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quinta-feira, junho 03, 2004

Ronaldo, mortal 

Por Diego Corneta

Uma confissão: eu vi, mas não assisti ao jogo. Amigos em casa, cerveja no copo, risadas no rosto, e muita conversa. Salvo o gol que o Luis Fabiano perdeu, ou o goleiro defendeu, não me lembro de outro lance de gol. Mas percebi que o Sorín continua incansável. Ele não é o melhor lateral esquerdo do mundo, mas é o melhor ala esquerdo. Corre o campo inteiro, se apresenta no ataque, finaliza, briga com os zagueiros e até cabeceia – apesar da sua estatura de anão do Velásquez. Foi recompensado com um gol oportunista e esperto.

Já o nosso Ronaldo Gorducho é mortal. Ele é o cara. Incisivo, definitivo. A seleção tem a sorte de contar com dois dos quatro grandes atacantes do mundo. Ronaldo, Luis Fabiano, Henry e Van Nilsterooy são os quatro maiores, na minha visão míope. No jogo contra a Argentina desfalcada, o Fenômeno justificou sua alcunha. Em três lances agudos, sofreu três pênaltis claros. Bateu quatro, converteu os quatro e fez três gols. Impecável.

Sua arrancada e seus dribles são irresistíveis. Para derrubá-lo no corpo a corpo, só se for um cara grande, tipo um Alex (Santos). Então, os defensores não têm alternativa. Ou assistem ele entrar com bola e tudo, ou partem para as faltas nas pernas do artilheiro. Os dribles do primeiro e do segundo lances dos pênaltis foram maravilhosos.

Muitas vezes, durante o jogo, o Ronaldo parece desligado, desinteressado. Grandes atacantes são também grandes atores. Aparentam sonsos e displicentes. Quando aparece a brecha, vem o golpe mortal. Gol. Romário, Careca e Van Basten também se faziam de bobos em determinados momentos do jogo. Contra a Argentina, não me recordo ter visto um futebol vistoso, cheio de alternativas. Pelo contrário, o jogo foi truncado. Porém, Ronaldo desequilibrou e definiu. Fenômeno.

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