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quinta-feira, novembro 05, 2009

E o tal dos "pontos corridos", hein? 

por Anselmo Trompete

Desde quando o Campeonato Brasileiro começou a ser disputado de forma de pontos corridos eu venho mostrando meu descontentamento. Cheguei até postar um texto aqui mostrando minha preferência pelo "mata-mata".

Não me recordo de uma pessoa além de mim que torceu o nariz para essa nova forma de disputa. Todo mundo estava se gabando, pois agora tínhamos o mesmo estilo de campeonato da Europa.

Pois é.

Parece que já tem gente mudando de opinião.

Acabei de ler um texto que mostra boa parte do que eu penso sobre isso.

Alguém tem coragem para contestar os pontos corridos? Eu tenho
Por Roberto Zanin

Sou contra o politicamente correto. Essa verdadeira doutrina totalitária impõe o que é bom e o que é ruim e ai de quem discordar.

E o pior é que o politicamente correto, através de alguns colegas jornalistas, infestou também o futebol. E essa turma, graças à eliminação do São Paulo de Kaká (1º na fase de classificação) pelo Santos de Robinho (o 8º), em 2002, conseguiu emplacar o tal do campeonato de pontos corridos, afinal, na Europa é assim, etc, etc…

E o pessoal do politicamente correto não dá o braço a torcer. Não adianta mostrar se houve queda de público, queda de audiência, perda de interesse, etc., eles estão cima de bem e do mal.

Dizem que esse sistema é o mais justo, porque são todos contra todos, um turno em casa, o outro na casa do adversário.

Ora, esquecem que tem time que vende mando de jogo, tem time que vê quem não tem mais chance e se acomoda, escala time misto, etc.

Dizem, também, que todos os jogos são uma decisão! Outra balela. Todos os jogos têm o mesmo peso, mas não têm a mesma emoção de uma decisão, a não ser nas rodadas finais.

Outro falso argumento é que os erros de arbitragem se equivalem, prejudicando e ajudando todos, de maneira equânime.

Ou são ingênuos ou sofismam, porque todo mundo sabe que quem tem força nos bastidores, a possui em qualquer fórmula de disputa.

Não entro aqui no mérito de quantas equipes se classificariam para os play offs, mas uma coisa é certa. Um campeonato que se preze tem que ter um jogo final, uma DECISÃO, que envolva os dois postulantes ao título.

O campeão, afinal, tem o prazer duplo: vence a taça e vê o rival perdê-la. Brinca diretamente com o perdedor.

É diferente comemorar diante de um grande clube, que poderia ser o campeão no seu lugar e celebrar o título contra uma equipe de menor expressão, que apenas está cumprindo tabela.

Com relação ao conceito de justiça, todos conhecem o regulamento de antemão. Dessa forma, a equipe que vence o título jogando contra todos que estão sob o mesmo regulamento, é por justiça, o campeão.

Quem é bom, que prove ser bom, não apenas nos jogos “normais”, no decorrer do campeonato, mas também nas mini-decisões dos playoffs e na grande decisão final.

O mata-mata, em campeonato como o Brasileiro, testa a equipe duas vezes: na regularidade, em jogos “normais” e no poder de decisão, na fase dos play offs.

Respeito todas as opiniões em contrário, mas analisemos os campeonatos mais importantes do mundo: A Copa de Seleções, o Mundial Interclubes, a Libertadores e a Champions League.

São disputados em… Vá lá. Você pode dizer que não há calendário, que, se houvesse tempo, o ideal seria, por exemplo, termos pontos corridos para a Champions.

Mas, analisando friamente, o que é mais emocionante, mais grandioso: Manchester x Barcelona, na final, ou o Barça ganhar o título contra o Debrecen, na Hungria, por exemplo?

Ah, mas o campeonato está emocionante! Concordo. Mas levando em conta que tivéssemos um play off com os oito melhores, e a fase de classificação terminasse agora, teríamos os seguintes duelos.

Proporia três jogos, com o time de melhor campanha jogando duas em casa: Palmeiras X Grêmio; Atlético MG x Goiás; Inter X Cruzeiro e São Paulo x Flamengo.

