quinta-feira, maio 06, 2004
Ascensão e queda do Diego – parte 2
Por Diego Corneta
Depois das históricas atuações da Copa de 1986, Maradona foi vendido ao Napoli por U$1.000.000, isso mesmo, 1 milhão de dólares. Quanto ele não valeria nos dias de hoje ? Especulações à parte, voltemos aos fatos. Don Diego, ao lado de Careca e outros bons jogadores levantaram o pequeno Napoli. Ganharam dois Escudetos, uma Copa da Itália, uma Copa da UEFA e uma Supercopa Italiana. Quem não se lembra dos memoráveis jogos entre Milan e Napoli ? Eram maravilhosos ! Aqueles campeonatos italianos transmitidos pela Bandeirantes, às 11 da manhã de domingo, pelo Sílvio Luiz e pelo Sílvio Lancelotti, foram muito bons. A quantidade de bons times e bons jogadores era assombrosa.
Veio a Copa de 90, na Itália. E a Argentina entrou como franca favorita. O jogo da estréia contra Camarões me traz à tona uma lembrança do craque portenho brincando com a bola antes do início da partida. Petecou feito uma foca amestrada. A Argentina perdeu o jogo num frango do Pumpido, e Maradona apanhou como nunca. Não me recordo de um jogador tão surrado e perseguido numa mesma partida. Aliás, naquela Copa, ele jogou com três caneleiras. Duas na frente das pernas e uma, especial, atrás, nas panturrilhas. Dieguito apanhou a Copa inteira. Ele era o cara. Tentaram pará-lo de todas as maneiras. Mesmo caçado e constantemente vigiado, ele, e o goleiro Goicochea, levaram a Argentina até a final. Perderam para a Alemanha num pênalti controverso marcado por um juiz também controverso. Um japonês apitou a final. Nada contra os japoneses, mas qual era a tradição japonesa no futebol em 1990 ? Pior, qual era a tradição dos juizes japoneses em 1990 ?
Em 1991 veio o caso de doping por cocaína. Dois anos de gancho e comoção mundial. Recentemente o presidente do Napoli admitiu que eles sabiam do vício do Maradona e também, muitas vezes, burlaram o antidoping com urina de outros jogadores. No tempo que ficou parado, Diego voltou para a Argentina e engordou muito rápido. Envolveu-se em mais um escândalo. Foi pego, em 1992, usando cocaína em doses cavalares. Dessa vez as condições foram vexatórias. Ele e mais uns amigos participavam, pelados, de uma festinha particular em um hotel. Ah, prostitutas também participaram. Na época teve um fato bem “rir para não chorar”: Diego saiu do hotel algemado e pelado. A capa do extinto “Notícias Populares” foi impagável, “Maradona, bom de bola e ruim de taco”.
Diego chorou, se arrependeu, correu, emagreceu e voltou a jogar. A Argentina fez uma campanha pífia nas eliminatórias da Copa de 94. Disputou a repescagem contra a Austrália. Precisavam ganhar e duvidavam de suas forças. Adivinhe quem eles convocaram para salvar o país ? Acertaram, ele mesmo. Maradona, o redentor de plantão. Dieguito não decepcionou, fez a jogada e o cruzamento que originou o gol argentino. Estava recuperado moral e futebolisticamente. Foi disputar a Copa dos EUA. Já na Copa, o gol contra a Grécia e a comemoração subseqüente é uma das imagens que mais aparecem na TV quando o assunto é Maradona.
O filme oficial da Copa de 94, “Todos os corações da mundo”, dedica alguns minutos ao craque argentino. Gente, o que aquele cara fazia com sua perna esquerda é indescritível ! Com cenas gravadas à beira do campo, tipo o falecido “Canal 100”, eles filmaram Diego em ação. Um demônio com a bola nos pés. Rápido, preciso e imprevisível. Há uma seqüência na qual ele escapa de três ou quatro marcadores gregos. Memorável. No final da primeira fase, Don Diego foi, mais uma vez, pego no antidoping. Efedrina. Estava fora da Copa e com a carreira praticamente encerrada. A Argentina caiu de forma melancólica num belo jogo contra a Romênia de Hagi.
Continua no próximo capítulo...
