as maiores cotas publicitárias, é responsável pelas maiores audiências, é responsável pelas vendas de milhares de produtos. A vitória é um compromisso assumido com patrocinadores. E por todos esses motivos, espero que em Atenas, berço olímpico, prevaleça o Esporte. E não sobre espaço para doping, recalques, estigmas, preconceitos, terrorismo...