Já pensaram como seriam esses duelos? E depois, por exemplo, um Palmeiras X Inter e um São Paulo X Galo nas semis, por exemplo? E por aí vai…

Não sou radical como os politicamente-corretos-defensores-dos-pontos-corridos. Aceito que se continue do jeito que está. Mas estou longe de pensar que a volta do mata-mata seria o retrocesso. Muito pelo contrário…


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terça-feira, setembro 01, 2009

Parabéns! 


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terça-feira, agosto 18, 2009

Super-homem 

Diego Corneta

A essa altura, todos já sabem, o jamaicano curiosamente chamado Usain Bolt deixou seus rivais comendo poeira, ganhou os 100m rasos no mundial de Berlim e ainda abaixou seu próprio recorde mundial, de 9s69 para incríveis 9s58.

Assisti a prova ao vivo. Surpreendi-me, assim como todo mundo, com a facilidade que ele ganhou. Na olimpíada, exatamente um ano atrás, já tinha ficado boquiaberto. Depois, parei para ler e pensar sobre o feito. Peguei alguns dados e cheguei a algumas conclusões e hipóteses. Primeiro, em 1960, o recorde era exatamente 10s, do alemão Armin Hary, e os “especialistas” da época diziam ser impossível o ser humano correr 100m abaixo de 10s. Foi difícil, mas não impossível. Em 2009, 49 anos depois, a marca caiu apenas 0,42s. Bolt, sozinho, foi responsável em baixar 0,19s, ou seja, contribui para baixar quase 50%. Baixou de 9s77 (marca de seu compatriota Asafa Powell) para 9s72, e, em seguida, para 9s69 e 9s58. Ele foi, de longe, o cara que mais contribuiu para baixar a marca nos último 50 anos.


O cara sobrou na prova; foi fácil

Outra coisa interessante é que Bolt é o primeiro recordista dos 100m rasos com mais de 1,90m; ele tem 1,95m. Ele é o mais digno representante dos super-atletas, que aliam um físico avantajado com talento natural e técnica apuradíssima. Antigamente, não muito tempo atrás, década de 80, por exemplo, os atletas muito altos (em qualquer esporte) eram lentos e desajeitados. Mesmo os jogadores de basquete muito altos (mais de 2,10m) eram lentos e mocorongos. Isso foi mudando lentamente. As maiores mudanças estão na NBA e no vôlei. Há jogadores com mais de 2,10m com agilidade e velocidade incríveis, super-atletas mesmo. A evolução da média de altura das seleções de vôlei do Brasil, masculina e feminina, é impressionante. No futebol, a média de altura dos times também vem crescendo. Há cada vez menos espaços para jogadores baixinhos. Há muitos baixinhos jogando, mas somente fenômenos como Messi se destacam. O resto, a maioria, sofre muito, são medíocres. Lulinha é o mais digno representante dessa categoria medíocre.

No futebol, a evolução mais visível está nos goleiros. Grandes goleiros de épocas passadas não tinham nem perto de 1,90m. Hoje, todos os bons goleiros têm que ter, no mínimo, essa altura. Foi a posição que mais evoluiu e vemos Júlio César, Marcos, Dida, Felipe e outros, todos com mais de 1,90m, se movimentando com uma velocidade impressionante; algo impensável décadas atrás.


Reparem na diferença de altura de Bolt para os outros

Hoje em dia, em qualquer esporte, não basta ter talento e técnica; tem que ter também um físico avantajado. No tênis, é cada vez mais comum ver jogadores com mais de 1,90m, que, pela altura, sacam com muita facilidade. Não duvido que daqui a alguns anos não vá surgir uma discussão para aumentar a rede do tênis. Mark Spitz, o nadador ex-recordista de medalhas olímpicas, ficaria um anão perto de Michael Phelps. E por aí vai, há muito outros exemplos.

Qual é o limite humano nos esportes? – essa é a minha pergunta. Bolt é muito superior aos demais por vários fatores. Além de muito rápido, ele é muito alto, suas pernas são gigantes e suas passadas equivalem a no mínimo, a 1,5 de cada concorrente seu. Ou seja, para cada duas passadas de Bolt, os concorrentes têm que dar três. Esse cara representa uma evolução e tanto no esporte, é o maior paradigma do que está por vir, os super-homens, super-atletas. Só eles serão capazes de jogar e competir num ambiente cada vez mais competitivo e fisicamente exigente. Bolt já falou que pode correr os 100m em 9s40. Não duvido. Aliás, acho que ninguém duvida.