Depois das históricas atuações da Copa de 1986, Maradona foi vendido ao Napoli por U$1.000.000, isso mesmo, 1 milhão de dólares. Quanto ele não valeria nos dias de hoje ? Especulações à parte, voltemos aos fatos. Don Diego, ao lado de Careca e outros bons jogadores levantaram o pequeno Napoli. Ganharam dois Escudetos, uma Copa da Itália, uma Copa da UEFA e uma Supercopa Italiana. Quem não se lembra dos memoráveis jogos entre Milan e Napoli ? Eram maravilhosos ! Aqueles campeonatos italianos transmitidos pela Bandeirantes, às 11 da manhã de domingo, pelo Sílvio Luiz e pelo Sílvio Lancelotti, foram muito bons. A quantidade de bons times e bons jogadores era assombrosa.
Veio a Copa de 90, na Itália. E a Argentina entrou como franca favorita. O jogo da estréia contra Camarões me traz à tona uma lembrança do craque portenho brincando com a bola antes do início da partida. Petecou feito uma foca amestrada. A Argentina perdeu o jogo num frango do Pumpido, e Maradona apanhou como nunca. Não me recordo de um jogador tão surrado e perseguido numa mesma partida. Aliás, naquela Copa, ele jogou com três caneleiras. Duas na frente das pernas e uma, especial, atrás, nas panturrilhas. Dieguito apanhou a Copa inteira. Ele era o cara. Tentaram pará-lo de todas as maneiras. Mesmo caçado e constantemente vigiado, ele, e o goleiro Goicochea, levaram a Argentina até a final. Perderam para a Alemanha num pênalti controverso marcado por um juiz também controverso. Um japonês apitou a final. Nada contra os japoneses, mas qual era a tradição japonesa no futebol em 1990 ? Pior, qual era a tradição dos juizes japoneses em 1990 ?
Em 1991 veio o caso de doping por cocaína. Dois anos de gancho e comoção mundial. Recentemente o presidente do Napoli admitiu que eles sabiam do vício do Maradona e também, muitas vezes, burlaram o antidoping com urina de outros jogadores. No tempo que ficou parado, Diego voltou para a Argentina e engordou muito rápido. Envolveu-se em mais um escândalo. Foi pego, em 1992, usando cocaína em doses cavalares. Dessa vez as condições foram vexatórias. Ele e mais uns amigos participavam, pelados, de uma festinha particular em um hotel. Ah, prostitutas também participaram. Na época teve um fato bem “rir para não chorar”: Diego saiu do hotel algemado e pelado. A capa do extinto “Notícias Populares” foi impagável, “Maradona, bom de bola e ruim de taco”.
Diego chorou, se arrependeu, correu, emagreceu e voltou a jogar. A Argentina fez uma campanha pífia nas eliminatórias da Copa de 94. Disputou a repescagem contra a Austrália. Precisavam ganhar e duvidavam de suas forças. Adivinhe quem eles convocaram para salvar o país ? Acertaram, ele mesmo. Maradona, o redentor de plantão. Dieguito não decepcionou, fez a jogada e o cruzamento que originou o gol argentino. Estava recuperado moral e futebolisticamente. Foi disputar a Copa dos EUA. Já na Copa, o gol contra a Grécia e a comemoração subseqüente é uma das imagens que mais aparecem na TV quando o assunto é Maradona.
O filme oficial da Copa de 94, “Todos os corações da mundo”, dedica alguns minutos ao craque argentino. Gente, o que aquele cara fazia com sua perna esquerda é indescritível ! Com cenas gravadas à beira do campo, tipo o falecido “Canal 100”, eles filmaram Diego em ação. Um demônio com a bola nos pés. Rápido, preciso e imprevisível. Há uma seqüência na qual ele escapa de três ou quatro marcadores gregos. Memorável. No final da primeira fase, Don Diego foi, mais uma vez, pego no antidoping. Efedrina. Estava fora da Copa e com a carreira praticamente encerrada. A Argentina caiu de forma melancólica num belo jogo contra a Romênia de Hagi.
Continua no próximo capítulo...
1 Comentários:
Belo texto, relembrar é viver, estes homens que dedicam seu tempo para escrecer sobre o futebol no seus tempo romanticos devem ser venerados, pois alimentam o "acervo intelectual" de apaixonados como eu, se alguém ler esse meu comentário e quiser conversar, entre em contato, marcofaeso@hotmail.com
By quinta-feira, 15 novembro, 2007
, at 1 Cornetadas