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terça-feira, agosto 11, 2009

Rápidas & Rasteiras 

Diego Corneta

Tchau e benção!
Acabou o campeonato para o Corinthians. Agora até o Mano admitiu o que todo mundo já desconfiava. Foram-se Cristian, Douglas e André Santos. Ronaldo se machucou e o time acabou. Não vai ser com Moradei, Bill, Souza e um bando de garotos que o time vai lutar pelo título do Brasileirão. E olha que, mesmo perdendo para Palmeiras e Flamengo (derrotas normais), se o time tivesse feito os nove pontos contra Avaí, Santo André e Náutico (três timecos) estaria em segundo, com 32 pontos. Resta agora juntar os cacos e formar, ainda esse ano, um bom time para o centenário e a Libertadores de 2010.

Saldo do desmanche
Segundo o Lancenet, o Corinthians terá direito, somando os valores dos dois atletas vendidos ao Fenerbahce, a pouco mais de € 3,9 milhões. Tirando a dívida com o Flamengo (Corinthians ainda não pagou pelo Cristian) e os 10 % de Carlos Leite, talvez sobre alguma coisa para pagar a dívida com o Panathinaikos, pelo jogador Souza.

O campeão voltou
Com o Belluzzo garantindo que fica todo mundo até o fim do campeonato e com a volta do campeão Muricy Ramalho à beira do gramado, vai ser difícil alguém tirar o título do Palmeiras. Com exceção do ano passado, desde 2003 (início dos pontos corridos), todos os times que viraram o turno em primeiro, foram campeões. O Palmeiras está bem perto disso. A exceção do ano passado só serve para confirmar a regra.

Luxemburgo no Senado
No país da piada pronta, a notícia de que Luxemburgo pode sair candidato ao Senado pelo Tocantins é uma piada de mau gosto. Péssimo gosto. E tem gente ainda falando – meio brincando, meio sério – que se o Sarney pode, ele também pode. Na democracia todo mundo pode, mas política é coisa que deve ser levada a sério, principalmente na hora do voto. Torço, rezo, imploro para que os eleitores do Tocantins tenham juízo.

Luxemburgo no Santos
Agora no Santos é assim, Luxemburgo é presidente, Fábio Costa é o vice e Marcelo Teixeira, no máximo, um reles conselheiro. O contrato do Luxemburgo com o Santos, segundo veiculado na imprensa, lhe dá plenos poderes para contratar, negociar e despedir jogadores. Ainda mais, já que o Santos não tem dinheiro, segundo veiculado na imprensa, Luxemburgo pode pagar de seu próprio bolso salários de jogadores que ele levar para o clube. O primeiro da série é Andrézinho, do Mirassol, de 16 anos.


O dono da bola, do time, dos jogadores, do clube, do Tocantins...

É tudo nosso!
Se não bastasse o título brasileiro de 2005 ser contestado pelo pênalti não marcado no Tinga, pela "Máfia do Apito" e pelo fato do time alvinegro ter sido formado com grana suja, aparece ainda mais essa. Vejam como o mundo é pequeno. O árbitro Edilson Pereira de Carvalho e outras pessoas (Paulo José Danelon, Nagib Fayad, Vanderlei Antonio Pololi, Daniel Gimenes, Fernando Francisco Catarino e Pedro Brites) estão sendo julgadas pela “Máfia do Apito”, que fraudou o Campeonato Brasileiro de 2005 provocando a repetição de 11 partidas. O advogado de um dos réus é o Sr. Sérgio Alvarenga, que por sua vez é diretor jurídico do Sport Clube Corinthians Paulista. Ou seja, é nóis, mano!

Enquanto isso na Sala de Justiça...
Falando de 2005, o Supremo Tribunal Federal manteve a Ação Penal contra o testa de ferro da Máfia Russa, Kia Joorabchian. O bandido internacional é acusado de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A defesa do iraniano alegou que ele desconhecia (ha, ha, ha) a origem do dinheiro, vindo do exterior, que entrou ilegalmente no Brasil. Kia também terá problemas, nos próximos dias, com a Justiça da Inglaterra. Ele está sendo investigado pelos mesmos crimes que cometeu no Brasil. E a Justiça de lá não costuma ser tão, digamos, compreensiva, quanto a Justiça tupiniquim.

Voa canarinho, voa
A CBF é uma excelente administradora. Comanda o melhor time do mundo, tem patrocínios multimilionários da Nike, Itaú, Vivo, AmBev e TAM. Não paga para viajar, raramente paga para abrigar seus jogadores em luxuosos hotéis e ainda recebe mais de US$ 1 milhão por cada amistoso da amarelinha. Além disso, faz ótimos negócios. Em 2001, vendeu a sua sede própria, no centro do Rio, para pagar um aluguel de R$ 150 mil em um andar de edifício na Barra da Tijuca, bairro nobre da Zona Oeste do Rio. Em janeiro de 2009, Ricardo Teixeira adquiriu um jatinho em nome da Confederação, ao custo de US$ 10 milhões (R$ 23,1 milhões no câmbio da época).

O luxuoso jatinho da CBF é um dos mais modernos modelos da empresa americana Cessna. O objetivo é transportar os membros da FIFA para as cidades que sediarão os jogos da Copa de 2014, embora as visitas sejam raríssimas. Mas Ricardo Teixeira também é usuário freqüente do jato. Em junho, ele foi para Recife com ele. O que causou espanto até aos governantes da capital pernambucana. E não são apenas os R$ 23,1 milhões do custo da aeronave, que seriam capazes de bancar as Séries C e D do Brasileirão e a Copa do Brasil Feminina por dois anos. O custo de manutenção do avião também entra na história. A única operadora autorizada no país é a TAM Jatos Executivos. Vale lembrar que a CBF ainda tem de custear a tripulação a cada vez que o avião levantar vôo, além dos custos com combustível, aluguel de hangares, licença em aeroportos, entre outros.

Afinou
Essa história do Schumacher anunciar sua volta, treinar e, logo depois, desistir, está muito mal contada. A real é que ele está com medo de ser humilhado pelo Rubinho, que agora estraçalha na Brawn.


Rubinho está chateado, Schumacher não volta mais

“Mola pra frente!”
Essa foi a frase que Massa disse para Rubinho depois do incidente/acidente na Hungria.

É ouro do Brazil-zil-zil!!!
“Não estou associando a minha imagem à CBDA [Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos], porque a minha conquista pouco teve a ver com ela. Estou falando isso tudo para que saibam qual é a realidade”, César Cielo, ouro nos 50 e nos 100 metros livres, recordista mundial da prova mais nobre da natação. Cielo treina fora do Brasil há anos.

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quinta-feira, julho 16, 2009

Podem entrar, a casa é de vocês 

Diego Corneta

Existem melhores anfitriões que os times brasileiros na Libertadores? É incrível como somos fregueses dos caras. Perdemos sempre. E em casa o que é pior. Na atual década, São Paulo e Internacional foram campeões da Libertadores. São Paulo, em 2005 bateu o Atlético PR; e o Inter, no ano seguinte, bateu o São Paulo. Os times brasileiros ganharam de outros brasileiros, mas quando o jogo final é contra os gringos, aí é ferro na certa. Acompanhem.

2000 – Após arrancar um empate em 2 a 2 com o Boca Juniors na Argentina, o Palmeiras, não conseguiu sair do 0 a 0 com os argentinos no Morumbi e, nos pênaltis, acabou derrotado por 4 a 2.

2002 – O São Caetano venceu o Olímpia, no Paraguai, por 1 a 0, mas foi derrotada em casa por 2 a 1 perdendo o título nos pênaltis.

2003 – O Santos foi batido duas vezes pelo Boca. A primeira, na Argentina, por 2 a 0. Já no Morumbi, foi derrotado por 3 a 1.

2007 – O Grêmio também foi derrotado duas vezes pelo Boca Juniors; 3 a 0 em La Bombonera e 2 a 0 no Olímpico.

2008 – O Fluminense foi surrado fora de casa, 4 a2 pro LDU. No Maracanã, venceu por 3 a 1, mas o time carioca perdeu na disputa de pênaltis.

2009 – O Cruzeiro segurou um empate em 0 a 0, em La Plata, e dofreu uma derrota por 2 a 1 em Belo Horizonte.

O que se passa com os times brasileiros? Pipocam? Perder para grandes times, vá lá, é normal. Em 2003 e 2007 o Boca tinha, de fato, grandes equipes. O inexplicável é perder para times piores, como o Olímpia, o LDU e ontem, o Estudiantes.

Comentários
O pior do Cruzeiro ter perdido foi ter que ficar lendo e ouvindo os elogios rasgados ao Verón. Ele fez uma partida OK, nada de excepcional. Hoje leio e ouço que o cara é genial, que é o grande maestro, que dominou e ditou o ritmo do jogo, que isso, que aquilo. Espera lá! O Cruzeiro jogou mal e perdeu. Isso é fato. O resto é exagero.


Verón, o atual semi-deus da imprensa brasileira

Luxemburgo, o profissional ético
Material editado da Folha
Vanderlei Luxemburgo teve todas as contas bancárias no Brasil em seu nome bloqueadas. Luxemburgo também tem um histórico de débitos. Já foi processado cinco vezes pela Receita Federal e sofreu ações de particulares cobrando indenizações e supostos empréstimos não pagos. Hoje, o caso que mais o complica é movido pelo ex-jogador Edmundo. Em 1999, Luxemburgo deu dois cheques sem fundo para o ex-atleta, no valor total de R$ 400 mil. Naquela época, o treinador dirigia a seleção, e o então atacante era candidato a convocações.

Em 2006, o ex-palmeirense entrou com processo para receber pelos cheques. Ganhou, mas o treinador não pagou. Edmundo obteve, então, uma execução judicial contra ele. A Folha obteve documentos da ação que mostram que, em fevereiro de 2008, a Justiça do Rio de Janeiro decretou o bloqueio de todas as contas bancárias de Luxemburgo no Brasil. Foram bloqueadas quatro contas. Três deles estavam zeradas. Uma tinha cerca de R$ 18 mil.

O problema é que a dívida do treinador com o ex-jogador já chega a R$ 1,3 milhão por conta dos juros e da correção monetária sobre o valor. Desde então, Luxemburgo não movimenta contas pessoais. A pedido do treinador, o Palmeiras pagava em cheques. Ou seja, recebia mais de R$ 500 mil divididos em dois cheques. "Entrei em fevereiro ou março e já funcionava assim. Era um sistema que vinha sendo feito. Ele pedia sempre em cheque", contou o diretor financeiro do Palmeiras, Fábio Raiola.

Diante do novo obstáculo, os advogados de Edmundo tentaram obter penhora de bens. Mas todos os imóveis do treinador procurados já estavam arrolados por ações fiscais.
Levantamento da Folha em São Paulo mostra que, desde 2002, seus oito imóveis no Estado só podem ser negociados com comunicação ao fisco. Os imóveis cariocas estão na mesma situação, segundo o processo movido por Edmundo.

O arrolamento dos imóveis é fruto de ações e execuções fiscais da Receita em 1997, 2000 e 2001. Nesses dois últimos anos, o treinador foi investigado pela CPI do Futebol, no Senado. O relatório final da comissão concluiu que Luxemburgo tinha recebido R$ 18,8 milhões de 1995 até 1999, mas só declarara R$ 8,5 milhões ao fisco. Na época, passou por Corinthians, Flamengo e seleção.

A CPI do Futebol recomendou ação da Receita sobre o treinador. O fisco apurou que ele devia entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões, segundo advogados de Luxemburgo. Representantes do técnico dizem que houve redução deste valor para R$ 1 milhão após discussões com a Receita -e há processos administrativos em curso para determinar o valor exato.

Há outra parte que foi renegociada com o fisco, que está sendo paga de forma parcelada pelo treinador, segundo informações constantes nas ações. Devedor nesses processos, Luxemburgo é credor de ao menos R$ 1 milhão do Palmeiras, por obrigações contratuais de sua última equipe. Daria para quitar boa parte de suas dívidas judiciais. Se ele não decidir receber em cheque.

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